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Aflatoxinas são substâncias nocivas produzidas por fungos que podem contaminar alimentos

Aflatoxinas são um tipo de micotoxinas produzidas pelos fungos do gênero Aspergillus flavus, A. parasiticus e A. nomius. Esses fungos podem ser encontrados em uma diversidade de cultivos de alimentos, como amendoim, trigo, nozes, milho e algodão.

Quando ingeridas por humanos e animais, as aflatoxinas podem causar danos no fígado, hepatite B, malformação congênita, problemas de imunidade e até mesmo morte. Isso mostra que nem todos os fungos podem ser ingeridos com segurança.

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Espécies de fungos produtores de aflatoxinas

Embora seja possível encontrar aflatoxinas em espécies de fungos como a Emericella spp., as principais espécies produtoras são os fungos A. flavus, A. parasiticus e A. nomius.

Ao todo, os fungos são capazes de produzir mais de 20 tipos de aflatoxinas, mas as mais conhecidas são a aflatoxina B1 (AFB1), aflatoxina B2 (AFB2), aflatoxina G1 (AFG1) e aflatoxina G2.

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Entretanto, fungos que produzem essas micotoxinas são encontrados em todo o mundo. As espécies flavus podem contaminar colheitas inteiras e permanecerem vivas durante o armazenamento e processamento dos alimentos.

Elas normalmente são encontradas em cultivos de milho, sementes de algodão e frutos de casca dura. Seu modo de dispersão pode se dar pelo ar, solo e folhas. Já as espécies parasiticus são mais dominantes em cultivos de amendoim.

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Ingestão de aflatoxinas

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhecem que existem muitas toxinas presentes em produtos agrícolas.

O problema no caso das aflatoxinas é que, além de contaminarem os alimentos, elas não podem ser destruídas por meio do cozimento.

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O que é preciso saber sobre contaminação cruzada

Para garantir a segurança alimentar de produtos possivelmente contaminados com aflatoxinas, é preciso aplicar métodos industriais físicos, químicos e biológicos. Dessa forma, elas são eliminadas total ou parcialmente.

Efeitos das aflatoxinas

O método de exposição mais comum a essas toxinas ocorre após o consumo de produtos vegetais contaminados ou ao consumo de carne ou laticínios de animais que comeram alimentos contaminados. No entanto, agricultores e outros trabalhadores agrícolas podem ser expostos pela inalação de poeiras geradas durante o manuseamento e processamento de culturas e alimentos contaminados.

Em geral, as aflatoxinas podem causar inúmeros tipos de efeitos nocivos ao ser humano após a contaminação. Porém, acredita-se que normalmente prejudicam mais fortemente o fígado, causando hepatotoxicidade. Os efeitos desse quadro incluem febre, mal-estar e anorexia, seguidos de dor abdominal, vômitos e hepatite. 

Por outro lado, a toxicidade crônica pode gerar efeitos imunossupressores e até carcinogênicos.

Como afeta o organismo humano

A FAO categoriza os efeitos dessas toxinas em relação aos sistemas e órgãos que atuam sobre. Segundo a organização, a intoxicação por aflatoxinas (aflatoxicose) pode afetar: 

  • Mudanças patológicas: causando possivelmente o aumento do fígado, rins e baço e síndrome do fígado gorduroso.
  • Sistema urinário: inflamação renal que pode levar à falha do órgão. 
  • Digestão: diminuição da digestão e absorção de proteínas e gorduras, degradação prejudicada de carboidratos, diminuição da motilidade, diarreia.
  • Sistema nervoso: possivelmente causando um comportamento anormal ou, até mesmo, a depressão. 
  • Sistema reprodutivo: contagem reduzida de espermatozoides e infertilidade; ou resultados neonatais — fetos com baixo peso ao nascer.
  • Crescimento: segundo a FAO, evidências sugerem que a exposição às aflatoxinas pode reduzir a taxa de crescimento em seres humanos. 
  • Gene e expressão gênica: pode apresentar efeito teratogênico — que causa defeitos congênitos. 
  • Gene e supressão genética: efeitos carcinogênicos, principalmente nos rins. 
  • Imunossupressão: diminuição da resistência e suscetibilidade ao HIV, tuberculose e outras infecções oportunistas.

Além disso, a FAO alerta que, em geral, a exposição a grandes doses da toxina podem levar a doenças agudas e à morte — geralmente através de cirrose hepática. Enquanto doses baixas crônicas têm efeitos nutricionais e consequências imunológicas e todas as doses têm efeito cumulativo no risco de câncer. 

Tipos de aflatoxicose 

De acordo com a FAO, existem dois tipos de aflatoxicose, classificadas pelo tipo de exposição. São elas a aflatoxicose aguda e a crônica. 

Aflatoxicose aguda

A intoxicação aguda é caracterizada pelo desenvolvimento da doença hepatotóxica, que pode ser manifestada através dos seguintes sintomas: 

  • Depressão;
  • Anorexia; 
  • Icterícia; 
  • Hemorragias;
  • Edema das extremidades inferiores; 
  • Dor abdominal;
  • Vômito. 

Aflatoxicose crônica

Acredita-se que cerca de 4,5 mil milhões de pessoas em todo o mundo estão em risco à condição, que pode causar: 

  • Câncer de fígado: responsável por 5% de 28% do casos desse tipo de câncer;
  • Função imunológica prejudicada;
  • Atrofia infantil;
  • Possíveis defeitos do tubo neural.

Ingestão de alimentos contaminados

A presença de aflatoxinas é comum em oleaginosas, especiarias e cereais contaminados durante várias etapas da colheita ou armazenamento. A contaminação fúngica pode ocorrer no campo ou durante a colheita, transporte e armazenamento.

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Em casos de contaminação no trigo, normalmente a ocorrência se dá como resultado de armazenamento inadequado. No leite, essas micotoxinas representam geralmente 1–6% do conteúdo total. Mas, elas também podem estar presentes em ovos, carne e derivados, leite e produtos lácteos.

Efeitos na agricultura e nos alimentos

As aflatoxinas podem gerar prejuízos significativos às culturas agrícolas. Commodities como milho, amendoim, pistache, castanha-do-pará, copra e coco são altamente suscetíveis à contaminação por aflatoxina, enquanto o trigo, aveia, milheto, cevada, arroz, mandioca, soja, feijão, leguminosas e sorgo são geralmente mais resistentes à esse tipo de contaminação. Já produtos agrícolas como cacau, linhaça, sementes de melão e sementes de girassol raramente são contaminados.

Saúde pública e controle

Uma das principais formas de controlar as aflatoxinas é por meio do biocontrole. Essa técnica se dá por meio da promoção da competitividade de cepas toxigênicas de A. flavus com o uso de cepas não toxigênicas, reduzindo a contaminação, principalmente em culturas de milho.

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Mas a espécie A. flavus atoxigênica também é usada para a prevenção de aflatoxina em cultivos de amendoim, milho e caroço de algodão. Boas práticas agrícolas também ajudam a controlar as toxinas. Entre essas práticas, se destacam boa nutrição de plantas, controle de ervas daninhas e rotação de culturas.

A FAO ressalta, também, métodos de prevenção à aflatoxicose, que incluem: 

  • Remoção das fontes de contaminação; 
  • Promoção de melhores técnicas agrícolas e de armazenamento de alimentos;  
  • O desenvolvimento de recursos eficientes para a testagem e diagnóstico da condição; 
  • A criação de padrões rígidos de qualidade alimentar;
  • Aumentar a conscientização geral e social sobre as aflatoxinas e os ricos que apresentam à saúde, assim a assegurando a segurança da população; 
  • Implementar uma alimentação melhor e mais segura ao gado, além de estabelecer um melhor ambiente para esses animais, evitando a sua contaminação e, consequentemente, a contaminação humana.

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