Imagem de Simone van der Koelen disponível no Unsplash
Descartar embalagem de remédio corretamente é uma tarefa simples e que evita efeitos nocivos sobre o meio ambiente, a saúde humana e de outros animais. Mas como descartar a embalagem de remédio de forma adequada? Para isso, é importante saber mais sobre cada uma delas.
As embalagens de remédios podem ser divididas em três tipos: primária, secundária e terciária:
O blister (ou cartela) é a embalagem que envolve o medicamento, preserva a funcionalidade do produto e evita que os usuários se contaminem pelo contato com o remédio.
Existem, basicamente, três tipos de blisters usados em fins farmacêuticos. De acordo com uma revisão de estudos, publicada pela Science Direct em 2023, dois deles (‘a’ e ‘b’, na imagem abaixo) são “termoformados”, ou seja, moldados por calor. Ambos utilizam uma tampa de alumínio, uma delas é composta por plástico transparente e a outra, plástico branco. O terceiro tipo (‘c’) é formado a frio, utiliza um filme plástico transparente e a tampa de alumínio em sua composição.
Esse tipo de embalagem contém de 10 a 15% de alumínio em sua composição, o restante é formado por plástico. Os tipos de plásticos podem variar entre policloreto de vinila (PVC), polipropileno (PP) ou polietileno (PE). Por isso, existem diferentes técnicas para separar o alumínio do plástico (quando necessário) e sua reciclagem.
Apesar das embalagens primárias serem feitas de material reciclável, elas jamais devem ser descartadas junto aos resíduos recicláveis, na coleta seletiva. Pelo fato de terem contato direto com os medicamentos, essas embalagens apresentam risco de contaminação. No entanto, o lixo doméstico e orgânico também não é o local apropriado para esse descarte.
O descarte das embalagens primárias, mesmo quando vazias, deve ser realizado nos pontos de coleta de medicamentos, como farmácias e drogarias. Vale reforçar que o descarte incorreto pode causar danos ambientais, afetando o solo, a água, a dinâmica dos ecossistemas e sua biodiversidade, além de representar um risco à saúde de todos, inclusive dos coletores de resíduos.
Ao contrário das primárias, as embalagens secundárias e terciárias podem ser descartadas na coleta seletiva, já que não há contato direto com os medicamentos e, portanto, não há contaminação.
Quando for fazer o descarte, não se esqueça das bulas, que também são recicláveis.
Assim como as embalagens, medicamentos vencidos ou fora de uso também devem ser descartados de forma adequada.
Em contato com o ambiente, os medicamentos podem apresentar atividade tóxica durante ou após a sua decomposição. Dessa forma, é preciso saber como descartar remédios corretamente, a fim de evitar contaminação do solo e da água por medicamentos, além de outros danos.
Para entregar medicamentos dentro do prazo, em boas condições mas que estão em desuso, leve-os em farmácias solidárias e instituições voluntárias que repassam os produtos para outras pessoas. Procure por esses locais na sua cidade e, se não encontrar, leve o medicamento para um dos pontos de coleta de medicamentos vencidos.
Ao descartar o medicamento pelo sistema de esgoto, aumentamos a chance de contaminação de animais marinhos e dos próprios animais terrestres e de humanos. Isso porque, uma vez no esgoto, o medicamento pode parar no mar ou em outros corpos d’água, entrando em contato com organismos vivos, causando prejuízos à sua reprodução e desenvolvimento. Por isso, se está procurando como descartar remédio vencido, saiba que é preciso evitar o descarte no encanamento a qualquer custo.
Antibióticos descartados na natureza têm contribuído para a geração de superbactérias. Anticoncepcionais, antidepressivos e analgésicos, por sua vez, têm causado pressão sobre os peixes e outros organismos aquáticos, afetando seu desenvolvimento.
Por meio da alimentação e da ingestão da água contaminada, os humanos também são prejudicados. A exposição a níveis elevados de estrogênio (hormônio presente nos anticoncepcionais) na água de consumo, por exemplo, aumenta as chances de desenvolvimento de câncer de mama e câncer de ovário para as mulheres e pode levar à diminuição dos genitais e redução do nível de esperma para os homens.
Por isso é fundamental levar seus medicamentos, vencidos ou em desuso, para pontos de coleta que fazem a logística reversa do produto. Essas ações ajudam o meio ambiente e a saúde humana, garantindo um planeta mais saudável para todos.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) estabelece como obrigatório o descarte correto dos medicamentos e suas embalagens, buscando evitar que haja descarte de medicamentos no meio ambiente.
O processo de logística reversa dos medicamentos é regulamentado pelo Decreto 10.388, que determina que as farmácias e drogarias devem aceitar medicamentos fora de validade, ou em desuso, além de suas embalagens, para encaminhá-los ao seu destino final corretamente, sem risco de contaminação.
O descarte correto de medicamentos é uma responsabilidade não apenas das empresas do ramo da saúde, mas também do consumidor. Todas as pessoas que fazem o uso de medicamentos tem a obrigação, segundo a lei, de saber fazer o descarte de medicamentos vencidos, ou em desuso, no local adequado, evitando o impacto ambiental de medicamentos.
Os medicamentos e outros produtos químicos farmacêuticos, após recolhidos pelo sistema de logística reversa das indústrias farmacêuticas, podem ser incinerados (queima dos resíduos), coprocessados (aproveitamento dos resíduos como substituto parcial de matéria-prima e/ou de combustível) ou descartados em aterros sanitários classe I, para produtos perigosos.
Vale reforçar que alguns pontos de coleta de remédio não aceitam produtos como perfurocortantes. De acordo com o artigo 86, da resolução n.º 222/2018 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), “os materiais perfurocortantes devem ser descartados em recipientes identificados, rígidos, providos com tampa, resistentes à punctura, ruptura e vazamento“.
Esses recipientes, que podem ser feitos de garrafa PET, devem ser encaminhados a Unidades de Saúde e jamais descartados no lixo doméstico ou nos resíduos recicláveis comuns.
Pessoas com diabetes, por exemplo, que fazem uso da insulinoterapia em casa, devem armazenar as agulhas conforme o artigo citado anteriormente e descartar os recipientes em uma Unidade de Saúde. O mesmo se aplica para outras terapias que fazem uso de materiais perfurocortantes.
Ter controle dos remédios que possui, pode ajudar na economia e evita desperdícios. Antes de ir ao médico atualize a lista de remédios que você já possui e a apresente ao médico na hora da consulta.
Ao adquirir medicamentos, compre a quantidade mais próxima do possível. Isso evitará desperdícios com sobras desnecessárias.
Não interrompa o tratamento médico por conta própria. Caso identifique algum problema ao longo do processo terapêutico, consulte seu médico.
Compre medicamentos apenas quando for realmente necessário.
Mantenha seus medicamentos organizados em uma caixa de remédios, a popular “farmacinha” ou em um armário de medicamentos. Isso facilitará na hora dos primeiros socorros, no controle dos produtos disponíveis e aferição dos prazos de validade.
Mantenha sua caixa de remédios em lugar separado e seguro, longe da luz, umidade e do alcance das crianças e animais.
Periodicamente revise sua caixa de remédios, separando os medicamentos em desuso e aqueles com prazo de validade vencido.
No caso de existirem farmácias solidárias em sua região, uma boa prática é doar aqueles medicamentos em desuso para estas instituições, mas dentro do prazo e em bom estado de conservação.
Em hipótese alguma descarte seus medicamentos na pia, no vaso sanitário ou lixo comum. Há severos riscos de impactos ambientais e sociais nessa atitude.
Pesquise por “pontos de descarte de medicamentos” próximos de sua localização no buscador do eCycle. Há muitas opções de farmácias e unidades de saúde que recebem estes produtos com a garantia de um descarte ambientalmente correto.
Caso não encontre pontos de descarte de medicamentos próximos à sua localidade, procure a vigilância sanitária. Possivelmente poderão lhe auxiliar na solução do problema.
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