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Poluentes da indústria têxtil degradam corpos hídricos e ecossistemas ao redor do mundo

Apesar de relevante para a economia, a indústria têxtil faz uso de práticas prejudiciais para o meio ambiente, que contribuem para a poluição. Entenda quais são esses impactos, conheça os poluentes da indústria têxtil e alternativas sustentáveis.

Impactos ambientais da indústria têxtil

A indústria têxtil é um dos setores mais responsáveis pela emissão de poluentes para o meio ambiente. Ela contribui para a poluição atmosférica, do solo e dos corpos hídricos, além de ter uma elevada demanda de água e energia elétrica. Dessa forma, a indústria têxtil provoca impactos ambientais negativos ao planeta.

A produção de tecido gera alguns impactos ambientais, como a poluição de corpos hídricos e a emissão de poluentes. O processo produtivo engloba desde o cultivo de algodão para a produção da fibra têxtil, até o tingimento e lavagem do tecido. Além disso, após a sua produção, existem os impactos do uso e descarte.

Entenda mais sobre a indústria têxtil e seus impactos ambientais no vídeo:

O tecido mais utilizado ao redor do mundo é o jeans, um tecido bastante usado no guarda-roupa dos brasileiros. O Brasil é o segundo maior produtor de jeans do mundo, e o terceiro maior consumidor do tecido. Esse tecido  está presente em calças, casacos, blusas e até mesmo acessórios, como bolsas. 

Apesar disso, ele provoca vários impactos ambientais, como o alto gasto de água para a sua produção e a contaminação do meio ambiente por fibras liberadas durante a lavagem. Entretanto, o jeans não é o único tecido que gera danos ambientais. Todos os artigos produzidos pela indústria têxtil liberam poluentes. Confira quais os poluentes da indústria têxtil:

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Poluentes

Poliéster

O poliéster é um tecido plástico produzido à base de petróleo. Ele pode ser produzido de forma pura, se tornando um tecido 100% poliéster, ou em conjunto com outras fibras, como o algodão.

O poliéster pode ser uma alternativa para a reciclagem de embalagens plásticas já utilizadas, sendo uma alternativa ao descarte incorreto. Entretanto, o seu uso pode contribuir para a poluição ambiental, já que partículas de plástico são liberadas pelo tecido ao longo do tempo, contaminando o ar e a água.

Essas partículas são chamadas de microplásticos, e representam uma ameaça para a saúde das pessoas e a conservação dos ecossistemas. Isso porque, devido ao seu tamanho, o microplástico é facilmente ingerido pelo organismo, contaminando os seres vivos. Esse material é um dos principais poluentes do oceano, alterando a sua composição e afetando o ecossistema marinho. Entenda mais no vídeo:

Além disso, a produção desse tecido demanda uma alta quantidade de energia elétrica e contribui para a emissão de poluentes, como o monóxido e o dióxido de carbono. De acordo com um estudo, para a produção de 1 kg de poliéster, são emitidos 2,31 g de dióxido de carbono e 18,2 g de monóxido de carbono. Já o gasto de água, para cada 1 kg de tecido produzido, são gastos 3,2 g de água.

Poliéster
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Agrotóxicos

O uso de agrotóxicos se dá, principalmente, no cultivo de algodão. Para cada 1 kg de algodão cultivado, são utilizados  aproximadamente 18 g de agrotóxicos. Um dos agrotóxicos utilizados na produção de algodão é o glifosato, um herbicida altamente tóxico.

O consumo ou contato com o glifosato pode provocar danos à saúde humana, como infertilidade, doenças carcinogênicas, mal de Alzheimer, mal de Parkinson, microcefalia, depressão, autismo, diabetes, obesidade e doenças gastrointestinais. Para a saúde humana, o glifosato é classificado na classe IV de risco à saúde, sendo a quarta posição de maior risco. Essa classe é intitulada de “pouco tóxica”.

Em relação ao meio ambiente, esse inseticida é classificado na classe III de risco ambiental. A classe III representa a terceira posição mais perigosa, e é intitulada de “perigoso ao meio ambiente”, com riscos de contaminação do solo e da água. Apesar disso, o glifosato não é facilmente absorvido pelas plantas, permanecendo no ambiente. 

Além do glifosato, outros agrotóxicos são utilizados no cultivo de algodão, como a abamectina. A abamectina é um agrotóxico utilizado para o combate de ácaros nas culturas de algodão. Em seres humanos, esse produto pode provocar danos na saúde como diarreia, vômitos, náuseas, fraqueza e sialorreia (secreção abundante de saliva), quando a contaminação for moderada. 

No caso de contaminação grave, a abamectina pode levar ao estado de coma, pneumonia, hipotensão, falha múltipla de órgãos, acidose metabólica, rabdomiólise e até mesmo à morte. Para o meio ambiente, a abamectina é classificada na classe III.

Outro agrotóxico utilizado para o cultivo de algodão é o acefato, um inseticida classificado na classe III de risco à saúde, intitulado de “mediamente tóxico”. Para o meio ambiente ele é classificado na classe II, como “muito perigoso”.

Tintas

O tingimento pode ser realizado de três maneiras diferentes, na forma de tecidos, fios e em massa. A técnica mais utilizada é o tingimento dos fios, que permite maior precisão e variedade da coloração.

Essa etapa da fabricação gasta mais energia do que a produção das fibras de tecido. Além disso, provoca um alto gasto de água e emite grandes quantidades de efluentes. O tingimento usa uma quantidade significativa de corantes, que não são completamente absorvidos pela peça. 

Dessa forma, com a lavagem da peça tingida, a água é contaminada com os produtos químicos do corante. Além disso, os corantes têxteis são altamente tóxicos e difíceis de serem degradados

Na maior parte dos casos, esses efluentes são despejados no meio ambiente, em corpos d’água. Com isso, esses cursos d’água são contaminados, afetando o ecossistema ao seu redor. Devido à coloração intensa dos efluentes têxteis, o despejo destes em corpos hídricos, como rios, reduz a incidência solar sobre o meio aquático. Dessa forma, as cores reduzem a taxa de fotossíntese.

Outro problema é que alguns tipos de corantes têm a capacidade de serem transformados em substâncias organocloradas e cloraminas, que apresentam alta toxicidade. A última, ainda provoca doenças carcinogênicas e mutações nas pessoas.

Alternativas

Tecidos com fibras de algodão orgânico

Os tecidos produzidos com o algodão orgânico são ótimas opções de roupas sustentáveis. Isso porque o cultivo de algodão orgânico é livre de agrotóxicos, evitando a contaminação do solo e da água por esses produtos. 

A produção de algodão orgânico exige um menor consumo de água e de energias primárias. Estudos indicam que esse cultivo evita o processo de eutrofização da água e acidificação do solo. Além disso, o algodão orgânico emite menos gases para a atmosfera, reduzindo a poluição do ar

Tecidos com fibras de viscose

Segundo pesquisadores, alguns tecidos podem ser utilizados como alternativas sustentáveis. A fibra de viscose, é uma fibra artificial e biodegradável produzida a partir da celulose. Ela é  fabricada sem o uso de químicos nocivos e com menor emissão de poluentes atmosféricos e efluentes. 

A fibra de viscose é uma alternativa sustentável. A sua demanda de energia é de 10% a 30% menor do que a demanda de energia do algodão. Em relação ao poliéster e outros tecidos sintéticos, essa porcentagem varia de 50% a 80%.

Em geral, a viscose é feita a partir de árvores de eucalipto, o que pode representar um problema para o meio ambiente. A monocultura de eucalipto promove a redução da captação de gás carbônico se comparado às florestas nativas. 

Além disso, o eucalipto demanda uma grande quantidade de água, provocando o ressecamento do solo. Por fim, o eucalipto não contribui para a redução de erosões no solo, gerando a lixiviação dos nutrientes pela água da chuva. 

Entretanto, estudos indicam o bambu como uma espécie alternativa para a produção de fibras de viscose. O bambu oferece menores impactos ambientais e possibilita a produção de uma fibra de viscose com as mesmas características da viscose de eucalipto.

Consumo de roupas

Para reduzir a quantidade de poluentes lançados no meio ambiente, você pode optar por tecidos que ofereçam menores impactos ambientais. No Brasil, a produção de algodão e eucalipto utilizam até 10 tipos diferentes de agrotóxicos. Os agrotóxicos utilizados são os mais consumidos do país, e oferecem riscos à saúde humana e ambiental.

Os dois agrotóxicos mais utilizados por essas culturas são o acefato e o imidacloprido. Eles contaminam o solo e a água, afetando espécies. Nas pessoas, o acefato provoca sintomas como irritação, vermelhidão e inchaço na pele, além de diarréia, vômito, náusea e dor abdominal.

O imidacloprido é um inseticida sistêmico, altamente tóxico para o meio ambiente. Ele prejudica o aprendizado e a memória de abelhas, além de muitas vezes proporcionar a sua morte. Dessa forma, o imidacloprido impacta a polinização e a produção de mel e melada por esses insetos.

Você pode dar preferência para roupas de brechós. Assim, você renova seu guarda-roupa com roupas já existentes, reduzindo a demanda de roupas novas.

Além disso, evite roupas de redes fast-fashion e opte por peças de roupa slow-fashion. O fast-fashion é uma prática adotada por muitas empresas que consiste em incentivar o consumo excessivo de vestimentas a partir da alteração acelerada da moda. Já o slow-fashion consiste na ideia oposta, priorizando o comércio local e o consumo consciente.

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