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Os números comprovam um aumento de 74,5% em comparação ao mesmo período do ano passado, o pior da série histórica

Dados do sistema Deter, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados na sexta-feria (6), confirmam que o desmatamento na Amazônia segue desenfreado e alcançou níveis alarmantes. Entre os dias 1º e 29 de abril, os alertas apontam para um total de 1.013 km² de áreas desmatadas, área equivalente a 1.389 campos de futebol padrão FIFA para competições internacionais, uma elevação de 74,6% em comparação ao mesmo mês de 2021. Pelo quarto mês consecutivo, os alertas de desmatamento seguem concentrados nos estados do Amazonas (34,2%), Pará (28,3%) e Mato Grosso (23,8%).


Área dos alertas de desmatamento do programa Deter do mês de abril | Fonte: INPE

“A fragilização dos órgãos de fiscalização ambiental, não é por acaso, é um projeto perverso que tem como um dos principais resultados, a prescrição de crimes ambientais sem que os criminosos sejam punidos. Com a certeza da impunidade, o que já está ruim tende a piorar caso projetos de leis que visam legalizar a grilagem de terras, flexibilizar o licenciamento ambiental e abrir Terras Indígenas para mineração sejam aprovados na Câmara e no Senado. É preciso de uma vez por todas frear este mecanismo que vem sucateando os órgãos públicos e investir em fiscalização ambiental se quisermos realmente manter a maior floresta tropical do mundo em pé.”, afirma o coordenador de Amazônia do Greenpeace Brasil, André Freitas.

Na recente divulgação do Global Forest Watch, o Brasil aparece como responsável pela perda de 40% do total de florestas tropicais no mundo em 2021. Com isso, o Brasil segue ganhando títulos desonrosos que acabam por contribuir negativamente para a contenção da crise climática e, ao mesmo tempo, passa uma clara mensagem a qual o governo tenta negar: o Brasil não tem ação estratégica alguma para conter o desmatamento em curso.

“As ações de comando e controle são muito importantes como um meio de promover o estancamento imediato da sangria do desmatamento e manutenção dos direitos humanos, mas para além disso, são necessárias ações coordenadas dos órgãos públicos nas três esferas e uma discussão séria e imprescindível sobre uma transição de modelo de desenvolvimento que perceba atividades capazes de conviver de forma harmônica com a floresta em pé”, complementa Freitas.

Os alertas ainda apontam que grandes polígonos de desmatamento têm sido cada vez mais observados nas imagens de satélite, a exemplo, o maior polígono detectado foi em Altamira, no Pará, com 1.358 hectares. O segundo maior tem 1.337 hectares e está localizado em Lábrea, no Amazonas. O quinto colocado com 850 hectares está em Apuí, também no Amazonas. Os municípios de Altamira e Lábrea ocupam juntos o quarto lugar de maiores desmatamentos contínuos.

No mês em que o Código Florestal completa dez anos, são muitos os projetos de lei que buscam alterá-lo, dando mais flexibilidade e anistias. Exemplo disso é o Projeto de Lei 2374/2020, de autoria do Senador Irajá Abreu (PSD/TO), que, na última quinta-feira (5), foi inserido na pauta da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado Federal, em caráter terminativo. Se aprovado, concederá anistia àqueles que desmataram ilegalmente áreas de Reserva Legal entre julho de 2008 e maio de 2012. Sem que houvesse audiência pública ou apreciação por outras comissões, como a de Meio Ambiente (CMA) do Senado, o projeto é um benefício aos criminosos, além de ser um estímulo a novas invasões de áreas e enfraquecer a implementação do Código Florestal nos estados. Por falta de quórum na reunião da CRA, o PL não pôde ser votado, mas há expectativa de que retorne à pauta nas próximas semanas.


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