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Pesquisa aponta que os seres humanos possuem um maior impacto na biodiversidade do que qualquer outra espécie

Um time de pesquisadores de 14 instituições comprovou que os seres humanos exploram até 300 vezes mais espécies do que outros predadores. Essa conclusão foi feita a partir da análise do uso humano de mais de 45 mil espécies de vertebrados, incluindo peixes, aves, mamíferos, anfíbios e répteis. 

Ao todo, o consumo humano se estende além da alimentação — enquanto a maioria dos predadores vertebrados só caçam para se alimentar, o ser humano explora espécies por diversos motivos. 

“Os humanos emergiram como os predadores mais extraordinários do planeta, fazendo coisas que outros predadores não fazem. Isso inclui comumente matar ou capturar [animais] por outros motivos além de se alimentar, bem como colocar em risco milhares de espécies de presas simultaneamente”, diz Chris Darimont, da University of Victoria e Raincoast Conservation Foundation.

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No caso de criaturas marinhas, os seres humanos comem, principalmente, peixes marinhos e de água doce (72% das espécies). Porém, o caso de criaturas terrestres é diferente: o uso como animais de estimação é duas vezes mais comum (74%) do que o uso alimentar (39%). 

Além disso, a caça esportiva e outras formas de captura de animais levam ao aproveitamento de 8% das espécies terrestres exploradas.

Nem todo uso animal é semelhante no mundo todo e pode variar geograficamente. De fato, as regiões equatoriais, que habitam uma maior variedade de espécies, também possuem mais espécies exploradas. Adicionalmente, também existem áreas com uso de espécies desproporcionalmente alto (a maioria das bacias oceânicas, Índia, Norte da África e Norte da Eurásia) ou baixo (América Central e do Sul, Oceano Antártico).

Em consequência dessa grande exploração, o ser humano contribui ativamente para o desequilíbrio de ecossistemas e para a diminuição da biodiversidade mundial. Isso se dá porque, na maioria dos casos, os animais explorados possuem atributos semelhantes — herbívoros de grande porte. Portanto, os animais que não sofrem por essa exploração não possuem tantos predadores, resultando em um aumento populacional. 

“A seleção não natural de animais por predadores humanos pode levar a uma série de repercussões nos ecossistemas. Da perda potencial de grandes dispersores de sementes, como o Calau-de-capacete, a mega-herbívoros, como o Rinoceronte Negro, e predadores migratórios, como grandes tubarões”, diz Rob Cooke, do Centre of Ecology and Hydrology do Reino Unido e co-autor do estudo.

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Embora os pesquisadores reconheçam que caçadores e pescadores possam manter uma relação sustentável entre os animais que coletam, eles também acreditam que o problema evidenciado pelo estudo demonstra uma grande necessidade de mudanças estruturais, como a elaboração de políticas protetoras de espécies em risco.

“O que este artigo fez por mim realmente me fez pensar em nossa relação com a vida selvagem e a natureza. A boa notícia é que a humanidade agora reconhece nossas tendências destrutivas e há uma tentativa real de usar a melhor ciência disponível para acertar as coisas, aqui no Canadá e em todo o mundo”, concluiu Boris Worm, ecologista marinho da Dalhousie University


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