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Os projetos do programa Nature Based Solutions, do RCGI, envolvem a restauração de vegetação nativa, expansão de sistemas integrados de agricultura e recuperação de áreas de pastagem.

Por Reasearch Centre for Greenhouse Innovation Aumentar o sequestro de carbono na vegetação e no solo e reduzir as emissões de gases de efeito estufa (CO2, CH4 e N2O): este é o objetivo do Nature Based Solutions (NBS), um dos cinco programas de pesquisa do Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (RCGI), financiado pela Shell e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Sediado na USP, o centro, que recentemente mudou seu foco de atuação, irá desenvolver pesquisas inovadoras para ajudar o Brasil a retomar os compromissos assumidos no Acordo de Paris para a diminuição do aquecimento global.

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Uma delas pretende avaliar técnicas variadas para restaurar a vegetação, reestabelecendo espécies nativas. Com isso, o solo acumulará uma alta biodiversidade de substratos vegetais que deverão estimular a sua biomassa microbiana, resultando em potencial fixação de carbono no solo.

Coordenado pelo professor Carlos Eduardo Pellegrino Cerri, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP), o programa NBS será abrangente, com pesquisas em atividades relacionadas à agricultura, pecuária e silvicultura. “Essas atividades emitem gases na atmosfera, mas também têm capacidade de fazer o contrário: através da fotossíntese, as plantas absorvem CO2, por exemplo, que posteriormente é armazenado no solo. O solo é um grande reservatório de carbono”, explica.

Serão três grandes frentes de pesquisa: (1) restauração de vegetação nativa para fins de sequestro de carbono; (2) intensificação de sistemas integrados na agricultura e (3) recuperação de pastagens degradadas para aumento do potencial de sequestro de carbono. Os três projetos têm relação direta com as ações específicas que o Brasil propôs no Acordo de Paris. O país se comprometeu a reduzir as emissões de GEEs em 37% até 2025 e 43% até 2030.

Planejamento – Cada projeto irá durar cinco anos e terá entre dez e 15 pesquisadores de instituições como USP, Unesp, Unicamp, Embrapa, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Institutos Federais (Goiás e Alagoas), entre outros. No primeiro projeto, os pesquisadores pretendem focar, inicialmente, em restaurar a vegetação do Cerrado e da Mata Atlântica – dois grupos de biomas que estão muito fragilizados devido às atividades humanas, segundo Cerri.

O segundo projeto busca implantar mais sistemas integrados na agricultura brasileira, que envolvem a produção de diferentes culturas em uma mesma área – integração lavoura-pecuária, lavoura-pecuária-floresta e sistemas agroflorestais. Essa é uma das metas propostas pelo Brasil no Acordo de Paris. “Uma forma de incentivar a expansão de sistemas integrados é mostrar aos produtores os benefícios que terão na adoção desses sistemas. Com os projetos do NBS, tenho convicção de que iremos gerar resultados científicos robustos para comprovar e estimular essa prática”, diz o pesquisador.

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A aplicação de sistemas integrados na agricultura resulta no uso mais eficiente dos recursos e promove uma maior diversidade ao ambiente. “Utilizam-se plantas variadas, que tem comportamentos distintos e depositam diferentes materiais orgânicos no solo, melhorando a sua qualidade”.

Já na terceira linha de pesquisa, os cientistas estão comprometidos em achar soluções para recuperar as áreas de pastagem degradadas, aumentar a sua produtividade e reaproveitá-las, para evitar mais desmatamento. Essas ações também aumentariam o potencial de sequestro de carbono dos pastos. “As técnicas mais promissoras serão aquelas que conciliarem melhoria na produtividade da pastagem, associadas a menor emissão de gases do efeito estufa e maior capacidade de sequestrar carbono, tudo isso em sintonia com a intensificação dos serviços ecossistêmicos”.

De acordo com Cerri, o Brasil possui cerca de 180 milhões de hectares de pastagem, mas grande parte dessa área apresenta algum grau de degradação. “Estimativas indicam que metade da área está em algum estágio de baixa produtividade. Se conseguirmos recuperar essas pastagens, será possível produzir o mesmo número de animais em uma área menor ou até produzir mais animais”.

Cenário desafiador – O maior obstáculo do programa é que as emissões de GEEs na agricultura, pecuária e silvicultura não são concentradas. Há uma enorme variedade de solos, climas, vegetações e práticas de manejo. O grande desafio será entender melhor a dinâmica de emissão desses gases e o potencial de sequestro de carbono em diferentes situações. Um solo com argila, por exemplo, em geral consegue acumular muito mais carbono do que um solo arenoso, segundo Cerri.

Por outro lado, o NBS tem a vantagem de coordenar projetos de longa duração e com especialistas em diferentes áreas do conhecimento, como engenharia agronômica, engenharia florestal, engenharia ambiental, engenharia química, engenharia mecânica, biologia, entre outros. “A nova fase do centro será uma oportunidade ímpar para poder alavancar, em projetos de grande porte, resultados que sejam de fato relevantes para o País. Esperamos que esse conhecimento resulte em políticas públicas que incentivem as adoções das alternativas apresentadas em nossas pesquisas”.

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