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Segundo um estudo, o pesticida DDT aumenta o risco de câncer de mama em mulheres que foram expostas à substância em algum momento da vida

O câncer de mama é uma doença provocada pela multiplicação desordenada de células anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos. Ele pode ser causado por vários fatores, como alterações genéticas, obesidade e exposição a pesticidas. 

A relação entre a doença e a exposição a pesticidas ainda gera polêmicas, principalmente porque os indivíduos estão expostos a outras substâncias prejudiciais à saúde. No entanto, é importante ressaltar que pesquisas vêm mostrando o potencial de desenvolvimento de câncer de mama associado a diversos pesticidas. 

Pesticidas

Pesticidas são substâncias desenvolvidas tecnologicamente para serem utilizadas no campo. Eles são classificados por diferentes tipos, tais como herbicidas, inseticidas e fungicidas. Apesar de serem amplamente utilizados, os pesticidas podem ser tóxicos e prejudiciais para a saúde humana e o meio ambiente.

Segundo o National Pesticide Information Center, um pesticida é qualquer substância que se destina a prevenir, destruir, repelir ou mitigar qualquer “praga”. Dessa forma, eles servem para matar organismos que se proliferam em um ambiente em desequilíbrio, como no caso de monoculturas — uma prática que se estabeleceu com a Revolução Verde.

Há diferentes tipos de pesticidas para cada situação específica. Conheça alguns deles:

Tipos de pesticidas

  • Algicidas: usados para matar e retardar o crescimento das algas;
  • Antimicrobianos: matam micro-organismos;
  • Biopesticidas: feitos a partir de organismos vivos;
  • Fungicidas: usados para matar fungos;
  • Herbicidas: inibem o crescimento de plantas;
  • Inseticidas: usados para matar insetos;
  • Moluscidas: usados para matar lesmas, caracóis e outros moluscos;
  • Pesticidas: controlam “pragas”, podem ser de origem natural ou não;
  • Rodenticidas: usados para matar roedores, como ratos.

Riscos para a saúde humana

O uso de pesticidas também pode trazer riscos para a saúde humana. Isso pode acontecer quando são usados dentro ou ao redor de casas e jardins, quando se trabalha diretamente com os produtos ou, ainda, quando são utilizados nos alimentos.

O glifosato, por exemplo, é um herbicida que pode causar intoxicação humana. Ele está entre os dez agrotóxicos mais consumidos no Brasil e é atribuído principalmente às safras transgênicas, como soja, milho e canola. Estudos mostram que a substância tem contaminado alimentos, atmosfera, solo e lençol freático, e também está relacionada ao aparecimento de certos problemas de saúde, como câncer, diabetes e infertilidade.

Câncer de mama

O câncer surge quando ocorrem mutações nos genes que regulam o crescimento celular. Essas mutações fazem com que as células se multipliquem de maneira descontrolada. No caso do câncer de mama, as células cancerosas surgem nos lóbulos mamários.

Os lóbulos são as glândulas que produzem leite, e os ductos são os caminhos que levam o leite das glândulas para o mamilo. O câncer também pode ocorrer no tecido adiposo ou no tecido conjuntivo fibroso da mama.

As células cancerígenas não controladas frequentemente invadem outros tecidos mamários saudáveis ​​e podem viajar para os linfonodos sob os braços. Os linfonodos são um caminho primário que ajuda as células cancerígenas a se moverem para outras partes do corpo.

Nos estágios iniciais, o câncer de mama pode não apresentar sintomas. Em muitos casos, um tumor pode ser pequeno demais para ser sentido, mas uma anormalidade ainda pode ser vista na mamografia. Se um tumor pode ser sentido, o primeiro sinal é geralmente um novo nódulo na mama que não existia antes. No entanto, nem todos os nódulos são câncer.

Estudos que confirmam a relação pesticida e câncer de mama

Pesticida e câncer de mama
Imagem de Angiola Harry no Unsplash

Uma pesquisa realizada por Niehoff examinou a associação entre a exposição a pesticidas na infância e na adolescência e o risco de câncer de mama em mais de 50 mil mulheres, por meio de um estudo de Coorte. Durante cinco anos de acompanhamento, foram diagnosticados 2134 casos de câncer de mama. 

Para verificar a exposição residencial e agrícola a pesticidas, foram feitas entrevistas padronizadas com auto registro do contato às substâncias. Ao final do estudo, não foi encontrada associação entre a exposição a pesticidas na infância/adolescência e o risco de câncer de mama. No entanto, foi observado um aumento no risco de desenvolver câncer de mama associado a eventos agudos de exposição em um subgrupo de mulheres jovens.

De acordo com um estudo publicado no Journal of the National Cancer Institute, o pesticida DDT aumenta o risco de câncer de mama em mulheres que foram expostas à substância em algum momento da vida. 

Evidências sugerem que pessoas que tiveram contato com o pesticida antes dos 14 anos, particularmente quando bebês ou no início da infância, possuem mais possibilidade de desenvolver esse tipo de tumor antes da menopausa. Já aquelas sujeitas à substância depois dessa fase estão em risco aumentado ao alcançarem os 50 anos.

“O que descobrimos é que o tempo realmente importa. Sabemos que se exposições perigosas acontecem quando o tecido das mamas está mudando rapidamente, como na puberdade, isso impacta o desenvolvimento do órgão de forma que pode resultar em câncer posteriormente”, diz Bárbara Cohn, pesquisadora do Instituto de Saúde Pública dos Estados Unidos.

Por fim, outra pesquisa mostrou que mulheres que trabalham diretamente em contato com pesticidas são mais prejudicadas que homens, já que possuem maior quantidade de gordura corporal e variação hormonal. Por isso, há maior quantidade de mulheres afetadas pelo câncer de mama, fibromialgia, fadiga crônica e pela Síndrome de Hipersensibilidade Química Múltipla que os homens, geralmente diagnosticada como alergia.

Alternativas

Aumentar a ingestão de orgânicos ajuda a diminuir a exposição aos pesticidas. Mas, em alguns casos, higienizar os vegetais também pode reduzir a quantidade de agrotóxicos.

Em âmbito global, cientistas destacam a necessidade de uma estratégia de transição para um modelo agrícola que reduza o uso de pesticidas. Isso ajudará a proteger a biodiversidade, que mantém a saúde e as funções do solo, e também contribuirá para a segurança alimentar.


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