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Entenda o que é clean beauty e confira dicas para fazer a transição para a beleza limpa, livre de substâncias tóxicas

Clean beauty – ou beleza limpa, na tradução literal para o português – é o conceito do momento na indústria cosmética. O movimento pela beleza limpa está associado a uma série de bandeiras que vêm sendo levantadas pelas novas gerações de mulheres, que defendem a beleza natural, o consumo consciente e o respeito à natureza, da produção até o descarte de itens cosméticos. A clean beauty se traduz em um estilo de vida que rejeita tudo o que é tóxico à saúde humana e ao planeta.

O problema é que, como não existe uma definição legal ou oficial da beleza limpa, as marcas assumiram a responsabilidade pela interpretação do significado do conceito de acordo com suas próprias agendas – e, muitas vezes, faltam ferramentas e informações para que o público consumidor identifique quão limpo o produto é, para além do rótulo. Mas, afinal de contas, o que é clean beauty?

Produtos livres de ingredientes tóxicos

Em primeiro lugar, a beleza limpa garante que você possa usar um produto sem arriscar a própria saúde. Isso quer dizer que as fórmulas dos seus cosméticos devem conter apenas ingredientes seguros e, de preferência, naturais.

Parabenosftalatossulfatos e fragrâncias sintéticas, que são exemplos de disruptores endócrinos muito comuns em itens de beleza, estão fora dessa lista. Essas substâncias químicas interferem no sistema hormonal, alterando a forma natural de comunicação do sistema endócrino e causando distúrbios na vida selvagem e na saúde humana.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), há indícios de que a exposição aos disruptores endócrinos ao longo do tempo aumentam os riscos de desenvolvimento de diversas doenças autoimunes, cardiopulmonares, reprodutivas, endócrinas e cerebrais, como cânceres, infecções, infertilidade, diabetesParkinson e infarto.

Rótulos transparentes

Quando uma marca de beleza se esforça para listar todos os ingredientes e rotular adequadamente seus produtos, ela está no caminho certo para seguir o movimento pela beleza limpa. No entanto, nem todas as marcas são transparentes.

Um bom exemplo de falta de transparência na indústria da beleza é a inclusão de termos genéricos como “fragrância” em produtos de beleza. Fragrância não é um ingrediente, mas, como a indústria é altamente desregulamentada, as empresas podem esconder ingredientes sob esse termo guarda-chuva.

Outro exemplo de rótulos não transparentes é enganar o consumidor com base na embalagem. As marcas podem rotular falsamente seus produtos com clichês como “natural” e “ecológico” para chamar a atenção do consumidor consciente.

Esse fenômeno é chamado de greenwashing e consiste em “surfar na onda” do interesse do público por produtos ecologicamente corretos sem, necessariamente, praticar o que prega.

Sinônimo de natural? Nem sempre

A beleza limpa implica perfeição – nem é sinônimo, necessariamente, de natural, orgânica, cruelty free ou vegana. Os ingredientes de uma fórmula “limpa” podem ser sintéticos, desde que sejam seguros e não tóxicos.

Na verdade, a transição para a clean beauty se concentra em eliminar o máximo possível as toxinas de nossos produtos diários – e esses esforços podem ou não estar associados a valores pessoais como respeito ao meio ambiente e aos animais. O ideal é que estejam, mas isso não é obrigatório.

Embora a beleza verde esteja normalmente associada a termos como plant-basedvegancruelty freeeco-friendly e sustentável, vale lembrar que um produto pode exibir todas essas características e não ser limpo.

Sim: um cosmético vegano pode conter ingredientes tóxicos, assim como um cosmético natural pode conter ingredientes de origem animal – e ambos podem pertencer a empresas que não priorizam a sustentabilidade na fabricação de seus produtos. Por isso é tão importante ficar de olho no rótulo e buscar todas as informações disponíveis sobre as marcas antes de adquirir seus itens de beleza.

O oposto de beleza limpa: beleza tóxica

A indústria clean beauty tem se expandido muito nos últimos anos, mas ainda pode ser difícil encontrar alternativas 100% limpas, especialmente se você não conhecer os ingredientes que devem ser evitados. Confira algumas das bandeiras vermelhas que denunciam quando um produto é claramente tóxico.

Parabenos

Os parabenos são um grupo de conservantes e produtos químicos antimicrobianos que previnem o crescimento de bactérias nocivas e mofo em seus produtos de beleza.

O problema é que eles imitam o estrogênio no corpo humano, com evidências que os associam a danos aos órgãos reprodutivos, distúrbios da tireoide, cânceres relacionados a hormônios e obesidade. A exposição aos parabenos por meio de produtos de beleza foi recentemente associada ao início da puberdade precoce em meninas, de acordo com um estudo publicado na Human Reproduction.

Eles também são facilmente absorvidos: mulheres grávidas que usaram mais produtos de higiene pessoal tinham uma maior quantidade de parabenos na urina, de acordo com um estudo de 2014 publicado na Reproduction.

Os autores do estudo anterior observaram que “as avaliações de risco toxicológico em humanos não levam em consideração a exposição simultânea”, o que significa que os riscos para o feto ainda são desconhecidos. Um estudo de 2019 também encontrou uma ligação entre a exposição a parabenos e diabetes mellitus gestacional.

Fragrâncias e ftlatos

A palavra fragrância é um termo genérico que pode disfarçar até 3.000 produtos químicos sintéticos ou naturais usados ​​para tornar o cheiro de um produto de beleza delicioso. As fragrâncias são consideradas segredo comercial e, portanto, não precisam ser divulgadas.

Por outro lado, os ftalatos, que ajudam as fragrâncias a durar mais, são um grupo de produtos químicos usados ​​para manter os materiais e produtos (esmaltes, sprays de cabelo, plásticos) flexíveis. Você os encontrará em uma lista de ingredientes abreviada como DEP, BBzP, DBP e DEHP.

Os ftalatos têm sido associados a danos reprodutivos e hormonais em crianças e homens. Alguns estudos relacionaram a exposição ao ftalato à obesidade, diabetes tipo 2, contagem reduzida de espermatozoides, câncer de mama, malformação reprodutiva, infertilidade e eventos cardiovasculares.

Um estudo de 2017 descobriu que 70% dos vendedores de perfumes e cosméticos excederam o risco cumulativo de exposição ao ftalato.

A fragrância por si só também pode ser um gatilho para alergias e ataques de asma, uma vez que não sabemos exatamente quais ingredientes estão sendo usados ​​nas exposições de curto e longo prazo.

Triclosan

Esse ingrediente pode ser considerado como um potente bactericida e está presente em sabonetes, pastas de dente e desodorantes. Assim, o uso indiscriminado de itens que possuem triclosan pode desregular o sistema de defesa do corpo humano e reduzir as funções musculares, podendo atingir o coração. Além disso, essa substância causa poluição dos corpos hídricos, afetando a qualidade da água.

Formaldeído

Esse ingrediente é um composto orgânico volátil (VOC) considerado carcinogênico pela Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC) e produzido a partir de outra substância muito nociva à saúde. O problema que envolve o formaldeído relaciona-se com a sua alta concentração na atmosfera por emissões antropogênicas e presença em cosméticos, como os esmaltes e produtos para alisamento capilar. Os efeitos na saúde vão desde irritação na garganta, olhos e nariz até câncer de nasofaringe e leucemia.

BHA e BHT

BHA (buthylated hydroxyanisole como se apresenta nas embalagens) e o BHT (butylated hydroxytoluene) são encontrados principalmente em batons, sombras para os olhos, desodorantes e antitranspirantes.

Os compostos são previstos pelo Programa Nacional de Toxicologia dos Estados Unidos como razoavelmente carcinogênicos para os seres humanos, baseados em experimentos com animais. Da mesma maneira, a IARC coloca o BHA no grupo 2B como uma substância que possui evidências suficientes quanto a sua carcinogenicidade em animais, e que esses resultados podem ser considerados para seres humanos, porém ainda não é possível afirmar devido à falta de experimentos com humanos.

Tolueno

Também conhecido como metilbenzeno (toluene ou methylbenzene, em inglês), o tolueno é uma substância volátil de odor característico, inflamável e altamente danoso à saúde se ingerido ou inalado. O sistema respiratório é a principal via de exposição a essa substância, sendo rapidamente conduzida aos pulmões e à corrente sanguínea.

Dependendo da intensidade da exposição, pode ocorrer irritação dos olhos e garganta. Efeitos de intoxicação como cefaleia, confusão e tonturas podem ocorrer se a exposição for longa. Sabe-se ainda que o tolueno é um depressor do sistema nervoso central (SNC), semelhante ao processo que ocorre com a ingestão de álcool.

Oxibenzona

A oxibenzona ou benzofenona é um composto orgânico que pode ser encontrado em protetores solares e outros cosméticos que possuem proteção contra raios ultravioletas. Para proteger a pele, a oxibenzona penetra nas camadas profundas e causa muitos efeitos nocivos à saúde como reações alérgicas desencadeadas pela exposição ao sol, mutação celular e desregulação de processos hormonais.

A substância também está ligada a problemas ginecológicos. Pesquisadores da Universidade de Granada e do Hospital Universitário San Cecilio de Granada estudaram o papel de desreguladores endócrinos, como parabenos e benzofenonas, no desenvolvimento da endometriose, uma doença inflamatória caracterizada pelo crescimento anormal do tecido que reveste o interior do útero.

Lauril sulfato de sódio

Lauril sulfato de sódio é um tensoativo responsável por retirar oleosidade, produzir espuma e permitir a penetração da água na pele ou nos cabelos. Ele pode ser encontrado em produtos de limpeza e em diversos cosméticos, como shampoos, removedores de maquiagem, sais de banho e pastas de dentes.

O lauril sulfato de sódio e o lauril éter sulfato de sódio também conhecidos nas embalagens como sodium lauryl sulfate e sodium lauryl ether sulfate, respectivamente, são nocivos à saúde por desencadearem reações alérgicas. Rumores sobre a possibilidade destes compostos serem carcinogênicos ainda não podem ser confirmados, devido à falta de comprovações científicas.


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