A dieta da longevidade funciona? Quais são suas características? Entenda
A dieta da longevidade é um conjunto de diretrizes a fim de manter uma vida mais longa e saudável com a ajuda de certos alimentos. Ela foi criada pelo bioquímico Dr. Valter Longo e é baseada na associação entre nutrientes, jejum, genes e longevidade em espécies de vida curta. Essas ligações foram, então, conectadas a estudos clínicos e epidemiológicos em primatas e humanos.
A partir desses estudos, foi possível criar um plano de refeições baseados no consumo de menos proteínas, mais legumes, grãos e nozes. Apesar de ser majoritariamente baseada em plantas, a dieta da longevidade ainda conta com algumas proteínas presentes no pescetarianismo. Além disso, ela envolve outros hábitos, como o jejum intermitente, que já foi comprovado por seus efeitos positivos na longevidade.
Do que é composta?
Após as diversas pesquisas sobre quais alimentos podem ajudar na longevidade, especialistas criaram um plano alimentar composto de:
- Uma dieta majoritariamente pescetariana, ou vegetariana, rica em legumes e grãos integrais;
- 30% de calorias derivadas de gorduras vegetais (como azeite de oliva);
- Dieta baixa, mas suficiente, em proteína até os 65 anos e depois moderada;
- Pouco consumo de açúcar e carboidratos refinados;
- Sem carne vermelha ou processada e carne branca moderada;
- Jejum intermitente de 12 horas e uma janela de 12 horas para se alimentar;
- Cerca de três ciclos de uma dieta de cinco dias que imita o jejum por ano.
Além disso, estudos indicam que o vegetarianismo e o veganismo podem ajudar a exceder a longevidade. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em um nível global e ambas essas dietas contam com o corte de produtos de origem animal, que já foram comprovadamente associados a essas doenças.
Por outro lado, dietas a base de plantas também são associadas com um menor nível de inflamação, que está relacionado com a prevenção de diversas doenças que podem comprometer a longevidade.
O que comer?
Como é, na maioria das vezes, uma dieta à base de plantas, os alimentos mais compatíveis à dieta da longevidade são vegetais e legumes. Ela contém, mas não é limitada à:
- Vegetais
- Frutas
- Nozes
- Legumes
- Feijões
- Frutos do mar com baixo teor de mercúrio
O que não comer
Os alimentos a evitar dentro da dieta da longevidade incluem:
- Carne vermelha e processada em excesso
- Açúcar processado
- Gorduras saturadas
- Laticínios em excesso
Enquanto a dieta reserva o consumo de carne para a carne branca, existem casos em que a carne vermelha não pode ser evitada. Nesses casos, é recomendado o consumo em moderação.
O corte da carne é baseado em diversos estudos que já comprovaram os efeitos nocivos desse alimento à saúde. O consumo excessivo de carne e produtos de origem animal pode ser prejudicial à saúde humana, com evidências relacionadas ao câncer, doenças cardiovasculares, doenças metabólicas, obesidade, diabetes e a episódios de acidente vascular cerebral. Desse modo, ele compromete a longevidade e uma alimentação saudável.
Emagrecimento
Embora possa ajudar no emagrecimento, o objetivo da dieta da longevidade não é exatamente a perda de peso. De acordo com o Dr. Longo, a “dieta é concebida como um estilo de vida nutricional e não como uma ‘estratégia de perda de peso’”.
Enquanto a maioria dos planos alimentares tem como objetivo a perda de gordura e peso, a dieta da longevidade foca em uma vida saudável e longa. Assim, ela não conta com a restrição de calorias, e sim com um consumo adequado de alimentos benéficos.
Por não ser extremamente restrita, com exceção ao tempo da alimentação influenciado pelo jejum intermitente, ela inclui diversos alimentos balanceados — como o chocolate meio amargo.
Benefícios
Além de evitar alimentos associados a doenças crônicas, a dieta da longevidade também promove prevenção das perdas muscular e óssea relacionadas à idade e ao envelhecimento. Com a ajuda do jejum intermitente, ela também é capaz de ajudar na autofagia — um processo em que o corpo se livra de células danificadas — e na regeneração celular nos tecidos do corpo.
A dieta da longevidade leva ao aumento da função metabólica e pode retardar a imunossenescência — a redução da imunidade derivada do envelhecimento.