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Aprenda mais sobre a rena e como esse animal foi associado à celebração do Natal

A rena (Rangifer tarandus) é um mamífero da família Cervidae, dos cervos, nativo da tundra e florestas da Escandinávia e norte da Rússia, e que também foi introduzido na Islândia, Groenlândia, Alasca e Canadá. Os animais da espécie são comumente associados à celebração do Natal, como os oito ajudantes do Papai Noel. Porém, além disso, também são animais importantes para muitas populações das regiões que habitam. 

A palavra rena possui origem nórdica e acredita-se que signifique ‘animal com chifres’. De fato, uma das principais características do mamífero são seus longos chifres, que podem atingir até 130 centímetros de comprimento em machos, e 50 centímetros em fêmeas. 

A presença de chifre entre os dois sexos do animal distingue-o de outras espécies de cervos, em que apenas os machos possuem a característica. Em comparação com o tamanho do corpo, as renas têm os chifres maiores e mais pesados ​​de todas as espécies vivas de veados.

No entanto, ao contrário da maioria dos chifres, que nunca são perdidos, os chifres das renas caem e voltam a crescer a cada ano. Os machos começam a desenvolvê-los em fevereiro e as fêmeas em maio. Ambos os sexos terminam de crescer os chifres ao mesmo tempo, mas os perdem em épocas diferentes do ano.

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A luta para salvar os últimos cervos-do-pantanal no Sul do Brasil

Características físicas 

Além dos chifres, as renas possuem outras características físicas que as distinguem de outros animais. Por serem nativos de áreas frias, esses animais são cobertos por duas camadas de pelo: um subpelo de lã fina que fica bem próximo à pele e uma camada superior de pelos longos e ocos — o que aumenta as propriedades isolantes da pele do animal.

Os pelos da camada superior retêm o ar para garantir que os animais fiquem aquecidos durante o inverno. Adicionalmente, os pelos ocos ajudam-nos a flutuar na água — portanto, são ótimos nadadores. 

Os animais são cobertos de pelos do nariz aos pés. O pelo presente no nariz é necessário para aquecer o ar frio antes que ele entre nos pulmões, além de ajudá-los a encontrar comida no inverno. 

Os pelos dos pés dão às renas aderência ao caminhar em solo congelado, gelo, lama ou neve.

As renas possuem uma variedade de cores que depende da subespécie, da região, do sexo e da estação. Elas variam do marrom escuro nas subespécies da floresta até quase branco na Groenlândia. Normalmente, os animais possuem uma pelagem mais escura durante a primavera e mais clara no inverno. 

Habitat, alimentação e outras características 

As renas ocupam vários habitats, desde planícies costeiras continentais até cadeias de montanhas e ilhas do Ártico, abrangendo o alto Ártico até a floresta boreal. 

São animais ruminantes, ou seja, herbívoros que possuem quatro cavidades no estômago.

Quando comem, a comida passa por uma etapa de digestão no primeiro estômago. Mais tarde, eles regurgitam o alimento e o mastigam novamente, depois o enviam pelas outras câmaras do estômago. O processamento adicional permite que as renas e outros ruminantes maximizem a nutrição que obtêm da sua dieta.

Segundo uma pesquisa de 2023, as renas também possuem um talento “especial” em relação à ruminação. Após analisar o padrão de sono do animal, foi notado que esses mamíferos são capazes de ruminar até mesmo durante o sono. 

De acordo com a descoberta, além de seu papel na digestão, a ruminação oferece uma oportunidade para as renas atenderem à sua necessidade de sono, proporcionando aproximadamente 6,5 horas diárias ao longo do ano.

Elas se alimentam de musgos, ervas, samambaias, gramíneas, brotos e folhas de arbustos e árvores, especialmente salgueiro e bétula. Durante o inverno, se alimentam de líquens, que são cavados, pelas fêmeas, com os chifres e os cascos. 

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Vida e predadores conhecidos da rena 

A rena é um animal social, ou seja, viaja, alimenta e descansa junto a rebanhos que podem comportar de 10 até centenas dos animais da mesma espécie. Durante a primavera, entretanto, podem formar “super rebanhos” que comportam milhares de animais. 

Perto do período de acasalamento, os machos se preparam — seus chifres caem, seus pescoços incham, estômagos contraem, eles deixam crescer uma juba de cabelo sob o pescoço e são mais propensos a entrar em brigas com outros machos da mesma espécie. O vencedor escolhe de cinco a 15 fêmeas para participarem de seu rebanho. 

As fêmeas que engravidam deixam o rebanho na primavera e viajam para um local de parto tradicional. Elas dão à luz a um filhote, com um intervalo de 10 dias entre si, geralmente em maio e junho.

Os filhotes crescem rapidamente com o leite materno, que é mais rico do que o de qualquer outro ungulado. Depois de um mês, eles podem se alimentar de plantas frescas e, aos três meses, podem sobreviver sozinhos. 

Durante a infância, as renas são mais suscetíveis ao ataque de predadores, que incluem águias douradas, lobos cinzentos, ursos pardos, raposas árticas, leões da montanha, coiotes e linces. Porém, na maturidade possuem poucos predadores. 

Estado de conservação 

De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), a rena é uma espécie vulnerável — com uma população geral de quase 3 milhões de animais, que está em declínio.

Entre os riscos para as renas estão: 

  • Caça recreacional;
  • Corte e colheita de madeira;
  • Pecuária; 
  • Espécies, genes e doenças invasoras;
  • Mineração. 
rebanho de renas presas à trenós
Foto de Hans-Jurgen Mager na Unsplash

Qual é a função da rena?

Acredita-se que as renas tenham sido domesticadas pelos povos do Ártico há pelo menos 3 mil anos no norte da Eurásia. Esses animais são importantes para os pastores tradicionais, como os Sami (lapões) da Escandinávia e da Rússia, que os exploram como animais de carga e de tração e para obter carne, leite e peles.

A rena e o Natal 

Foi em 1939 que Robert L. May publicou “Rudolph”, o livro infantil sobre a rena do nariz vermelho, impulsionando o reconhecimento do animal como símbolo do Natal. Contudo, durante séculos as renas foram associadas às festividades de Natal e de inverno, especialmente na Escandinávia e em toda a Europa Oriental.

Na mitologia pagã, por exemplo, os ruminantes simbolizam viagens seguras e resistência durante as viagens. Acredita-se que a ideia de que as renas trouxeram as pessoas em segurança para casa durante o inverno provavelmente inspirou a popular história do Papai Noel.


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