Saiba quais são os primeiros passos para colocar essa belezinha para funcionar e começar a fazer a compostagem
Você se encantou pela compostagem doméstica, com suas diversas vantagens práticas e ambientais, e adquiriu uma composteira. Ótimo! Mas e agora? Como montá-la? Quais os primeiros passos? Onde colocar as minhocas? Pra que serve a torneirinha?
Calma… Ter uma composteira não é nenhum bicho de sete cabeças e esta matéria vai te dar um panorama legal de como fazer compostagem e iniciar seus trabalhos como um “cuidador de minhocas recicladoras de comida”.
Como montar o sistema?
Em geral, a montagem das composteiras existentes no mercado atual é muito simples. Elas geralmente são empilháveis – os modelos costumam dispor de três caixas. Veja as primeiras dicas:
- Aconselhamos que você providencie com antecedência um apoio para a composteira se escorar (mesmo que na parede ou com alguma madeira, para que ela não corra risco de cair) e deixe-a no local definitivo onde pretenda instalá-la;
- Empilhe as caixas. A caixa com a torneirinha (coletora) deve ser a base para as outras duas;
- Na caixa intermediária (digestora), disponha o conteúdo do pacote (serragem e húmus), cobrindo todo o seu fundo;
- Faça o mesmo com a caixa de cima (também é digestora) e tampe.
Esse conteúdo de serragem e húmus é chamado de “cama” e é muito importante para receber as minhocas. Mas por quê?
A importância da “cama”
A “cama” é o local onde as minhocas se sentem seguras e se reproduzem. E isso não acontece à toa: com essa camada de serragem e húmus, o ambiente fica estável, não tem alterações de umidade, de pH e de temperatura é o abrigo perfeito.
Se a caixa tiver problemas com os fatores pertinentes para o sucesso da compostagem, as minhocas simplesmente fogem dessa caixa para outra, onde encontram um ambiente estável, indicando assim ao usuário que há problemas no sistema.
Iniciando a compostagem
Já montou tudo direitinho? Então é hora de começar de verdade:
- Separe previamente os resíduos orgânicos e o material de cobertura (material seco);
- Primeiramente, você deve colocar os resíduos orgânicos (veja mais informações na matéria “O que pode ser colocado na composteira doméstica“) amontoados em um canto da caixa, sem espalhar, e cobri-los completamente com o material seco;
- Você pode ir colocando os resíduos no dia a dia – leva aproximadamente um mês para que a caixa superior fique cheia;
- Quando isso acontecer, troque-a de lugar com a caixa intermediária, que já foi cuidada anteriormente com o conteúdo do pacote, fazendo a vez de “cama” para as minhocas.
- Deixe a caixa cheia de resíduos descansando no lugar da intermediária enquanto a intermediária enche no lugar da superior. Ou seja, quando a caixa de cima ficar cheia, troque-a de posição com a caixa intermediária por cerca de um mês, de modo que a caixa que ficou em cima se encha e a que ficou no meio, descanse.
Por que colocar material seco?
O material seco é muito importante para o processo da compostagem. Usado como material de cobertura, ele é fonte de carbono, e seu equilíbrio com o nitrogênio é um fator muito importante para o sucesso da compostagem.
“Poxa, e onde eu posso adquirir material seco”? Oras, basta olhar para o seu jardim. Dê uma varrida nele e há muita coisa que você pode aproveitar na composteira, como grama, folhas secas, palha ou serragem grossa.
Quanto à serragem, certifique-se que a mesma não esteja contaminada com cola ou verniz, pois se estiver, ela pode contaminar todo o sistema da composteira, inclusive o composto (o produto final).
Recomendamos que se use a serragem grossa, não a fina, a fim de manter a oxigenação no ambiente da composteira. A fina tende a se compactar, impossibilitado a circulação de ar no sistema, dificultando a decomposição dos resíduos orgânicos.
O que fazer com o composto?
Depois de algum tempo (cerca de dois meses), todos os resíduos se tornarão fertilizantes naturais! Mas é preciso saber o que fazer com os dois tipos de composto:
Líquido
O composto líquido na caixa coletora deve ser retirado pela torneirinha semanalmente. Este líquido provém do processo de decomposição dos resíduos orgânicos e é drenado pelo conteúdo da composteira. Ele pode ser chamado de fertilizante líquido, composto líquido ou chorume orgânico, pois é rico em nutrientes e livre de bactérias e pode ser utilizado para rega de plantas – diluído em 50 % de água.
Sólido
Este composto é a mistura do húmus das minhocas e a decomposição dos resíduos. Sua coloração é escura e ele é sólido e fonte de nutriente e de matéria orgânica estabilizada, que pode ser usada em solos – o que ajuda na melhora da qualidade e recuperação das plantas. Por isso, é recomendado que o composto seja aplicado assim que for preparado.
Para coletá-lo, coloque a caixa no sol para que as minhocas se escondam (elas são fotossensíveis). Tire o produto até deixar na caixa uns dois ou três dedos de terra, para servir de “cama” para as minhocas, na repetição do processo.