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A dor da picada da gympie-gympie pode durar anos e não possui cura conhecida

Gympie-gympie, também conhecida como gympie-ferrão ou por seu nome científico, Dendrocnide moroides, é uma planta urticante nativa de florestas tropicais da Austrália, Nova Guiné e Malásia. Ela é da família Urticaceae e foi nomeada em homenagem à cidade de Gympie, da Austrália, que foi um centro de mineração de ouro em 1860. Extremamente perigosa, ela é considerada uma das plantas mais venenosas do mundo, podendo causar meses de dor através de seu contato. 

Embora seja comumente conhecida como uma árvore, principalmente no exterior, a gympie-gympie é, na verdade, um arbusto que pode alcançar de 4 a 5 metros de altura. No entanto, na maioria das vezes, é encontrada em tamanhos muito menores que podem variar entre 0,1 a um metro. 

Ela possui folhas ovais ou em forma de coração e frutos brancos ou vermelhos, todos cobertos por pequenos pelos urticantes. Quase minúsculos, esses pelos penetram a pele humana, que muitas vezes se fecha, dificultando sua remoção.

Apenas um pelo pode ser responsável por uma dor imensurável. Diversas pessoas já compararam a picada da gympie-gympie à picada de vespas, mas com uma maior duração. 

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Picada 

A dor resultante da picada de gympie-gympie é causada por uma neurotoxina produzida pela planta como mecanismo de defesa. Quando tocados, os pelos presentes na planta se quebram e liberam a substância.

A dor da picada pode ser tão forte que a planta já foi apelidada de “planta do suicídio”, levando muitas pessoas ao suicídio por não conseguirem se livrar dos sintomas. Além da picada de vespa, a dor já foi descrita “como ser queimado com ácido quente e eletrocutado ao mesmo tempo.”

Um dos primeiros casos documentados da picada de gympie-gympie ocorreu em 1886. Neste ano, A.C. Macmillan, um agrimensor de estradas do norte de Queensland, relatou ao seu chefe que seu cavalo de carga foi picado pela planta. Nas palavras do agrimensor, o animal “foi picado, enlouqueceu e morreu em duas horas”.

Imediatamente após a picada, a pessoa pode sentir uma dor queimante no local. No entanto, o ápice da dor ocorre após 20 a 30 minutos e pode durar dias, meses ou até mesmo anos. Especialistas acreditam que, se os pelos não forem removidos, podem permanecer na pele por até seis meses, causando dor ao contato direto.

A toxina da gympie-gympie é quimicamente estável e resistente ao calor. Desse modo, folhas secas e antigas desse arbusto ainda podem causar a dor característica da picada e são extremamente perigosas.


Imagem editada e redimensionada de N. Teerink, disponível em Wikimedia sob a licença CC BY-SA 4.0

O que fazer ao ser picado?

Resistente à morfina, a picada da gympie-gympie não possui um tratamento extremamente eficaz. Especialistas ainda não acharam a cura para a dor decorrente do contato com a planta. 

Após o contato com a planta, é importante não esfregar ou encostar na área, uma vez que o atrito pode fazer com que os pelos se quebrem — o que dificulta a sua remoção. A picada é tratada com ácido clorídrico diluído, que neutraliza o revestimento peptídico dos pelos. Então, esses pelos são removidos com o auxílio de cera quente, como uma depilação. 

Guerra química

A reação à dor causada pela gympie-gympie “inspirou” o exército britânico. Em 1968, o Estabelecimento de Defesa Química em Porton Down contratou Alan Seawright, então professor de patologia na Universidade de Queensland, para despachar espécimes de árvores urticantes.

De acordo com Seawright, o exército estava possivelmente investigando o uso da planta como arma biológica. Porém, desde o primeiro contato, não se soube mais sobre o investimento. 

Alimento 

Alguns animais consomem os frutos do gympie-gympie, como insetos e o pademelon — um mamífero nativo da Austrália e da Nova Guiné parecido com o canguru. Após análise, especialistas acreditam que o animal desenvolveu uma certa imunidade à toxina da planta. 

A botânica Marina Hurley que fez a associação. Hurley também acredita que a planta não é um problema para outras espécies de mamíferos, aves e insetos locais.


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