A oxibenzona é um dos grandes perigos do protetor solar químico para a saúde e meio ambiente
A oxibenzona é um composto orgânico e um agente. Ele é utilizado para proteção da pele com relação à incidência de determinadas ondas dos raios solares. O problema que envolve a oxibenzona está relacionado com a sua capacidade de penetrar nas camadas profundas da pele, de modo que uma quantidade significativa da substância acaba permanecendo no organismo.
Devido a essa propriedade do composto, a oxibenzona tem sido associada a distúrbios hormonais e a danos às células, o que pode provocar desde envelhecimento precoce até câncer.
Você já deve ter lido ou ouvido sobre a importância de usar protetor solar. Tem gente que interpreta as dicas dos dermatologistas de forma metafórica. Porém, para os que as entendem de modo literal, é bom repensar as recomendações de sempre usar o filtro solar – ou melhor: estar atento para qual protetor solar você usa.
Sim, é preciso se proteger do Sol forte, mas é importante ver quais substâncias estão presentes no produto que você usa. Isso porque algumas delas, como a oxibenzona, podem ser péssimas para a saúde e para o meio ambiente.
Para que serve a oxibenzona?
O composto orgânico pode ser encontrado na maioria dos protetores solares. Principalmente os comercialmente vendidos com fator de proteção maior que 30 e nos protetores de 15 a 30. Além disso, também está presente em:
- Hidratantes com fator de proteção
- Esmalte para unhas
- Perfumes femininos e masculinos
- Protetores solares para os lábios
- Bases
- Spray de cabelo
- Condicionador
- Shampoos
- Cremes antirrugas
- BB creams
- Loção pós-barba
- Protetor solar para crianças.
Nas embalagens, a oxibenzona pode ser identificada como: Oxybenzone, B3, Benzophenone-3, (2-Hydroxy-4-Methoxyphenyl) Phenyl- Methanone, (2-Hydroxy-4-Methoxyphenyl) Phenyl Methanone; 2-Benzoyl-5-Methoxyphenol; 2-Hydroxy-4-Methoxybenzophenone; 4-Methoxy-2-Hydroxybenzophenone, Advastab 45; Ai3-23644; Anuvex; 2-Hydroxy-4-Methoxy.
Como a oxibenzona atua
O composto absorve raios ultravioletas do tipo A (UV-A) e do tipo B (UV-B), que compõem 95% da radiação UV. Esse tipo de radiação penetra nas camadas profundas da pele. Assim, sendo responsável pelo envelhecimento precoce da pele e pelo bronzeamento rápido.
Em alguns casos de desproteção da pele, causa câncer de pele por meio de alterações no DNA. Desse modo, para proteger do UVA, a oxibenzona também penetra nas camadas profundas da pele.
Oxibenzona faz mal?
Efeitos na saúde
Os danos à saúde provocados pela oxibenzona são diversos:
- reações alérgicas na pele com protetor solar, desencadeadas pela exposição ao sol;
- mutação celular;
- desregulação de processos hormonais;
- liberação de radicais livres.
Em um estudo, foi possível verificar que, para uma aplicação no corpo inteiro de protetor solar contendo 4% de oxibenzona, apenas 0,4% (11 mg) foi excretado nos dois dias seguidos à aplicação. Ou seja, foram aplicados 2,75 gramas de oxibenzona por meio do protetor solar no corpo de cada pessoa e, devido à baixa excreção, ainda permaneceram no corpo aproximadamente 2,74 gramas de oxibenzona.
A conclusão é simples: tudo o que aplicamos na nossa pele entra no nosso organismo. Desta forma, a substância pode sair ou permanecer acumulada. O problema é que quando permanece no nosso organismo, a oxibenzona possibilita o desenvolvimento de doenças.
Por conta da grande quantidade de oxibenzona que é absorvida por meio da pele, o uso de protetores solares com essa substância deve ser evitado por crianças.
Impacto ambiental
Quando passamos protetor solar e vamos para o mar, estamos liberando os compostos químicos do produto no oceano. Estudos têm mostrado que milhões de toneladas de protetor solar são liberados no mar todos os anos em todo o mundo.
Compostos como a oxibenzona estão impactando negativamente recifes de corais, que se tornam incapazes de suportar o uso de protetores solares com essa substância devido ao aquecimento das águas durante o verão. Além disso, nanopartículas dos protetores solares reduzem a atividade de bactérias essenciais para decomposição e renovação da água.
Outros nutrientes inorgânicos também são lançados por meio do protetor solar com o fósforo e o nitrogênio, promovendo o crescimento descontrolado de algas. Elas podem diminuir a quantidade de oxigênio dissolvido no oceano. Assim, provocando uma reação em cadeia que, além de afetar a vida marinha, sempre chega ao ser humano de alguma forma. Nesse caso, com a redução de pescados de origem marinha disponíveis.
Regulamentação nacional e internacional
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) permite a presença de oxibenzona em produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes. A concentração máxima permitida é de 10%, sendo que, para concentrações acima de 0,5%, deve constar no rótulo a advertência: contém oxibenzona.
O Comitê Científico de Produtos de Consumo (SCCP – sigla em inglês) da Comissão Europeia, baseado em estudos, aponta que a concentração máxima de oxibenzona em filtros solares com proteção ultravioleta deve ser de 6%. Em outros produtos cosméticos com fator de proteção em sua formulação, a concentração máxima deve ser de 0,5%.
Alternativas
Para quem não quer ser exposto à oxibenzona, opte por protetores solares e por outros cosméticos que te protejam dos raios ultravioletas utilizando óleos vegetais, como o de:
- Camellia sinensis (chá verde)
- Coffea arabica e C. canephora (café)
- Rosmarinus officinalis (alecrim)
- Aloe vera (babosa)
- Viola tricolor (amor-perfeito)
- Matricaria recutita (camomila)
- Arachis hypogaea L. (amendoim)
- Cocos nucifera (coqueiro)
- Sesamum indicum (gergelim)
No entanto, os óleos vegetais ainda apresentam fator de proteção abaixo do mínimo considerado, que é de FPS 15. Neste sentido, produtos que utilizam óleos vegetais como protetor solar usam também outros potencializadores de proteção para chegar ao fator mínimo. Eles podem ser químicos naturais ou sintéticos. Por isso, é sempre bom olhar os rótulos dos produtos para verificar se eles contêm compostos nocivos, como a oxibenzona.