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A neutralidade corporal difere do movimento body positive e ensina que é possível valorizar o corpo sem amá-lo

Neutralidade corporal surgiu como uma resposta ao movimento de positividade corporal, ou body positive. A premissa da neutralidade corporal não é amar seu corpo a todo o momento. É entender que mesmo que você não goste dele, ele tem funções que são essenciais para a vida. Ou seja, deixar de focar tanto na aparência física de seu corpo, e começar a ver quais as capacidades dele.

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Para o movimento de neutralidade corporal, não é necessário amar seu corpo sempre. Pode ser difícil desenvolver esse sentimento. Devido aos estereótipos e preconceitos existentes na sociedade Desta forma, a neutralidade corporal prega que as pessoas precisam entender o valor de seus corpos.

Quase como dizer a si mesmo “apesar de não gostar da aparência de meus braços, sei que eles são importantes para minhas tarefas diárias e meu trabalho”. Desta forma, a sua felicidade não vem apenas de como o seu corpo aparenta em determinado dia. Para a neutralidade corporal, a felicidade deve vir das coisas que seu corpo pode lhe proporcionar. 

Em vez de se torturar com críticas sobre seu corpo, você pode praticar a neutralidade corporal e entender as funções dele. Afinal, seu corpo lhe permite correr, nadar, carregar compras, se divertir, usar roupas legais, segurar livros, abraçar amigos e familiares e encher seu pet de carinho. Quando você se alimenta com algo que quer muito, você está praticando neutralidade corporal. Assim, entendendo e aceitando as necessidades de seu corpo. 

Positividade corporal ou Body Positive

O movimento de positividade corporal começou a ganhar espaço na mídia no ano de 2012. Na época, o objetivo principal do body positive era acabar com a gordofobia, a discriminação de corpos e a relação das pessoas com transtornos alimentares. 

A ideia era pregar para as pessoas que elas deveriam sempre amar o próprio corpo, independente de sua aparência. Desta forma, os ativistas da causa tinham como propósito o fim de metas irrealistas do corpo feminino e mais diversidade corporal nas mídias. No entanto, o movimento acabou recebendo diversas críticas por sua abordagem.

A principal crítica era feita por minorias, pessoas gordas, negras, com deficiência ou algum tipo de condição na pele. Para esses indivíduos, pessoas brancas e magras estavam tomando conta do movimento e acabando com toda a sua premissa. O espaço que antes era tomado por minorias, agora tinha sido dominado por indivíduos que sempre tiveram a sociedade a seu favor.

Neutralidade corporal como resposta

Para alguns ativistas que lutam contra a gordofobia, o movimento de positividade corporal havia chegado a um patamar irrealista. Isso porque, para minorias como gordos, pessoas com deficiencia e negros, a jornada de amor próprio era cheia de obstáculos plantados pelos preconceitos da sociedade. 

Essas pessoas acreditam que é muito difícil dizer a alguém que sofre essas discriminações, que ela precisa se amar todos os dias incondicionalmente. Afinal, ela sempre acorda para viver em um mundo que não foi preparado para ela. 

gordofobia
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O despreparo da sociedade em acolher as minorias é explícito, mas costuma ser visto apenas por aqueles que sofrem com isso. Alguns exemplos são:

  • Pessoas gordas que não encontram peças de roupa do seu tamanho ou enfrentam dificuldades em transportes públicos, pois não cabem nos bancos;
  • Pessoas com deficiência que enfrentam a falta de acessibilidade em praticamente todos os locais, seja pela falta de equipamentos de acesso – como rampas – ou por discriminação;
  • Pessoas pretas que não são representadas pela mídia ou são representadas com estereótipos racistas.  

Discriminação e gordofobia

Para esses indivíduos, a ideia de que o amor pelo corpo deve ser incondicional acaba sendo destruida pela discriminação vivenciada. A neutralidade corporal cria uma alternativa para que essa comunidade consiga falar de suas dores, sem gerar uma expectativa irreal sobre seus corpos.

Quando todos aderem a ideia de que qualquer corpo merece valor, independente de suas características físicas, se torna mais fácil lutar contra o preconceito. Assim, a neutralidade corporal também luta pela premissa de que não existe corpo perfeito ou com a aparência ideal, e sim que existe o corpo que atende às suas demandas e lhe permite viver.

Essa discussão ainda abre espaço para encorajar as pessoas a viverem uma vida mais saudável. Sem padrões de beleza que precisam ser seguidos, a neutralidade corporal preza para que seu corpo seja valorizado. Para isso, ele precisa estar bem cuidado, bem alimentado e seguro.

Benefícios da neutralidade corporal em atividades físicas

neutralidade corporal

Melhora na conexão mental e física 

Quando se realiza uma rotina de exercícios físicos com o intuito de conseguir chegar o mais rápido possível em um padrão de beleza, é possível que ocorra muito estresse no meio do caminho. Isso porque a ideia de atividade física pode ser associada a um tipo de sofrimento ou punição. O que consequentemente faz com que a pessoa se sinta menos motivada para treinar.

Aderir a neutralidade corporal e entender os limites do seu corpo é o passo mais importante para um treino saudável. Não deixe que a atividade física afete negativamente sua saúde, tentando forçar algo que seu corpo não aguenta. Neste momento é preciso entender que, mesmo que não seja agradável, seu corpo é daquele jeito e para se manter com saúde é preciso respeitar isso.

Logo, pessoas que praticam neutralidade corporal conseguem encontrar felicidade e relaxamento melhor na rotina de atividades físicas, ligando o sentimento de conforto a exercícios que são adequados ao corpo. 

Aumento na motivação

Um estudo, realizado em 2018, provou a diferença entre mulheres que praticavam neutralidade corporal em seus exercícios e aquelas que não praticavam. As participantes que queriam emagrecer para alcançar um padrão de beleza, ganharam peso de volta ao final da pesquisa. E aquelas que treinavam apenas para se manter saudáveis conseguiram manter a perda de peso. 

Para os pesquisadores, basear a motivação do treino na perda de peso e melhora na aparência não é a melhor opção. Em vez disso, é preciso deixar o corpo guiar quais as melhores atividades, para que a pessoa se sinta feliz e tenha melhores resultados ao realizar o exercício físico. 

Menos estresse

Aceitar seu corpo como ele é, entendendo que nem sempre é possível amá-lo, auxilia a diminuir o estresse causado pela baixa autoestima. A pressa acaba sendo uma grande inimiga, já que causa mais dor de cabeça e menos prazer nas ações para se manter saudável. 

Por isso, a filosofia da neutralidade corporal permite que você respeite o tempo do seu corpo e a capacidade dele. Quando ter um corpo de acordo com o padrão não é mais o objetivo, é possível começar a longa trilha do amor próprio e de melhora na saúde mental. Aproveite o que você consegue fazer com seu corpo agora, em vez de se culpar por aquilo que não pode fazer.

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Sucesso em longo prazo 

Alguns especialistas acreditam que muitas pessoas desistem da rotina de exercícios devido à demora dos resultados. A aceitação da neutralidade corporal permite que a espera por esses resultados não seja desesperadora. Assim, a pessoa pode entender que o que ela deseja talvez demore um pouco, mas isso não faz com que seu corpo tenha menos valor ou mereça ser desrespeitado. 

Afinal, as atividades físicas servem para manter o corpo ativo e capaz de realizar diversas ações, e não apenas para alcançar certa aparência. Só porque um indivíduo não tem o que a sociedade acredita ser um corpo ativo fisicamente, não significa que ele não pratica alguma atividade para se manter saudável. 


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