O turismo regenerativo propõe uma mudança de valores que vai além da minimização de impactos proposta pela sustentabilidade
O turismo regenerativo propõe uma mudança de valores que vai além da minimização de impactos proposta pela sustentabilidade. Partindo do conceito de desenvolvimento regenerativo, o turismo regenerativo busca não só conservar, mas também recuperar, resgatar e regenerar os inúmeros impactos negativos causados aos ecossistemas, culturas e indivíduos enquanto atividade turística. Além de possuir a natureza como eixo central, o turismo regenerativo leva em consideração os pilares social, econômico, político e espiritual.
Com o aumento das mudanças climáticas e a crescente preocupação com os impactos ambientais causados pelo nosso estilo de vida, o turismo regenerativo é cada vez mais procurado por aqueles que procuram diversão sem agredir o meio ambiente. “Quando o turismo agrega valor a um destino, melhorando a qualidade de vida dos moradores e a saúde do ecossistema, pode ser considerado regenerativo”, diz Jeremy Sampson, presidente da Future of Tourism Coalition e CEO da Travel Foundation.
De modo geral, pode-se dizer que o turismo regenerativo é um tipo de conservação in situ promovido em Unidades de Conservação.
Conservação in situ
A conservação in situ significa a conservação dos ecossistemas e habitats naturais e a manutenção e a recuperação de populações viáveis de espécies em seus ambientes naturais e, no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos ambientes onde elas se adaptaram.
As Unidades de Conservação (UC ‘s) podem ser consideradas como um exemplo de conservação in situ. Por definição, elas são “espaços territoriais e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção da lei”, de acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), estabelecido pela Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000.
De modo geral, as Unidades de Conservação são divididas em Unidades de Conservação de Proteção Integral e Unidades de Conservação de Uso Sustentável. As Unidades de Conservação de Proteção Integral são regidas por regras mais severas que visam a proteção da natureza, fazendo com que os recursos naturais não possam ser utilizados diretamente. Já as Unidades de Conservação de Uso Sustentável procuram conceber uma forma sustentável de uso dos recursos naturais.
Diferença entre ecoturismo e turismo regenerativo
Turismo regenerativo não é sinônimo de turismo ecológico, ou ecoturismo. A Organização Mundial de Turismo das Nações Unidas define o último como “turismo que leva plenamente em conta seus impactos econômicos, sociais e ambientais atuais e futuros, atendendo às necessidades dos visitantes, da indústria, do meio ambiente e das comunidades anfitriãs”. 3 Gregory Miller, diretor executivo do Center for Responsible Travel, um dos seis fundadores da coalizão, diz que as viagens regenerativas se baseiam em uma base de turismo sustentável, em vez disso, “nos colocam no caminho de alcançar a verdadeira sustentabilidade”.
Em outras palavras, é uma obrigação viajar não apenas de uma maneira que possa ser mantida sem sobrecarregar lugares e comunidades, mas de uma maneira que realmente beneficie o destino e seu povo.
As abordagens de turismo regenerativo fomentam opções mais conscientes, com claros benefícios para a comunidade. Neste sentido, também se aplicam os princípios de um turismo sustentável e responsável, com especial atenção para a gestão cuidada e os impactos locais.
Destinos que promovem turismo regenerativo
- Amazônia paraense;
- Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses;
- Chapada Diamantina;
- Comuna de Ibitipoca;
- Fazenda Escola Bona Espero;
- Instituto Terra Luminous.
Importância da conservação ambiental
A conservação ambiental é importante para que as próximas gerações contem com recursos para a sua manutenção e subsistência. Além disso, é uma maneira eficaz de cuidar do habitat das espécies da nossa fauna e flora, impedindo que animais ou plantas entrem em extinção. No entanto, a conservação ambiental tem que ser feita de forma inteligente para ser efetiva, já que mesmo áreas conservadas podem sofrer efeito de borda e serem eliminadas.
No caso do turismo regenerativo, é importante que organizações e comunidades fiscalizem e controlem a atividade.