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Entenda mais sobre os hieróglifos, um dos primeiros sistemas de escrita do mundo

Os hieróglifos são um dos primeiros sistemas de escrita do mundo, criados e utilizados por volta de 3000 A.C. pelos egípcios. Inicialmente, os símbolos inscritos em templos e monumentos eram conhecidos como “medu netjer” pelos seus criadores, significando “palavras dos deuses”. No entanto, após os gregos os descobrirem anos depois de sua criação, foram nomeados de hieroglyphikos, ou “glifos sagrados”.

Embora o termo hieróglifo também tenha sido utilizado para descrever outros pictogramas ao longo dos séculos, ele não é corretamente empregado neste sentido. Apenas os símbolos egípcios carregam o nome de sua escrita como hieróglifos, uma vez que foram os únicos encontrados e batizados pelos gregos.

Os hieróglifos nunca foram, de fato, perdidos. Porém, parte da habilidade de sua compreensão e identificação foi. 

Para os egípcios, as escrituras eram vistas como sagradas, e eram interpretadas e escritas por apenas parte da comunidade da época — a privilegiada elite. Seu uso era feito, principalmente, para escrever textos religiosos, monumentos e outras estruturas importantes para a história local.

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Quem inventou a escrita hieroglífica?

Não se sabe ao certo quando os hieróglifos foram desenvolvidos. Porém, muitos pesquisadores possuem hipóteses de suas origens. Em geral, eles derivam de costumes artísticos da região, e possivelmente da arte rupestre que as comunidades pré-históricas do delta do Nilo pintaram. Os documentos mais velhos que possuem hieróglifos são datados durante o período de Naqada II, em volta de 3500 A.C, e foram encontrados em túmulos. 

Por outro lado, muitos acreditam que a escrita foi “importada” para o Egito da escrita cuneiforme suméria, mas a teoria é debatida na comunidade. 

Portanto, a invenção da escrita dos hieróglifos é creditada inteiramente aos egípcios.

Qual era a função dos hieróglifos?

O significado e função dos hieróglifos dependem do contexto em que eles são utilizados na escrita. Eles podem servir como logogramas, representando uma palavra específica, fonogramas, representando um som, ou determinantes, que são colocados no final de palavras, sem serem pronunciados, para indicar seu significado em casos de homônimos. 

Diante das mudanças na língua, dos mesmos hieróglifos usados para as mesmas palavras e das letras e os diferentes usos de cada símbolo, o número de hieróglifos é significantemente maior do que outros sistemas alfabéticos. Acredita-se que o número do pico desses símbolos atingiu cerca de 5 mil hieróglifos durante o período Greco-Romano. 

De fato, muitos dos símbolos não podem ser lidos, principalmente os mais velhos. Embora alguns hieróglifos tenham o mesmo significado, o contexto em qual foram usados ainda não foram descobertos inteiramente por historiadores e outros profissionais. Isso se dá, também, à cristianização do Império Romano, que foi responsável pelo fechamento de todos os templos não-cristões no ano de 391.

Tudo mudou em 1799, quando os soldados de Napoleão encontraram a Pedra de Roseta, que possibilitou a compreensão de muitos hieróglifos

pedra de roseta, composta por hieróglifos
Pedra de Roseta. Foto de Matteo Vistocco na Unsplash

A Pedra de Roseta

A Pedra de Roseta é uma estela composta de granodiorito do Egito, datada de 195 A.C. Ela documenta um decreto da cidade de Memphis após a coroação do rei Ptolomeu V, seguida pelas ordens que estabeleciam o culto divino do novo governante. Apesar de ser escrito em hieróglifos, a pedra também possuía a tradução em Demótico e grego, para que todos os cidadãos pudessem compreender as novas ordens. 

Anteriormente à descoberta da Pedra de Roseta, especialistas de diversos países tentaram decifrar o significado dos hieróglifos. Contudo, eles só começaram a ser decifrados, de fato, no século XIX, quando o filólogo e orientalista Jean-François Champollion usou a tradução em Demótico para empregar o significado da escrita egípcia. 

Como podemos ler os hieróglifos?

A leitura dos hieróglifos é dependente do contexto de sua escrita, o que faz com que sua compreensão seja vista por muitos como uma arte. Eles são escritos em linhas horizontais ou verticais, sem espaços ou pontuação. Muitas vezes, existem alguns símbolos no final de palavras para indicar seu contexto, e “os hieróglifos e sinais contidos nas entrelinhas são lidos com o conteúdo superior antes do conteúdo inferior, da direita para a esquerda”. (1)

O sentido da leitura pode variar de acordo com a escritura, porém, um indicativo é observar a direção de certos hieróglifos, como os que representam rostos. Quando estão virados para esquerda, o texto deve ser lido da esquerda para direita e vice versa. 

Apesar de poderem representar muitas coisas em sua leitura, a maioria dos hieróglifos indicam fonemas que representam sons específicos. Desse modo, são interpretados através da pronúncia e não pela tradução das palavras. 

Além disso, esses fonemas não contêm vogais. Cada som é produzido com uma, duas ou três consoantes e nomeados respectivamente como símbolos unilaterais, bilaterais ou trilaterais. A escrita hieroglífica egípcia possui 24 símbolos unilaterais e diversos bilaterais e trilaterais. 

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Apesar de parecer confuso, boa parte da leitura de hieróglifos é compreendida através dos determinantes no final de certas palavras e frases, o que possibilita o entendimento da frase em um contexto específico. 

Os hieróglifos hoje 

Em dias atuais, os hieróglifos ainda adornam templos e outros monumentos egípcios. No entanto, a sua escrita de modo recreativo para a compreensão popular foi digitalizada em forma de fontes que podem ser baixadas e utilizadas pelo público. 


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