Desmatamento com correntão é extremamente nocivo para o meio ambiente
O desmatamento com correntão é uma prática de desflorestamento utilizada para a criação de pastos e áreas agrícolas. A prática é proibida por lei desde 2020. Ela apresenta riscos à fauna e à flora dos biomas brasileiros, sobretudo no bioma Cerrado. Entenda:
O que é?
O desmatamento com correntão é um método de eliminação da vegetação de uma área. A técnica consiste no uso de uma grande corrente que, com o auxílio de tratores, passa pelo terreno e retira toda a cobertura vegetal do local. Com isso, a área fica livre para a produção de gado e de agricultura.
O correntão de desmatamento é um instrumento utilizado, sobretudo, no bioma Cerrado. Isso porque se mostra eficiente para a retirada de espécies vegetais com um diâmetro menor do que 45 cm. Além disso, a topografia de terrenos nesse bioma é plana, facilitando o manuseio das correntes.
Impactos ambientais e legislação
Esse método é prejudicial para o meio ambiente, sendo agressivo por eliminar qualquer espécie vegetal presente. Por isso, em 2020, foi estabelecida a Lei nº 5.268, que incluiu no Código Florestal, a proibição dessa prática. Com isso, o uso de correntes é proibido e a sua infração se enquadra como crime ambiental e crime contra a flora.
O uso de correntão no desmatamento se mostrou prejudicial para a preservação e conservação ambiental. De acordo com as justificativas contidas na lei, o correntão de desmatamento foi responsável pelo regresso ambiental no Estado do Mato Grosso, onde a técnica foi amplamente utilizada.
Com isso, não apenas espécies vegetais nativas sofreram consequências. As espécies animais, que dependem da preservação da flora, também são impactadas. O uso do correntão não leva em conta os animais ali presentes.
A época em que a atividade praticada não leva em conta a época de reprodução das espécies vegetais, o que prejudica de forma significativa a biodiversidade. Outro ponto é a velocidade em que as correntes passam pela área, impedindo que espécies animais consigam fugir a tempo.
Por si só, esses efeitos são contrários à Lei de Crimes Ambientais, que determina como proibida a morte da fauna. Essa atividade também pode eliminar corredores ecológicos, provocando o desequilíbrio ecossistêmico.
Os corredores ecológicos são áreas ambientais preservadas que tem como objetivo a conexão entre diferentes áreas de preservação e conservação ambiental. Dessa forma, se eles deixam de existir, a passagem de espécies de uma área para a outra se torna limitada.