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“Mundialmente a maior parte da matriz energética provém de recursos não renováveis, cerca de 81%”, afirma Fernando Caneppele

Por Guilherme Castro Sousa* em Jornal da USP | Dados do Instituto das Mudanças Climáticas da Universidade do Maine, nos EUA, indicaram um novo recorde na temperatura global. No dia 4 de julho de 2023, a temperatura média do planeta Terra atingiu 17,18°C, superando a máxima do dia 3 de julho de 17,01°C e o recorde anterior de agosto de 2016, no qual a média global atingiu 16,92°C. Nesse cenário, atualmente, 81% da matriz energética mundial é composta por recursos não renováveis, em sua maioria petróleo, carvão mineral e gás natural, o que contribui para o fortalecimento do efeito estufa.

De acordo com Fernando de Lima Caneppele, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP, “para gerar qualquer tipo de energia é necessário que haja uma fonte para transformá-la na forma desejada. O conjunto dessas fontes é o que denominamos matriz energética”. Apesar do aumento da procura por modalidades energéticas renováveis, como a energia solar, eólica e hidrelétrica, as fontes de energia não renováveis ainda ocupam um papel importante na matriz energética mundial. Além de poluírem o meio ambiente, esses recursos são limitados e eventualmente serão esgotados.

Um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU para 2030 é “assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todas e todos”. Segundo Fernando, esse esforço global para uma transição energética sustentável traz diversos benefícios. “Essas fontes têm como características serem mais sustentáveis e geram menos poluição, tornando a matriz menos dependente de combustíveis fósseis, mais diversificada e, muitas vezes, gerando custos mais baixos”, destaca o professor.  

Atualmente, a participação das fontes de energia renováveis na matriz energética é ascendente. Dentre elas, as que mais se destacam são a biomassa e a hidrelétrica, representando, respectivamente, 9,3% e 2,6% da energia global. Já a energia eólica, solar e geotérmica, em conjunto, ocupam apenas 2% dessa matriz. Uma alternativa não renovável que pode ser considerada limpa é a energia nuclear, que corresponde a 5% da produção energética mundial. 

Fernando Caneppele explica que “quando comparado ao restante do mundo, o Brasil é um dos países que mais faz uso das energias renováveis. Em 2019, 46% da matriz energética nacional era renovável, enquanto a média global era de 14%. Já em 2020, a contribuição das fontes renováveis para a matriz energética brasileira subiu para 48,3%”. No país, a biomassa derivada da cana-de-açúcar e as usinas hidrelétricas são as maiores responsáveis por esse protagonismo. Já a ampliação dos parques eólicos e das usinas fotovoltaicas contribui com o crescimento da participação de fontes renováveis na matriz energética.

No cenário mundial, o professor destacou a China como o país que mais investiu em energia sustentável na última década. Seus esforços se concentraram na energia solar e na eólica. Por exemplo, em junho de 2023, o país chegou a instalar a maior turbina eólica do mundo em alto mar. Outro destaque é a Índia, que aumentou consideravelmente sua geração de energia renovável.

Guilherme Castro Sousa *(estagiário) sob orientação de Márcia Avanza


Este texto foi originalmente publicado pelo Jornal da USP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.


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