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O extrativismo mineral é considerado uma atividade econômica importante, porém prejudicial ao meio ambiente
O extrativismo mineral é uma das etapas do processo de mineração que consiste na retirada de bens minerais para consumo pessoal ou comercialização. No Brasil, essa prática assume papel importante na economia, já que somos um dos maiores exportadores de minérios do mundo.
Essa atividade é comum e mais intensa em todo o Sul Global, que possui um histórico de exportação mineral desde o século XXI, influenciado pelo processo de colonização e exploração de recursos naturais pelos países colonizadores.
Quais são os principais minerais extraídos?
De acordo com um estudo da Unicamp, o setor mineral participou de 4% do PIB brasileiro em 2020, gerando 180 mil empregos. Sendo assim, o Brasil é um dos grandes global players nas exportações. O minério de ferro, nióbio, bauxita, vermiculita e caulim são os principais produtos do extrativismo mineral brasileiro.
Carregamento de minério de ferro. Imagem de Vale
Onde ocorre o extrativismo mineral no Brasil?
Por ser um país com diversidade mineral, o Brasil possui vários lugares onde é feita a extração de minérios. Porém, destacam-se estados que são historicamente usados para mineração devido às suas enormes reservas, como Minas Gerais. Esse estado é marcado pelo extrativismo, principalmente em regiões como o quadrilátero ferrífero.
Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), outras áreas do país também têm protagonismo no extrativismo mineral, como Pará, Bahia, Goiás, Mato Grosso e São Paulo.
O que causa o extrativismo mineral?
O extrativismo mineral pode causar diversos impactos ambientais. Dentre eles, destacam-se:
- Poluição das águas superficiais e subterrâneas;
- Poluição sonora e visual;
- Enorme quantidade de resíduos que não são tratados ou reciclados;
- Rompimento de barragens;
- Intoxicação pela mineração;
- Degradação do solo;
- Desmatamento;
- Erosão e lixiviação;
- Derramamento de óleos;
- Poluição do ar.
Para entender com mais detalhes, dê uma olhada na nossa matéria “O que é mineração e quais são seus impactos ambientais?”
Além disso tudo, é importante citar o chamado “efeito derrame”, fenômeno criado pelo ambientalista e sociólogo uruguaio Eduardo Gudynas, que descreve repercussões negativas que vão além dos impactos já citados. Como exemplo, temos as flexibilizações das leis ambientais, violação de direitos e dependência econômica, que também causam efeitos prejudiciais ao meio ambiente e à sociedade, como conflitos com populações tradicionais. Assim, esses problemas “transbordam” do local da extração.
Críticas socioeconômicas em relação ao extrativismo mineral no Brasil
Ao analisar a perspectiva econômica do extrativismo, podemos perceber que a prática se resume em retirar grandes quantidades de recursos minerais e exportá-los com valor agregado mínimo para países produtores. Isso é tema de discussão no Dossiê “Extrativismo mineral, conflitos e resistências no Sul Global”, que expõe como o Brasil e outros países do hemisfério Sul se tornaram dependentes da exportação de commodities minerais.
Essa dependência causa prejuízos, já que exportamos a matéria-prima bruta e importamos ela novamente em forma de produtos com maior valor agregado. Assim, tudo isso torna-se um ciclo vicioso, que baseia o crescimento econômico na apropriação e exploração intensiva da natureza.
