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Especialistas indicam que as emoções podem ter um cheiro distinto… mas, qual é o cheiro das emoções?

Você já se perguntou qual é o cheiro das emoções? Ou se, se quer, as emoções possuem um aroma distinto? Especialistas indicam que sim, e que, além disso, o ser humano é capaz de se comunicar com outros da mesma espécie através de sinais químicos que derivam do cheiro. 

Historicamente, o olfato é o sentido mais “negligenciado” entre os outros cinco sentidos. De fato, Charles Darwin, o famoso biólogo e naturalista inglês, afirmou que o sentido do olfato é de “serviço extremamente leve” para as pessoas. Ou seja, o especialista acreditava que o olfato não possuía uma influência tão grande na vida do ser humano. 

No entanto, os avanços na ciência possibilitaram um maior entendimento não apenas do olfato em si, mas também de suas funcionalidades e habilidades dentro da vivência humana. 

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As emoções têm cheiro? 

Segundo uma pesquisa realizada pela Universidade de Utrecht, na Holanda, é possível sentir o cheiro das emoções. Porém, além disso, foi notado que as emoções possuem cheiros distintos para cada tipo de sentimento e que eles podem ser comunicados através de “sinais químicos”. 

Ou seja, a pesquisa indica que você pode reconhecer o cheiro das emoções de outras pessoas, mesmo que inconscientemente. 

No estudo, pesquisadores coletaram amostras de suor de homens que assistiram a um filme de terror ou um que provocaria repulsa. Em seguida, foram registradas as expressões faciais das mulheres que realizaram uma tarefa visual e foram simultaneamente expostas às amostras de suor.

Foi observado que as mulheres que sentiram o cheiro do suor dos homens que assistiram ao filme assustador produziram expressões faciais indicativas de medo. Semelhantemente, mulheres que sentiram o cheiro do suor dos homens que assistiram ao filme nojento produziram expressões de nojo. 

Adicionalmente, as mulheres também apresentaram comportamentos alterados em suas tarefas visuais quando foram expostas aos sinais químicos, mas não tiveram consciência de qualquer mudança de expressão ou comportamento. Isso ressalta que parte das expressões das mulheres não foi resultante de sentir o cheiro de algo ruim, uma vez que isso também produziria uma expressão de repulsa, mas as pessoas estariam conscientes do aroma.

Porém, essa não foi a única pesquisa que comprovou o poder do cheiro das emoções. De acordo com um estudo de 2020, mulheres são mais sensíveis ao cheiro resultante da ansiedade. 

“A ansiedade é um sinal de ‘Por favor, preciso de ajuda’”, disse Bettina Pause, uma das autoras do estudo. E, segundo a especialista, a sintonização das mulheres com esse cheiro pode ser uma consequência evolutiva: historicamente, em situações angustiantes, as mulheres que cuidavam dos fracos.

E qual é o cheiro das emoções? 

Após a comprovação de que as emoções possuem cheiros, muitos especialistas tentaram apontar quais, de fato, eram esses aromas. Contudo, acredita-se que essas mudanças de odor em consequência das emoções são, na maioria das vezes, imperceptíveis, e apenas reconhecidas pelo inconsciente. 

Portanto, o cheiro das emoções continua um mistério dentro da comunidade científica. 

“É um problema multifacetado que ainda não começamos a desvendar”, disse Johan Lundström, neurocientista do Instituto Karolinska, ao Scientific American

Os cientistas começaram a identificar quais substâncias químicas no odor corporal podem ser responsáveis ​​por influenciar as conexões sociais. Foi concluído que uma molécula conhecida como hexanal, que exala um cheiro agradável de grama recém-cortada, parece aumentar a confiança nas pessoas.

“No entanto, ainda não sabemos se aqueles que têm mais hexanal no odor corporal são considerados mais confiáveis”, disse Monique Smeets, psicóloga social da Universidade de Utrecht, ao portal. 

Memória olfativa 

Além do cheiro das emoções, o olfato sempre foi associado aos sentimentos, o que pode ser notado através de fenômenos como a memória olfativa — a habilidade do cérebro em desencadear memórias a partir do cheiro.

A memória olfativa ocorre a partir de uma associação de odores ao hipocampo, parte do cérebro localizada perto das amígdalas. O hipocampo é responsável pelo armazenamento das emoções e sensações e, por sua proximidade às amígdalas, é frequentemente influenciado pelas percepções de sentidos como tato, paladar e olfato. 

Diversos estudos já comprovaram que o estímulo olfativo é maior do que estímulos visuais, ressaltando a importância do olfato. 

Uma pesquisa de 2004 da Universidade Brown, por exemplo, comprovou que mulheres possuem uma maior atividade cerebral quando cheiram perfumes que associam a memórias felizes do que perfumes novos. Além disso, essa atividade foi maior do que a produzida pela deixa visual de ver os frascos dos perfumes.

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O cérebro e o olfato 

Em geral, o olfato e o cérebro trabalham juntos para a funcionalidade da percepção olfativa. Ao respirarmos, diversas moléculas transportadas pelo ar entram pelo nariz e pela boca e se ligam às células receptoras que revestem as membranas mucosas no fundo do nariz. Assim, elas são passadas como diversos impulsos nervosos para o cérebro.

Quando esses sinais alcançam o cérebro, eles são recebidos e classificados no bulbo olfativo, uma estrutura na parte inferior da frente do cérebro. De lá, são transferidos para o córtex olfativo ou piriforme no cérebro superior para processamentos adicionais.

O bulbo olfativo também se conecta diretamente ao sistema límbico, a área do cérebro que regula a emoção. 

Entretanto, além dessa associação, o cérebro e o olfato podem ter um vínculo ainda maior. De acordo com uma pesquisa publicada na Frontiers in Neuroscience, o treinamento olfativo — comum para pessoas que sofrem com a perda de olfato — pode oferecer benefícios à saúde do cérebro e à função cognitiva. 

Nela, 20 participantes, todos com mais de 60 anos e geralmente saudáveis, receberam seis meses de enriquecimento olfativo durante a noite e todos melhoraram significativamente a sua capacidade de recordar listas de palavras em comparação com um grupo de controle.

Não se sabe exatamente o que resultou na melhora. Porém, foi observado que os pacientes que receberam o treinamento obtiveram mudanças em uma estrutura cerebral que conecta a memória e os centros emocionais.


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