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O panpsiquismo é o conceito de que todas as coisas existentes possuem consciência

Panpsiquismo é o nome dado para o conceito de que todas as coisas no mundo têm consciência ou uma característica semelhante à ideia de consciência. A partir desta teoria, filósofos defendem que tanto os seres humanos, como os animais e os objetos possuem uma mente. Isso porque os átomos que formam as coisas poderiam possuir certa consciência primitiva.

A palavra “panpsiquismo” surge do grego “pan” que significa “todos”, e “psyche” que é “alma ou mente”. Apesar de alguns defensores do conceito acreditarem que tudo que existe tem algum tipo de consciência, existe uma parcela que argumenta a possibilidade de apenas certas categorias de indivíduos possuírem (como animais, átomos, seres humanos e a água).

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 O que é consciência?

A consciência é o sentimento ou conhecimento que permite o ser humano vivenciar, experimentar ou compreender aspectos ou a totalidade de seu mundo interior. Existem diversas teorias sobre o que realmente forma a mente, como ela surge e funciona. Porém, o panpsiquismo não tem como objetivo determinar nada disso, apenas busca discutir a possibilidade de todas as coisas terem consciência. 

Segundo o panpsiquismo, a consciência existe em níveis diferentes. Sendo assim, seres humanos têm uma mente única e refinada, enquanto alguns animais, plantas e pedras possuem uma forma mais arcaica de sapiência. 

Quais os três pontos essenciais do panpsiquismo?

Existem três pontos que são um consenso entre os filósofos que defendem o panpsiquismo, eles são:

  • A mente de todas as coisas é algo interno e inerente delas;
  • A consciência é uma unidade de natureza singular;
  • Essas “coisas” podem ser algo composto de uma coleção de outras entidades. Por exemplo, uma floresta é uma unidade formada por plantas, árvores e animais;

O panpsiquismo pode se encaixar em uma série de teorias sobre a consciência, trazendo um novo ponto de vista para o conceito de sapiência. Por exemplo:

  • Dualismo: o panpsiquismo no dualismo entende que existe um ser superior que dá às almas e mentes de “todas as coisas”;
  • Funcionalismo: interpreta a função de cada objeto ou coisa como a mente, mesmo que a funcionalidade seja apenas “resistir à pressão” ou “gravitacionar”;
  • Identismo: em que a mente é idêntica à matéria;
  • Materialismo redutivo: a consciência de cada coisa é reduzida ao seu estado físico;

Diferenças

É importante frisar que apesar do panpsiquismo defender a consciência global, nem todos os defensores acreditam na ideia literal do conceito. Sendo assim, eles não acham que os objetos, como uma faca ou um garfo, tem uma mente, mas sim que os átomos que formam sua composição — de metal ou plástico (petróleo) — tem uma fração de sapiência, mesmo que ainda não conhecida ou entendida. 

Além disso, o conceito de “mente” usado pelo panpsiquismo é diverso, podendo ser articulado com uma série de qualidades mentais como: senciência, experiência, sentimentos, vida interior, subjetividade, vontades e percepções. Na maioria dos casos, esses termos são usados em um senso brando, sem serem definidos pelas características humanas. Na verdade, pensadores do panpsiquismo tentam evitar qualquer conceito que faça referência a atributos humanos.

Qual a origem do panpsiquismo?

O conceito do panpsiquismo surgiu por volta do período pré-Socrático, ainda quando a filosofia ocidental ganhava sua forma na Grécia Antiga. Na época, o estudioso Thales defendia que os imãs possuíam um tipo de psíquico, pois conseguiam mover o ferro. A ideia de consciência geral estava intrinsecamente relacionada com o conceito de seres superiores, alma e forças e elementos místicos.

Com o final do período gelenístico, o monoteísmo e o cristinianismo ganharam popularidades. Ambas as crenças eram veemente contra a ideia do panpsiquismo, e por isso, por muitos anos, o assunto foi deixado de lado. Foi apenas durante o renascimento que a teoria retornou, fundamentada por filósofos como Cardano. 

Cardano defendia a ideia de que cada indivíduo era dividido em três partes: a parte maior, inteira, a unidade de si mesmo, e uma composição de subpartes. O princípio que mantinha todas essas camadas juntas seria a “anima”, ou a alma. A forma humana desse princípio formava o que ele chamava de “mente”.

Por volta do século XVIII e XIX, o panpsiquismo disseminou a ideia de que a consciência estaria presente em todas as matérias. A partir disso, todas as formas da natureza deveriam ser vistas como coisas com vontades e desejos. Do século XXI para frente, a mente passou a ser vista como a perspectiva física das coisas. Sendo a matéria o nível mais simples da consciência — tendo ela alguma forma de memória do passado.

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Panpsiquismo VS emergentismo 

O emergentismo vem em contrapartida ao panpsiquismo, em que a consciência surge como um fenômeno emergente de uma série de sistemas complexos, como o cérebro humano. Logo, neurônios e átomos individuais não tem mente ou compreensão, o que gera isso é o sistema complexo formado por essas coisas.

O emergentismo funciona como uma teoria divergente do panpsiquismo. Isso porque ele entende que a consciência é algo que surgiu com a evolução dos seres vivos. Enquanto o panpsiquismo coloca a mente como algo inerente a todas as coisas existentes. 

Defensores deste conceito afirmam a inexistência do emergentismo a partir da ideia de que “nada surge do nada”. Ou seja, você não pode oferecer algo que não tem.


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