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A francesa Peugeot Citroën e a FAPESP promovem, em diversas universidades, centros de pesquisas de biocombustíveis e inovações nos automóveis

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A Peugeot Citroën Brasil e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) estão investindo conjuntamente em pesquisas acerca biocombustíveis e inovações tecnológicas para o ramo automobilístico. Desde 2008, a filial da empresa francesa no Brasil passou a ser cede dos investimentos nessa área dada à experiência brasileira em combustíveis sustentáveis. “As possibilidades excepcionais de desenvolvimento de qualquer tipo de biocombustível e o histórico com o etanol e os motores flex fuel (que permite o uso de álcool, gasolina ou a mistura de ambos em quaisquer proporções) posicionam o Brasil como um polo natural para realização de pesquisa nessa área”, disse François Sigot, diretor de pesquisa, desenvolvimento e design para América Latina da PSA Peugeot Citroën.

De fato, o Brasil vem se destacando na venda de automóveis com motor flex fuel, como comprova um estudo realizado pela FGV2 sobre o assunto. Segundo esse estudo, a introdução dos veículos flex intensificou a concorrência por preços entre gasolina e álcool hidratado – um aumento de 1% no preço da gasolina, em 2009, podia resultar em um aumento de até 2% na quantidade vendida de álcool hidratado. E de acordo com um relatório divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), só em 2008, os veículos flex foram responsáveis por 91,17% das vendas de automóveis novos no país.

A pesquisa

A pesquisa deve reunir diversas universidades de São Paulo, como a Unicamp (Universidade de Campinas), a POLI-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo), o ITA (Instituto de Tecnologia da Aeronáutica) e o Instituto Mauá de Tecnologia. Além delas, pesquisadores da Paris Institute of Technology (ParisTech), do Instituto Politécnico de Turim, das Universidades de Cambridge e University College London, no Reino Unido, e da Técnica de Darmstadt, da Alemanha, vão auxiliar na produção do projeto.

A iniciativa prevê diversos centros de trabalho, com cada grupo de pesquisadores trabalhando em suas próprias universidades, desenvolvendo frentes diferentes do projeto. Os alunos do ITA e da POLI-USP, por exemplo, vão explorar aspectos relacionados à fenomenologia básica da combustão, enquanto os da Unicamp pesquisarão sobre a simulação termodinâmica e desenvolvimento de conceitos.

O projeto se destina, basicamente, a criar um motor movido exclusivamente a etanol. “Acreditamos que um motor dedicado totalmente ao etanol poderia ter desempenho e eficiência substancialmente maiores do que o flex fuel”, diz Waldyr Luiz Ribeiro Gallo, professor de Engenharia Mecânica da Unicamp e coordenador do projeto. Segundo Gallo, o motor flex fluel “não é ótimo nem para a gasolina nem para o etanol. Tecnicamente, é uma solução de compromisso”. Isso porque se for melhorado para um, invariavelmente o outro seria prejudicado, ou seja, não há possibilidade de otimização para o etanol nesses motores, pois afetaria o uso de gasolina, e vice-versa.

A primeira etapa de produção se destina prioritariamente a criar conceitos onde os pesquisadores possam desenvolver ideias a respeito da melhor forma de criar o novo motor. Assim, a construção física dele ficará para a segunda etapa do projeto, quando as pesquisas já estiverem concluídas.

A empresa também firmou recentemente parceria com a PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) para a criação do OpenLab. Ele faz parte do StelLab (Science Technologies Exploratory Lean Laboratory), projeto que visa criar uma rede interdisciplinar entre diversos centros de pesquisa do mundo para inovações tecnológicas no ramo automobilístico. O centro no Rio de Janeiro será voltado exclusivamente para a pesquisa de biocombustíveis.

Além da PUC-Rio, existem outros sete OpenLabs: seis na França e um na China. O centro chinês deve focar exclusivamente na pesquisa das interfaces homem-máquina, enquanto os franceses vão atuar em diversas áreas de pesquisas.

Não é de hoje que a FAPESP trabalha com biocombustíveis. Em 2013, por exemplo, ela promoveu a “FAPESP Week London”, seminário em que o professor da Unicamp Luís Augusto Barbosa Cortez e o professor Jeremy Woods, do Imperial College London, discutiram acerca do potencial de produção de biocombustíveis na América Latina e África.


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