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Especialistas usaram modelo computacional que simula tomada de decisões feitas por abelhas

Uma pesquisa recente publicada no jornal eLife revelou como as abelhas tomam decisões de forma eficaz. Conduzido pelo professor Andrew Barron, da Macquire University, Dr. HaDi MaBouDi, Neville Dearden e pelo professor James Marshall da University of Sheffield, o estudo possibilitou um maior entendimento sobre a funcionalidade do cérebro desss insetos.

Em geral, as abelhas precisam equilibrar seus esforços, riscos e recompensas, fazendo avaliações rápidas e precisas de quais flores são mais propensas a oferecer alimento para suas colmeias enquanto evitam predadores e outras ameaças. Dependendo dessas decisões para sobreviver, escolher o tipo de flor com mais néctar é um processo complexo. 

Abelhas gostam de brincar, afirma pesquisa

Para testar a capacidade dos insetos, os pesquisadores introduziram 20 abelhas em um campo de flores artificiais feitas de discos coloridos de cartolina, cada um contendo uma pequena gota de calda de açúcar. As “flores” de cores diferentes variavam suas probabilidades de oferecer açúcar: 

Enquanto as flores azuis sempre tinham glicose, as verdes sempre continham quinina (água tônica), que possui um gosto amargo para as abelhas. Outras cores variavam as probabilidades de conter, ou não, açúcar. 

“Em seguida, apresentamos a cada abelha um ‘jardim’ onde as ‘flores’ tinham apenas água destilada. Filmamos cada abelha e assistimos a mais de 40 horas de vídeo, rastreando o caminho das abelhas e cronometrando quanto tempo elas levaram para tomar uma decisão”, disse Barron. 

O rastreamento dos insetos foi feito a partir de pequenas marcas de tinta nas costas de cada abelha e da filmagem de cada visita às flores. Depois, os pesquisadores usaram uma visão computacional para extrair automaticamente a posição e a trajetória de voo das abelhas.

Através dessas informações foi possível avaliar e cronometrar todas as decisões tomadas pelos animais.

De acordo com os resultados da análise, as abelhas aprenderam facilmente quais flores continham açúcar. De fato, elas avaliavam rapidamente se deveriam aceitar ou rejeitar uma flor.

Além disso, suas escolhas corretas foram em média mais rápidas (0,6 segundos) do que suas escolhas incorretas (1,2 segundos). 

Os resultados obtidos foram o oposto do que era esperado pelos especialistas. Tipicamente, em animais — e até mesmo em sistemas computacionais — uma decisão precisa leva mais tempo do que uma decisão imprecisa — fenômeno conhecido como “troca de velocidade-precisão”.

“Essa troca acontece porque determinar se uma decisão é certa ou errada geralmente depende de quanta evidência temos para tomar essa decisão. Mais evidências significam que podemos tomar uma decisão mais precisa – mas coletar evidências leva tempo. Portanto, decisões precisas geralmente são lentas e decisões imprecisas são mais rápidas”, disse Barron em um texto publicado no The Conversation

Abelhas podem sentir dor, aponta pesquisa

Ao final da análise das abelhas, uma questão continuava sem resposta: como esses animais, com cérebros tão pequenos, podem tomar decisões tão complexas em tão pouco tempo? 

Para respondê-la, os pesquisadores usaram um modelo computacional. Nele, perguntaram quais propriedades um sistema precisaria ter para “vencer” a troca de velocidade e precisão.

“A resposta está em dar respostas de “aceitar” e “rejeitar” diferentes limiares de evidência com limite de tempo. Eis o que isso significa: as abelhas só aceitam uma flor se, à primeira vista, tiverem certeza de que ela é recompensadora. Se elas tivessem alguma incerteza, elas a rejeitavam”, acrescentou Barron. 

E, embora isso signifique que as abelhas podem ter perdido algumas flores com recompensas, esses animais concentraram seus esforços apenas nas flores com a melhor chance e evidência de fornecer-lhes açúcar, reduzindo possíveis riscos. 


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