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O chorume é um líquido escuro gerado pela decomposição da matéria orgânica e que pode causar poluição ambiental

O chorume, também conhecido como lixiviado ou líquido percolado, é um líquido escuro gerado pela decomposição da matéria orgânica em aterros sanitários,  lixões e composteiras. Além de possuir um cheiro forte e desagradável, o chorume originado de resíduos sólidos e líquidos pode poluir o solo e corpos d’água. O chorume de composteira, por sua vez, não é tóxico e pode ser utilizado como fertilizante de solo e pesticida natural.

Na composteira, o chorume resulta da decomposição de matéria orgânica pura. Enquanto isso, em aterros e lixões, os vários tipos de descarte são decompostos juntos. Eles liberam um chorume contaminado e cujo descarte exige atenção. Para evitar impactos à saúde e ao meio ambiente, o chorume pode ser tratado de quatro maneiras diferentes.

Chorume de aterros sanitários e lixões

A composição do chorume varia por fatores que vão de condições ambientais, operação do local de descarte até características do próprio despejo. Por não oferecerem nenhum tipo de tratamento ao lixo depositado, os lixões são os locais mais contaminados pelo chorume.

Além de compostos orgânicos, o chorume contém substâncias que não são biodegradáveis. Portanto, não servem de substratos para micro-organismos, como sólidos suspensos e metais pesados, podendo contaminar o solo. Neste sentido, podem causar danos ao meio ambiente, pois acabam se acumulando no solo, água, plantas e animais.

O projeto de um aterro sanitário deve prever a instalação de elementos para captação, armazenamento e tratamento do chorume e do biogás. Além de sistemas de impermeabilização superior e inferior. Esses componentes são fundamentais para que a obra seja considerada segura e ambientalmente correta. Porém, existem muitos aterros sanitários desregularizados e que não tratam o chorume de forma adequada, contribuindo para os impactos citados.

Segundo o geólogo e antropólogo brasileiro Maurício Waldman, esse tipo de chorume é considerado uma das substâncias mais nocivas que se conhece. Ao lado do plutônio e da dioxina, o gás constitui uma das três substâncias mais perigosas do mundo moderno. Entre os metais pesados e tóxicos que o compõem estão cádmio, arsênio, cobre, mercúrio, cobalto e chumbo. O acúmulo desses metais no organismo pode gerar inúmeros problemas nos sistemas respiratório, cardiovascular e nervoso.

Impactos de aterros sanitários e lixões

Por apresentar substâncias tóxicas em sua composição, o chorume pode contaminar as águas do subsolo, passando o lençol freático, nas proximidades do aterro. A presença do chorume em águas subterrâneas provoca consequências extremamente sérias para o meio ambiente e para a saúde pública.

Devido à movimentação dos lençóis, o chorume pode dispersar-se e atingir poços artesianos. Aliado à ação das chuvas, ele pode ser transportado superficialmente, contaminando o solo e águas superficiais. Além disso, o chorume em aterros e lixões atrai vetores de doenças.

Chorume de composteira

Na composteira, o chorume resulta da decomposição de matéria orgânica pura. Por isso, ele não é tóxico e pode ser utilizado como fertilizante de solo e pesticida natural. A transformação do resíduo em húmus, ou adubo orgânico, é feita por seres detritívoros e decompositores, como as minhocas.

De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mais da metade de todo o lixo produzido em casa é orgânico. Todo esse resíduo, quando descartado em aterros e lixões — junto com materiais tóxicos como pilhas e baterias — acaba produzindo chorume e outros efluentes. São eles que causam impactos à saúde e ao meio ambiente. Além disso, os resíduos sem tratamento acabam produzindo gás metano, que é  25 vezes mais prejudicial para o efeito estufa do que o carbônico.

Vale ressaltar que as pilhas e baterias devem ser embaladas em plástico resistente e descartadas em locais específicos. Consulte quais são os postos de recolhimento mais próximos da sua residência ou local de trabalho no portal eCycle.

Se todo o resíduo orgânico produzido no Brasil fosse tratado com compostagem, seria possível evitar emissões de gás metano. E assim,produzir cerca de 37,5 toneladas de húmus por ano. Para poder reduzir aterros e lixões e a poluição de solos, lençóis freáticos e da atmosfera.

A transformação do resíduo em húmus, ou adubo orgânico, é realizada por seres decompositores (detritívoros), no caso os vermes. Neste grupo, se destacam as minhocas californianas. Afinal, elas têm maior capacidade de adaptação a condições de cativeiro e à alta produção de adubo orgânico.

Diferenças

Diferente do chorume produzido em aterros sanitários e lixões, o chorume da composteira não é tóxico e pode ser um fertilizante de solo e pesticida natural. Para utilizá-lo como fertilizante de solo, é preciso dissolver cada parte de chorume em dez partes de água.

Para utilizá-lo como pesticida natural, dissolva o chorume em água em uma proporção de meio a meio. Borrife nas folhas dos vegetais no final da tarde, para não haver queimadura de sol nas plantas.

Uma pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia analisou a eficiência da adição de chorume em plantas. Em 24 horas, foi visto que a população de bactérias boas nas plantas com o líquido eram de duas a três vezes maiores do que nas do grupo controle. Essas bactérias produzem compostos que ajudam as plantas a crescerem mais rápido e a se tornarem mais resistentes à doenças.

Além disso, observou-se que os níveis de carbono na água atingiram o pico depois que o chorume foi adicionado. Isso sugere que as bactérias estavam usando carbono para se reproduzir. E, o que é mais importante, nenhum micro-organismo nocivo foi detectado em qualquer lugar do sistema.

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Tratamento para o chorume

O chorume prejudicial à saúde e ao meio ambiente pode ser tratado de quatro maneiras diferentes.

Recirculação

A recirculação consiste em drenar e captar o chorume em um poço de acumulação, e devolvê-lo para o interior do aterro. Essa recirculação é feita introduzindo o chorume através dos drenos de gases. Ou através de uma rede de tubos perfurados que distribui esse líquido em canaletas escavadas na superfície do aterro.

 Por meio da ação biológica dos microorganismos presentes no lixo, o efeito tóxico do chorume vai sendo atenuado. Além disso, parte do chorume recirculado também sofre evaporação.

Tratamento biológico

O tratamento biológico do chorume constitui-se como uma alternativa de alta eficiência. Esse processo ocorre em tanques com micro-organismos aeróbios e anaeróbios que se alimentam dos compostos orgânicos. A partir daí, transformando a matéria orgânica decomposta em adubo. Os metais pesados são retirados por oxigenação.

Tratamento bioquímico

Esse tipo de tratamento envolve a utilização de plantas como agentes despoluidores de materiais e recursos contaminados. Barreiras bioquímicas são usadas com o intuito de remover, isolar e degradar as substâncias tóxicas contidas no chorume. Apesar de ser um tratamento relativamente simples, é necessário selecionar o tipo de planta utilizada. Além disso, o líquido precisa passar por um tratamento adequado posteriormente para ser reutilizado.

Aterros sanitários

chorume
Aterro Sanitário de Samambaia | Por Agência Brasília, sob CC BY 2.0, em Flickr

Os aterros sanitários são locais controlados para depósito e tratamento do lixo. Neles, o chorume é recolhido por meio da instalação de um sistema de drenagem que impermeabiliza o solo. Depois de recolhido, ele é encaminhado para os tanques utilizados no tratamento biológico. Nesse local, ocorre a retenção dos metais pesados, de modo que a água possa retornar despoluída ao meio ambiente.

Conclusão

A produção de chorume é um dos maiores problemas enfrentados pelos grandes centros urbanos. Por isso, é importante reduzir a quantidade de lixo gerado e adquirir uma composteira para transformar a matéria orgânica em húmus. Além disso, os lixões precisam ser substituídos por aterros sanitários controlados. Lugares onde o chorume naturalmente produzido pelo acúmulo de matéria orgânica possa ser tratado e realocado.


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