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Greenshifting é uma prática empresarial que transfere a responsabilidade dos problemas ambientais para consumidores

Greenshifting é uma estratégia empresarial de greenwashing que consiste em responsabilizar o consumidor por problemas ambientais causados pelos próprios produtos ou serviços oferecidos. O nome é autoexplicativo, uma vez que “green”, em inglês, significa “verde” e “shifting” significa “mudando” ou “transferindo”.

Quando uma empresa declara ser mais verde do que realmente é, a prática é conhecida como greenwashing. No entanto, na medida em que os consumidores começaram a saber identificar o greenwashing, as estratégias se tornaram mais sofisticadas e discretas. Assim, as empresas que têm o objetivo de camuflar suas práticas poluentes encontram novas maneiras de enganar o público, como o greenshifting.

Essa estratégia faz parte de uma lista de diversas práticas empresariais que prejudicam o meio ambiente. Confira mais sobre os outros tipos de greenwashing:

  1. Greenhushing: um tipo de greenwashing camuflado?
  2. Greenlabelling: o greenwashing escondido em rótulos
  3. Greencrowding: estratégia de greenwashing em grupo
  4. O que é greenlighting e por que você pode estar sendo enganado 
  5. Greenrising: as falsas metas verdes empresariais
  6. Lavagem climática: empresas capitalizam eco-ansiedade com climate-washing
  7. Woke-washing: pratica empresarial coloca humanidade em risco

Como o greenshifting funciona?

O greenshifting é utilizado quando grandes empresas poluidoras argumentam que elas não são responsáveis pelas decisões do consumidor de utilizar os seus produtos. Dessa maneira, o público geral é considerado culpado por problemas ambientais que são causados pelas próprias empresas. Alguns exemplos incluem poluição, aquecimento global e escassez de água

Além disso, a responsabilidade de combater essa crise também é colocada na conta do consumidor. Isso significa que algumas empresas recomendam que os consumidores adotem estratégias individuais em vez de adotarem medidas e políticas menos poluentes nos seus processos produtivos. Essas ações individuais incluem evitar andar de transportes individuais, reduzir o consumo de energia elétrica e usar menos plástico.

Quais os impactos ambientais de cada meio de transporte?

Essa situação é muito frequente com empresas relacionadas com a indústria do petróleo. No geral, a culpa das mudanças climáticas e emissões de gases do efeito estufa é colocada na demanda de energia dos consumidores. Enquanto isso, elas omitem que o problema é causado, sobretudo, pela universalização da queima de combustíveis fósseis. Essa queima, normalmente, é usada para geração de energia elétrica. Assim, isso vira uma tática para moldar a visão do público.

No entanto, as ações individuais não aumentam em um ritmo suficiente para conseguirem atingir as metas ambientais em tempo suficiente. De acordo com um artigo publicado no The Guardian, apenas 20 empresas de combustíveis fósseis produziram cerca de 35% do CO2 e metano liberados desde 1965. Dessa forma, são necessárias ações coletivas que procuram mudanças na política em todas as escalas.

A responsabilidade é do consumidor?

Foto de Ryoji Iwata na Unsplash

Um contra-argumento utilizado para rebater a responsabilidade que as empresas colocam nos consumidores é que estamos inseridos num sistema criado pelas próprias grandes empresas. Esse sistema cria a ideologia difundida do consumismo.

Consumismo e conscientização
Consumismo e conscientização: um debate necessário

Essa ideologia foi elaborada a partir de publicidades, meios de comunicação social e a produção em massa. Isso fez com que o público se tornasse mais ambicioso com bens materiais. Tais bens seriam representados como sinal de felicidade e reconhecimento na sociedade do consumo. 

Pelo consumismo estar tão difundido nos sistemas de transporte, urbanismo e energia, a prática do consumo consciente e boas escolhas se tornam quase impossíveis. Essa ideologia também está espalhada em sistemas políticos. Alguns deles têm sido financiados por muitas empresas consideradas protagonistas em emissões de CO2 ou pelo setor da agropecuária intensiva, por exemplo.


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