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Você sabia que existem alimentos ameaçados de extinção? Conheça um pouco das espécies em risco

Os alimentos ameaçados de extinção são uma realidade que muitas pessoas não sabem a respeito. Pode parecer estranho, mas alimentos também entram em extinção e podem sumir da terra caso a produção e o cultivo não sejam conservados. A redução da variedade de alimentos está comumente relacionada a frutas e vegetais, mas também pode acontecer com subprodutos, como o queijo.

Segundo o catálogo mundial de alimentos em extinção, do movimento Slow Food, Arca do Gosto, cerca de 5.952 comidas estão em risco de desaparecerem. Das 6 mil espécies de plantas que os humanos vêm se alimentando há séculos, apenas nove ainda fazem parte da sua dieta. Sendo que três delas — arroz, trigo e milho — representam 50% das calorias consumidas pela humanidade. 

Quando se adiciona batata, cevada, óleo de palma, soja e açúcar a essa contabilidade, é possível chegar a 75% de toda a variedade de calorias consumidas. Até mesmo a diversidade desses alimentos tem diminuído com o tempo, com a popularidade da monocultura. 

O projeto Museu de Alimentos Ameaçados de Extinção aponta que esse fator também pode ser resultado da crise climática. Afinal, o clima intenso e a erosão do solo prejudicam o crescimento das plantas, além de mudar os padrões climáticos que as espécies estão acostumadas. Isso aumenta o número de pestes e fungos que atacam a plantação, gerando maior uso de agrotóxicos e fungicidas.

O crescimento da indústria de alimentos também gerou a necessidade da padronização de alimentos e a modificação genética, duas técnicas que contribuem para a perda de biodiversidade. Além disso, o monopólio de empresas alimentares é outra característica que contribui para o problema. 

Por fim, as mudanças genéticas em culturas fazem com que as raízes e os caules das espécies diminuam, as tornando mais dependentes aos fertilizantes, vulneráveis a pestes e doenças. 

Quais alimentos brasileiros estão ameaçados de extinção?

Arroz vermelho

O arroz vermelho foi o primeiro tipo de arroz plantado no Brasil, na época do colonialismo. Atualmente, sua área de cultivo é menos de um terço do que já foi no passado, de acordo com dados da Arca do Gosto. Isso porque sua plantação foi lentamente substituída pela de arroz agulhinha branco.

Umbu

O umbu é outro alimento em risco de extinção. Típico da caatinga brasileira, no nordeste, ele está ameaçado pela introdução da caprinovinocultura — criação e manejo de cabras e ovelhas. 

Banana

Por volta do fim dos anos 90, um grupo de fungos começou a atacar e acabar com as culturas de banana no sul da Ásia e Austrália. Em 2019, ele  se espalhou pela América Latina. 

Apesar de existirem mais de mil variedades da fruta no mundo, o ser humano consome majoritariamente a banana nanica, ou banana d’água. Pois ela é mais resistente ao transporte marítimo. Por ser uma monocultura, a variedade sofre com o risco de entrar em extinção devido a vulnerabilidade a pragas. 

Palmito-juçara

O palmito-juçara é uma espécie muito popular na alimentação indígena. Como esse alimento precisa ser retirado do tronco da palmeira juçara, as árvores são derrubadas. Sendo assim, sua produção causa desmatamento, e muitas vezes não ocorre o reflorestamento. Por isso, pode se considerar uma fonte não renovável, o que faz com que o alimento esteja ameaçado de extinção. 

Peixes e frutos do mar

Segundo o jornalista Mark Bittman, autor do livro “Animal, Vegetal, Lixo: Uma História da Alimentação, do Sustentável à Suicida”, a maioria dos locais de produção de peixes e frutos do mar funcionam de forma insustentável. Seja por meio da pesca predatória ou pelo monocultivo.

Além disso, as mudanças climáticas têm alterado os níveis do mar e aumentado a sua temperatura. Esses problemas mexem com a acidez das águas e alteram o ecossistema marinho. Fazendo com que os peixes e frutos do mar se tornem alimentos ameaçados de extinção.

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Pinhão

O pinhão é a semente da árvore araucária, nativa da região sul brasileira. De acordo com a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), a espécie se encontra em rota de extinção em decorrência do desmatamento, exploração da madeira e descuido com a regeneração natural da árvore.

Chocolate

Sim, é isso mesmo que você leu, o chocolate está correndo risco de desaparecer. Isso porque ele é produzido a partir do cacau, uma espécie vegetal frágil que está acostumada com climas quentes e úmidos. Porém, as temperaturas têm ficado tão altas nas regiões de maior produção, Gana e Costa do Marfim, que a plantação corre sério risco de ser reduzida, até mesmo extinta.

Ademais, na maioria dos países da América Latina, o cacau é produzido em monoculturas, outra forma de plantação que ameaça a existência de espécies.

Mel de jandaíra

Jandaíra é o nome de uma espécie de abelha sem ferrão natural da caatinga. Devido às alterações no bioma, causadas pelo ser humano, a sobrevivência do inseto está ameaçada. Sendo assim, o seu mel, que é considerado menos açucarado do que de outras espécies, também corre risco de extinção junto com a abelha.

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Pirarucu

Considerado um dos maiores peixes de água doce e fluvial do Brasil, o pirarucu é vítima da pesca predatória. Isso faz com que o animal seja considerado na lista de alimentos ameaçados de extinção. Apesar disso, o manejo sustentável da espécie tem sido incentivado por um grupo pequeno de pescadores da Amazônia.

Animação mostra como comunidades do Acre manejam o pirarucu

Café

As plantações de café são ameaçadas por infestações de pragas, desmatamento, mudança climática e pela prática da monocultura. Em diversas regiões de todo o mundo, a cultura do café tem sido afetada pelo calor extremo e pelas chuvas fortes.

Queijo canastra

Também conhecido como Queijo da Serra Canastra, ele é produzido por um grupo restrito de produtores em Minas Gerais. Apesar da restrição ser essencial para garantir a qualidade do produto, o alimento acaba correndo risco de desaparecer. Isso porque a cultura vai se perdendo com o tempo, e os descendentes de produtores deixam de seguir a tradição da família. 

Outro ponto importante é que o transporte do queijo pelo Brasil é difícil, já que ele estraga com facilidade. Esse fator gera o aumento do preço da produção, o que acaba não sendo viável para muitos produtores. 

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Como evitar a extinção de alimentos? 

Existem diversas formas de evitar que alimentos entrem em extinção, algumas delas são:

  • Adotando hábitos sustentáveis para evitar a mudança climática;
  • Lutando por mais políticas contra a crise climática;
  • Compras da agricultura familiar e pequenos produtores;
  • Evitando o consumo de alimentos industrializados e processados;
  • Comprando de vendedores locais;
  • Optando por alimentos orgânicos;
  • Mantendo uma dieta saudável;
  • Reduzindo o consumo de carne;
  • Comprando de empresas que se comprometem com pautas ambientais.

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