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Prejudiciais para o meio ambiente, poluentes da atividade agropecuária afetam a saúde humana

Os poluentes da atividade agropecuária são externalidades negativas.  Isso significa que, apesar da atividade agropecuária possuir importância econômica, também é responsável por promover danos ambientais, como o desmatamento e a perda de biodiversidade nos ecossistemas

Além disso, durante o processo de criação de animais ou cultivo agrícola, poluentes são emitidos para a água, o solo e o ar, contaminando animais e pessoas e gerando superbactérias. A atividade agropecuária também é uma das grandes contribuidoras das mudanças climáticas

Agrotóxicos

Avião de agrotóxicos. Imagem de charlesricardo em Pixabay

O modelo de produção agrícola mais utilizado na atividade agropecuária é a monocultura, que consiste em uma produção em larga escala de uma única espécie agrícola. Os agrotóxicos são utilizados no cultivo agrícola para evitar a perda de produtos pela ação de pragas e insetos nas plantas, além de eliminar ervas daninhas do solo. 

Outro uso dos agrotóxicos é para o rápido desenvolvimento da planta e amadurecimento de seus frutos. Além disso, o agrotóxico possibilita um vegetal em tamanho maior e de maior durabilidade. Entretanto, o uso desses produtos é prejudicial para o meio ambiente e para a saúde humana. 

Além disso, pesquisas apontam que o surgimento de pragas e ervas consideradas daninhas são consequências da própria monocultura, que diminui as barreiras de proteção e a resiliência do ecossistema ao destruir sua biodiversidade. Confira alguns agrotóxicos prejudiciais e utilizados em cultivos agrícolas:

DDT

O DDT é um inseticida altamente tóxico e já foi proibido em diversos países no mundo, inclusive no Brasil. Ele é um poluente orgânico persistente e um inseticida organoclorado que permanece por bastante tempo no ambiente e atua como um disruptor endócrino. Um disruptor endócrino é uma substância que altera as funções hormonais do organismo e pode causar doenças como câncer, diabetes e problemas de fertilidade em pessoas e animais.

Quando o DDT é degradado, se transforma em DDE e DDD, duas substâncias tóxicas e prejudiciais para o ambiente e que podem causar aborto expontâneo em grávidas. A exposição da população ao DDT se dá pela contaminação na água, solo e alimentos. Os seus efeitos para a saúde humana variam de acordo com a intensidade da exposição. Confira:

  • Exposição moderada: irritação nos olhos, nariz e garganta; náusea; diarreia; mal-estar; excitabilidade
  • Exposição elevada: convulsões e tremores

Esse inseticida já foi bastante utilizado na cultura de algodão, cultivado para a indústria têxtil. Além disso, muitos agrotóxicos têm relação com a produção têxtil, por serem usados no cultivo de algodão.

Glifosato

O glifosato é um herbicida utilizado em várias culturas, como as de algodão, soja, trigo e café. Ele é o agrotóxico mais utilizado no mundo, mas oferece altos riscos à saúde humana e ambiental.

O consumo ou contato com o glifosato pode provocar danos à saúde humana, como infertilidade, doenças carcinogênicas, Alzheimer, Parkinson, microcefalia, depressão, autismo, diabetes, obesidade e doenças gastrointestinais. Para a saúde humana, o glifosato é classificado na classe IV de risco à saúde, sendo a quarta posição de maior risco. 

Em relação ao meio ambiente, esse inseticida é classificado na classe III de risco ambiental. A classe III representa a terceira posição mais perigosa, e é intitulada de “perigoso ao meio ambiente”, com riscos de contaminação do solo e da água. Apesar disso, o glifosato não é facilmente absorvido pelas plantas, permanecendo no ambiente. 

Acefato

O acefato é um inseticida organofosforado, que permite uma rápida distribuição no ambiente e no organismo. Os agrotóxicos organofosforados são os que mais provocam danos à saúde, podendo levar ao câncer e problemas no sistema nervoso. Sendo assim, o acefato é classificado na classe III de risco à saúde, intitulado de “mediamente tóxico”. 

Ele pode provocar sintomas como náusea, diarreia, dor abdominal e vômito. Outros sintomas são pneumonia, congestão, tosse, tremores, sudorese e taquicardia. Na pele, o acefato pode causar irritações, vermelhidão e inchaço.

Para o meio ambiente, ele é classificado na classe II, como “muito perigoso”. Por ser solúvel em água, é facilmente levado aos canais fluviais, contaminando o solo e a água. O acefato é utilizado nas culturas de algodão, tabaco, feijão, milho, soja e tomate. Ele consiste em um pó solúvel aplicado no solo para eliminar lagartas, pulgões, percevejos e outros animais indesejados nas culturas. 

2,4-D

O 2,4-D é um herbicida utilizado em algumas culturas agrícolas, como arroz, aveia, café, cana-de-açúcar, milho, soja, sorgo e trigo. Além disso, ele é aplicado na braquiária, um capim cultivado como pasto para o gado. O 2,4-D é um pó aplicado no solo para o combate de espécies vegetais invasoras, como a beldroega e o gervão-branco.

Para o corpo humano, esse herbicida é considerado pouco tóxico, se encaixando na classe IV de toxicidade. Alguns dos sintomas que o contato com esse produto pode proporcionar são irritação nos olhos, vômito, taquicardia, leucocitose, doenças carcinogênicas e problemas no sistema neural. 

Para o meio ambiente, o 2,4-D está incluído na classe III, como “produto perigoso”. Ele pode ser liberado no ar durante a sua fabricação, contribuindo para a poluição do ar. No solo, ele pode sofrer o processo de lixiviação, sendo destinado aos corpos hídricos. 

De acordo com a CETESB, o 2,4-D é um produto de fácil degradação, permanecendo por pouco tempo no solo e no ar. Além disso, os seres vivos que ingerem esse produto não sofrem com o processo de bioacumulação. Entretanto, quando presente na água, essa degradação é lenta.

Antibióticos

Gado. Imagem de kaosnoff em Pixabay

Os antibióticos são utilizados no setor agropecuário como promotores de crescimento e melhoradores de desempenho animal. De acordo com um estudo, eles são substâncias ou organismos vivos incorporados à alimentação dos animais. Eles são utilizados para aumentar o peso do animal, reduzir a mortalidade e aprimorar a capacidade de reprodução. Além disso, eles atuam na prevenção de doenças bacterianas no intestino.

Entretanto, os antibióticos são liberados para o meio ambiente por meio das excretas animais e restos de alimentos, contaminando a água e o solo. A presença dessas substâncias no ambiente favorece o aparecimento de patógenos e parasitas e prejudica a decomposição da matéria orgânica. Os antibióticos afetam o desempenho de micro-organismos no ambiente, reduzindo a qualidade da água e provocando desequilíbrio ecossistêmico.

Por fim, eles facilitam o desenvolvimento de superbactérias, que são bactérias resistentes ao medicamento (antibióticos). Essas bactérias podem contaminar o consumidor da carne, provocando doenças e infecções. Ainda, os antibióticos podem provocar alergias, resultando em urticárias.

Plasticultura

Plasticultura. Imagem de Hans em Pixabay

A plasticultura consiste no uso do plástico durante o processo de produção agrícola em larga escala. Esse uso inclui desde a presença de equipamentos de proteção individual (EPI), até potes, canos, cordas, máquinas e cisternas. De acordo com um estudo, o consumo de termoplásticos pelo setor agrícola corresponde a  2 a 4% do consumo global.

plasticultura
O que é plasticultura, suas vantagens e desvantagens

Plasticultura é um termo que faz referência ao amplo uso dos materiais plásticos na agricultura intensiva mundial.

Essa prática faz uso de canteiros elevados cobertos com plástico, em conjunto com uma irrigação específica, de gotejamento. O uso desses equipamentos e técnicas contribui para uma maior produtividade agrícola, permitindo uma infraestrutura adequada de acordo com a espécie cultivada. 

As vantagens da plasticultura, além da aceleração no crescimento das plantas, é a diminuição da evaporação da água, estabelecendo um ambiente úmido, e a redução de plantas invasoras. Além disso, a plasticultura reduz a necessidade de adubos, pois estabelece um sistema fechado, reduzindo a lixiviação de nutrientes no solo.

Apesar disso, a plasticultura contribui para a produção de lixo e, sobretudo, de microplásticos. Os microplásticos são partículas de plástico formadas a partir da quebra e degradação do material. Eles são responsáveis pela contaminação do solo, ar, oceanos e demais corpos hídricos. 

Por conta do seu tamanho microscópico, o microplástico é facilmente ingerido por animais e pessoas, entrando na cadeia alimentar. Os impactos disso são o aumento de doenças carcinogênicas, a absorção de substâncias nocivas pela placenta e os problemas pulmonares e gastrointestinais.

plastico
Entenda o impacto ambiental do lixo plástico para cadeia alimentar

O impacto ambiental do lixo plástico no oceano e, consequentemente, na cadeia alimentar, se tornou uma verdadeira preocu…

Dessa forma, apesar das vantagens da plasticultura para a produção agrícola, é importante evitar o uso de plásticos e, caso for necessário utilizá-los, fazer o descarte corretamente para a reciclagem.

Metais pesados

Aplicação de fertilizantes. Imagem de kaosnoff em Pixabay

Os metais pesados são elementos bioacumuladores, portanto permanecem no meio ambiente e nos organismos vivos. Pesquisas indicam que metais pesados estão presentes em fertilizantes utilizados na agropecuária. 

Os metais pesados têm efeitos nocivos para a saúde humana e para o meio ambiente. Eles podem provocar a morte de animais e plantas, além de disfunções metabólicas. Nas pessoas, esses metais podem provocar vários danos de saúde, como dores de cabeça, perda de apetite e doenças carcinogênicas. Veja os efeitos de cada metal pesado na saúde humana:

  • Arsênio: é acumulado no fígado e nos rins;
  • Cádmio: câncer;
  • Cromo: perda de apetite, cansaço, hematomas, náuseas, dores de cabeça, tontura, perda de apetite, sangramento no nariz, irritações na pele e mudanças urinárias;
  • Chumbo: câncer;
  • Mercúrio: danos no sistema nervoso.

Alternativas

Uma forma de evitar a emissão desses poluentes no meio ambiente e no seu corpo é reduzindo o consumo de alimentos de origem animal como carne, leite e ovos. Ser vegetariano é uma prática individual que ajuda a reduzir as mudanças climáticas

Além disso, é importante optar pelo consumo de alimentos orgânicos, sem a presença de agrotóxicos ou antibióticos. Busque também alimentos de pequenos produtores, como em feiras orgânicas. Dessa forma, você incentiva a produção desses alimentos, ajudando o pequeno produtor, e se alimenta de forma mais saudável e sustentável. 

Evite consumir produtos industrializados. Pesquisas mostraram que eles possuem mais agrotóxicos que os in natura

Para evitar a ingestão de bactérias da carne, certifique-se de que ela está cozida corretamente e evite o consumo de carnes cruas. Além disso, separe uma tábua exclusivamente para o corte de carnes, evitando a contaminação de legumes e verduras pelas bactérias.


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