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Inseticida de longa permanência no meio ambiente, clordecona é utilizado nas culturas de banana, maçã e tabaco

O clordecona é um composto organoclorado sintético utilizado como inseticida, acaricida e fungicida nas culturas de banana, maçã, tabaco, citros, entre outras, de acordo com a Ficha de Informação Toxicológica (FIT), elaborada com informações básicas sobre a substância química e os efeitos à saúde humana na exposição ambiental. Também é conhecido por nomes comerciais como Kepone, Chlordecone, Merex, Ciba 8514, Decachloroketone, GC-1189 e Curlone. 

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O clordecona é um inseticida ciclodieno e degrada-se lentamente no meio ambiente e de forma pouco significativa de forma que os produtos desta não foram identificados. A degradação microbiológica do clordecona não o elimina do meio ambiente, pois  a bactéria Pseudomonas aeruginosa o transforma em monoidroclordecona. 

Segundo estudo, o clordecona também pode ser formado a partir da degradação do mirex, um composto resistente à degradação aeróbia, que apresenta características persistentes no ambiente e de baixa mobilidade em solos com presença considerável de matéria orgânica. Os inseticidas sintéticos mirex e clordecona apresentam estruturas parecidas, que demonstram a potencialidade tóxica devido à existência dos cloros presentes nos arranjos cíclicos. Destaca-se que o mirex e clordecona praticamente não são metabolizados pelo organismo humano. 

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Usos e impactos 

O clordecona faz parte da lista de poluentes orgânicos persistentes (POPs) da Convenção de Estocolmo, tratado internacional que objetiva a eliminação segura destes poluentes e a limitação de sua produção e uso, do qual o Brasil é signatário. Segundo o estudo, os POPs são pesticidas extremamente tóxicos e de longa permanência e persistência no meio ambiente.

Em 1989, a Lei Federal nº 7.802, conhecida como Lei dos Agrotóxicos, regulamentou, também, a destinação ambientalmente correta das embalagens vazias de agrotóxicos com as responsabilidades de cada elo da cadeia. Em 1992, três produtos organoclorados foram registrados no Brasil, após uma análise interministerial: aldrin, clorobenzilato e dodecacloro (utilizado na formulação do Mirex). Contudo, essas substâncias foram proibidas nesta década de 1990. 

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Em 2004, como o Brasil tornou-se signatário da Convenção de Estocolmo, as autoridades sanitárias brasileiras identificaram que, entre os POPs, um grande problema no país eram os agrotóxicos obsoletos, em especial os organoclorados. De acordo com informações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), não existe registro de produção ou uso de clordecona no Brasil, mas é citado em documentos técnicos que o clordecona foi sintetizado no para a formulação de Curlone, na França. 

Riscos à saúde humana e meio ambiente

Os riscos para a saúde humana são variados e dependem de alguns fatores relacionados à exposição, como a dose, a duração e a rota. O clordecona está quimicamente relacionado ao Mirex, um agrotóxico listado no Anexo A da Convenção de Estocolmo, por isso, é classificada como um possível carcinogênico humano. Além da influência de acordo com idade, sexo, saúde, estilo de vida e nutrição do indivíduo exposto, cujos efeitos da exposição podem abranger desde o comprometimento do fígado até o ataque ao sistema nervoso e sistema reprodutor. 

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O clordecona pode ser muito  tóxico para os organismos aquáticos. Todavia, a persistência e lixiviação dos compostos contaminantes podem ser simuladas via software para avaliar tendências futuras. E, o processo de eliminação (phasing out) da clordecona exige ainda a identificação e gerenciamento de estoques obsoletos e resíduos. Atualmente, não há relatos de produção ou a utilização desta substância química, pois muitos países já proibiram a sua venda e utilização. Uma vez que alternativas para a clordecona existem e podem ser implementadas de forma barata.


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