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Por PNUD Brasil Um projeto financiado pelo PNUD e implementado pela Associação Slow Food do Brasil permitiu que o povo Sateré-Mawé, da Terra Indígena Andirá-Marau, em Maués (AM), fornecesse alimentos para a merenda de escolas públicas locais.

Merenda
Merenda escolar reduz consumo de alimentos ultraprocessados entre adolescentes

A iniciativa “Educação contextualizada, agroecologia e políticas públicas na Terra Indígena Andirá Marau do povo Sateré-Mawé” realizou oficinas de conhecimento agroecológico com resgate de saberes tradicionais para garantir a segurança nutricional da população local, especialmente durante a pandemia de COVID-19.

Ao todo, 26 produtores e produtoras indígenas forneceram merenda para escolas locais, com produtos de origem vegetal e animal, permitindo assim aumentar a renda da comunidade e garantir autonomia frente a políticas públicas de combate à fome.

Segundo a coordenadora de Programas e Conteúdos da Associação Slow Food do Brasil, Lígia Meneguello, o projeto foi possível graças à parceria com PNUD, Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e Instituto Federal do Amazonas (IFAM) de Maués, que promove cursos de agroecologia em um sistema híbrido em que os alunos passam parte do tempo em sala de aula e a outra parte nas comunidades, aplicando o que aprenderam.

“Os alunos precisavam de tanques para a produção de alevinos para a criação de peixes. O projeto financiou esses tanques dentro do campus de Maués e tornou possível planejar outras etapas do curso dos jovens”, disse Meneguello. “A parceria se dá no sentido de fortalecer esses laços e apoiar em dificuldades de acesso a recursos.”

O projeto com o povo Sateré-Mawé foi um dos 12 selecionados pelo Innovation Challenge, iniciativa do PNUD Brasil para financiar experiências e metodologias de inovação nas cadeias de produção de Piauí e Amazonas, alinhadas aos aceleradores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nos estados.

Slow Food é um movimento internacional criado na Itália há 30 anos articulado em torno de pautas políticas sobre alimentação. Tem como mote atuar em contraposição à industrialização e à padronização da alimentação por meio da valorização das culturas e das tradições alimentares locais e da organização de redes de participantes.

O projeto financiado pelo PNUD em Maués atuou para que fosse reconhecida a importância da alimentação de qualidade e de seu valor cultural junto às crianças e jovens das escolas municipais indígenas, contribuindo também para a segurança alimentar e nutricional. Além do tanque de alevinos, também foram financiadas placas fotovoltaicas para geração de energia.

“Com os recursos aportados pelo PNUD foram criados, junto ao IFAM, unidades demonstrativas onde os estudantes desenvolvem projetos e pesquisas para o aperfeiçoamento de sua aprendizagem e aplicação dos conhecimentos adquiridos, além da atuação para a ampliação do acesso dos indígenas ao fornecimento de suas produções para a alimentação escolar”, disse a analista de projetos do PNUD Vanessa Fernandes Gonçalves.

“A execução desse projeto foi bastante afetada pela pandemia de COVID-19. Para conseguirmos efetivar as articulações, a compra de materiais e a instalação de equipamentos, foi preciso criar arranjos para otimizar os recursos e contar com o apoio dos parceiros, como lideranças Sateré-Mawé, estudantes do curso técnico de Agroecologia, a prefeitura de Maués e o próprio IFAM.”

A Associação Slow Food do Brasil também apoiou a entrega dos alimentos fornecidas pela comunidade indígena às escolas e forneceu equipamentos como freezers e bancadas. Os produtos fornecidos incluíam uma variedade de frutas e verduras, entre elas banana, açaí, tucumã, cupuaçu, batata-doce, carás, mandioca, além de farinha.

“O escoamento produtivo do território é importante para soberania e permanência das comunidades em seus locais de origem, porque existe alta taxa de evasão por conta da pobreza, especialmente entre os mais jovens”, explicou Meneguello.

“Os cursos de agroecologia são pensados para dar autonomia a essas comunidades no que se refere à produção dos alimentos, capacitando a juventude para tenha qualidade de vida e permaneça no território, se desejar, e tenha uma vida digna”, salientou. O fornecimento de produtos da merenda escolar também é importante para que os estudantes consumam alimentos locais, não industrializados e sem conservantes, completou.

Estratégia do PNUD

O financiamento aos projetos do Innovation Challenge parte da estratégia do PNUD baseada na importância de focar esforços em áreas com grande concentração de população vulnerável, em particular no Norte e Nordeste do Brasil, fomentando iniciativas ligadas aos aceleradores dos ODS identificados.

Também se encaixa no objetivo da organização de desenvolver e ampliar parcerias não apenas com governos, mas também com sociedade civil, setor privado, universidades e doadores internacionais, como forma de impulsionar iniciativas alinhadas à Agenda 2030.

Uma merenda diferente

O Amazonas é o estado com maior área geográfica do país, localizado na Amazônia brasileira, e apresenta desafios para assegurar seu desenvolvimento econômico e social e, ao mesmo tempo, garantir a preservação da floresta e de seus povos tradicionais. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado é classificado como médio (0,674), ocupando a 18ª posição entre as 27 unidades federativas brasileiras.


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