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Pesquisa realizada na Austrália associa masculinidade frágil à aversão ao veganismo

Uma pesquisa realizada na Austrália comprovou que homens são menos suscetíveis a adotar a filosofia de vida vegana. O motivo? Sua masculinidade. Ao serem perguntados se escolheriam uma alternativa plant-based de carne em restaurantes, os participantes da pesquisa negaram rapidamente. De acordo com as suas respostas, o consumo de produtos livres de carne poderia ser motivo de piada entre seus colegas, além de alegarem que a escolha “sacrificaria sua masculinidade”. 

A pesquisa afirma que a faixa etária entre 18-40 anos era mais propensa a diminuir o consumo de carne. Porém, os resultados mostraram-se diferentes. Especialistas acreditam que as respostas foram resultados de uma resposta psicológica ou de sua própria aparência. 

A resposta psicológica é derivada da liberdade de escolha desses homens, que acreditam que a restrição no consumo de carne interromperia a sua liberdade. Já a aparência é resultado de como eles gostam de ser percebidos por seus parceiros ou colegas. 

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A escolha vai além do gosto das alternativas de carne, que muitas vezes são bem recebidas por pessoas onívoras. Um dos participantes relata que a escolha da opção vegana sugere alguma insinuação não especificada. 

A indústria de alternativas de carne vale cerca de 6 bilhões de dólares. Contudo, essa resistência do público pode ser um empecilho no aumento desse número. 

Além disso, a demanda para produtos veganos também é uma resposta aos impactos ambientais da produção de carne e derivados. Cerca de 40% das emissões de gases do efeito estufa são causadas pelo impacto da agricultura e agropecuária. Portanto, a redução do consumo de carne vermelha pode ajudar a amenizar esses números.

A produção de carne afeta o meio ambiente por diversos fatores, alguns deles sendo: 

  • A emissão do gás metano, que é produzido em grandes quantidades pelos animais da agropecuária – como porcos e vacas. 
  • O desmatamento que ocorre para abrir campos de pasto para esses animais libera níveis elevados de CO2 para atmosfera por conta das queimadas.
  • A falta de árvores custa para a absorção de CO2. 
  • Muitos litros de água são usados por dia pela agropecuária e para a produção de carnes e derivados.
  • Os fertilizantes com base de nitrogênio liberam óxido nitroso na atmosfera.

Uma pesquisa realizada na Universidade de Leeds indica que a dieta vegetariana emite 59% menos desses gases. 

Alguns homens da pesquisa também afirmam que alternativas veganas não são mais saudáveis que a carne — mesmo o alimento sendo constantemente associado ao desenvolvimento de certos tipos de câncer. Entretanto, os realizadores da pesquisa acreditam que essas alternativas podem ser menos processadas, melhorando seu impacto na saúde. 

Não é a primeira vez que a masculinidade frágil é associada à aversão ao veganismo. O cantor James Blunt já relatou que, ao se “irritar” com pessoas veganas, adotou uma dieta completamente carnívora. Essa adaptação resultou no desenvolvimento de escorbuto — a deficiência de vitamina C que pode ser evitada pelo consumo saudável de frutas e vegetais. 

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Além de resolver os problemas relacionados à produção de alternativas veganas, o impacto da masculinidade frágil também deve ser debatida. A ideia de que uma alimentação saudável possa ser considerada exclusivamente como uma alternativa para mulheres é errônea tem efeito negativo tanto no meio ambiente como na saúde humana. 

A imagem e percepção que as outras pessoas têm sobre os homens não deveria ser influenciada pela falta de consumo de carne. A visão de que a carne é algo viril e que fortalece a masculinidade é ultrapassada e originada milhões de anos atrás, quando o homem ainda caçava seu alimento por falta de opções.

Além disso, o veganismo pode ser associado a compaixão e empatia pelos animais. Ambas as características são vistas como “femininas” e podem ser rejeitadas por muitos homens. Essa suposição, mais uma vez, é errônea e derivada de uma sociedade patriarcal. 


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