A ciência aponta que a prática da oração pode contribuir positivamente no estado mental das pessoas
A oração é uma prática humana relacionada a diferentes religiões. O hábito consiste em proferir palavras, quase como em uma conversa, para uma divindade superior – para pedir ajuda ou agradecer algo. Apesar de não existirem muitos estudos sobre o ato de orar, alguns cientistas tentam explicar como ele impacta a vida de seus praticantes.
O ator de orar é tradicional de diversas religiões, como o cristianismo e o islamismo. As pessoas recorrem às orações diariamente, ou em momentos que se sentem desamparadas. Na maioria das vezes, elas oram pedindo por algo que querem muito ou que precisam, como a cura de uma doença.
Por que é difícil estudar a oração?
Existem pessoas que afirmam conseguir uma melhora no estado de saúde após orarem. Entretanto, devido aos poucos estudos e a dificuldade de pesquisar sobre divindades relacionadas a crenças religiosas, ainda não foi possível explicar esses acontecimentos com a veracidade necessária.
Além disso, a maioria dos pesquisadores se mostram céticos em relação a essa prática. Isso vai muito além das crenças pessoais de cada cientista, é sobre a dificuldade de definir de forma universal o que é uma oração, entender padrões e estudar esses hábitos em laboratório.
Até o momento, não é possível estudar divindades religiosas da mesma forma que se estuda remédios ou plantas. Elas não são palpáveis ou visíveis aos olhos, logo, seu entendimento científico é quase nulo.
No entanto, a ciência pode explicar os efeitos positivos da oração na saúde humana, bem como demonstrar as diferenças da qualidade de vida de pessoas que oram e aquelas que não.
Quais os benefícios da oração?
Independente da religião, a oração pode ter benefícios semelhantes ao da meditação. Em uma análise, publicada pela revista Journal of Behavioral Medicine, foi comparada a meditação tradicional com a espiritual (que utiliza da oração). Ao final, os dados obtidos mostraram que quem fez a meditação espiritual se mostrou mais calmo e resiliente do que aqueles que realizaram a meditação convencional.
Um estudo, publicado em 2009, descobriu que os voluntários se sentiam mais otimistas e menos ansiosos ou depressivos depois de sessões de oração. Isso quando em comparação com outro grupo que não orava.
A maior parte dos estudos que buscam provar os benefícios da oração estão relacionados à prática realizada em grupos. Logo, o apoio social e a melhoria da solidão podem ser os mecanismos responsáveis pelos benefícios.
Uma outra pesquisa, de 2011, descobriu que a oração consegue ajudar a reduzir os níveis de estresse e raiva. Durante a análise, os pesquisadores observaram participantes que oraram em situações de violência ou raiva generalizada. No final, essas pessoas demonstraram menor agressividade ao fim de suas preces.
Além disso, quando se trata de relacionamentos românticos, uma pesquisa mostrou que a oração ajudava os envolvidos a serem mais propensos ao perdão e a se tornarem menos agressivos. Para um dos pesquisadores, envolvido no estudo de 2011, o ato de orar faz com que as pessoas foquem em suas emoções, gerando paz e calma interior.
Importante frisar que esses benefícios só eram sentidos quando as pessoas usavam as orações em busca de apoio emocional, esperando pela bênção da divindade superior. Em casos que o indivíduo achava estar sendo castigado pela entidade, a saúde mental dessas pessoas decaía.
A oração como método de lidar com os problemas
Um relatório da Pew Research Center, revelou que o número de pessoas que começou a orar depois da pandemia da COVID-19 aumentou consideravelmente. A sensação de desespero e ansiedade associadas a crises contribuem para que mais pessoas busquem ajuda espiritual para lidar com seus problemas.
Isso porque, nesses momentos únicos, a ciência pode demorar para gerar uma solução rápida. Sendo assim, pessoas que se sentem perdidas buscam apoio em entidades superiores, para manter a calma e buscar tranquilidades em cenários ruins.
A forma como uma pessoa ora, ou a religião que ela faz parte, não afeta diretamente os benefícios à saúde citados acima. Logo, se você é uma pessoa religiosa, seja do cristianismo ou de religiões de matriz africana, essa conexão espiritual pode sim afetar positivamente seu estado mental.