Loja
Apoio: Roche

Saiba onde descartar seus resíduos

Verifique o campo
Inserir um CEP válido
Verifique o campo

O termo epidemia é usado quando existe a ocorrência de surtos de uma doença infecciosa em dada região

Uma epidemia pode ser definida como uma doença de caráter transitório, que ataca simultaneamente grande número de indivíduos em uma determinada localidade. Quando uma epidemia atinge países de diferentes continentes, ela é considerada uma pandemia. No Brasil, o aumento de casos de dengue no período chuvoso do ano é comum. Mas, em alguns locais ocorre aumento repentino e excessivo de casos da doença, resultando em uma situação epidêmica.

Para definir uma condição como epidêmica, deve-se estabelecer quais seriam os níveis habituais de ocorrência de determinada doença em uma região naquele período de tempo. Para isso, é preciso realizar o levantamento do número de casos novos (incidência) desse agravamento em um período não epidêmico.

Fatores determinantes e condicionantes de uma epidemia

As epidemias possuem como fatores determinantes e condicionantes diversas situações econômicas, culturais, ecológicas, psicossociais e biológicas. A compreensão desses determinantes e condicionantes é importante para o planejamento de ações de prevenção e controle de doenças com potencial epidêmico. Os principais exemplos de cada determinante são:

  • Econômicos: miséria, privações resultando em habitações precárias, falta de saneamento básico e de água tratada e ocupação do território de forma desordenada;
  • Culturais: hábito de defecar próximo de mananciais, hábitos alimentares de risco como ingestão de peixe cru ou ostras;
  • Ecológicos: poluição atmosférica, condições climáticas e ambientais favoráveis à proliferação de vetores;
  • Psicossociais: estresse, uso de drogas, ausência de atividades e locais para lazer;
  • Biológicos: indivíduos suscetíveis, mutação do agente infeccioso, transmissibilidade do agente.

Os determinantes variam de acordo com as características do agente etiológico e estão intimamente relacionados à sua forma de transmissão. O agente etiológico, também chamado de patógeno, é o organismo responsável por provocar a doença. As doenças infecciosas podem ser transmitidas por contato direto com secreções contaminadas pelo patógeno. Ou, também, por contato indireto com vetores, objetos ou alimentos também contaminados.

As doenças epidêmicas transmitidas por contato direto são favorecidas por condições de habitação e saneamento precárias. Já as doenças transmitidas por contato indireto, requerem a existência de um ambiente favorável para a replicação de vetores de doenças. A maioria dos vetores se desenvolvem em regiões com clima quente e úmido. E, enquanto alguns utilizam água parada e limpa para a sua reprodução, outros preferem o acúmulo de lixo ou fezes de animais.

Atualmente, a globalização é considerada como outro fator determinante e condicionante de doenças. A rapidez de deslocamento das pessoas, proporcionada pela facilidade de acesso ao transporte, permite que agentes etiológicos sejam transmitidos para pessoas de várias regiões do planeta em um curto espaço de tempo.

Dengue

A dengue é uma doença endêmica causada por quatro diferentes sorotipos de um vírus e transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Essa doença é encontrada em países tropicais de diversas regiões do planeta, principalmente da Ásia e das Américas. Estima-se que cerca de 50 milhões de casos ocorrem anualmente em todo o mundo.

No Brasil, os primeiros casos de dengue foram registrados no início do século XX. Tendo ocorrido controle temporário da doença após a eliminação do vetor na década de 1950. 

Após a reintrodução do Aedes no país, a primeira epidemia de dengue no Brasil ocorreu em Roraima. Seguida por outra no Rio de Janeiro, em 1986. Em Minas Gerais, os primeiros casos foram detectados em 1987. Atualmente, epidemias de dengue ocorrem todos os anos em diferentes estados brasileiros, resultando em elevada mortalidade.

A dengue pode ser classificada em dois tipos: a clássica e a hemorrágica. A dengue clássica é relativamente mais comum que a hemorrágica e seu quadro é menos grave. Isso não significa que esse tipo da doença deva ser tratado com menos atenção, uma vez que a dengue pode levar à morte.

Dentre os sintomas da dengue clássica estão:

  • Febre alta;
  • Dores de cabeça, atrás dos olhos e no corpo;
  • Manchas e coceiras na pele;
  • Náuseas;
  • Vômitos;
  • Tonturas. 

Na dengue hemorrágica, por sua vez, predominam:

  • Dores abdominais intensas e contínuas;
  • Vômitos que não cessam;
  • Sangramentos na boca, nariz e gengiva;
  • Sede;
  • Dificuldade respiratória;
  • Sonolência;
  • Agitação.

Leptospirose

Leptospirose é outra doença que causa epidemias frequentes. Aguda e potencialmente grave, é causada por uma bactéria do gênero Leptospira. Ela é transmitida por animais de diferentes espécies para os seres humanos.

Esse micro-organismo pode sobreviver indefinidamente nos rins dos animais infectados sem provocar nenhum sintoma. E, no meio ambiente, por até seis meses depois de ter sido excretado pela urina.

No Brasil, os ratos urbanos (ratazanas, ratos de telhado e camundongos) são os principais transmissores da doença e o número de casos aumenta na estação das chuvas, por causa das enchentes e inundações. Dessa maneira, a leptospirose também pode ser classificada como uma epidemia.

A transmissão de leptospirose ocorre pelo contato direto com a urina dos animais infectados ou pela exposição à água contaminada pela Leptospira, que penetra no organismo através das mucosas e da pele íntegra ou com pequenos ferimentos. Os principais sintomas dessa doença são febre alta que começa de repente, mal-estar, dor muscular (mialgias) especialmente na panturrilha, de cabeça e no tórax, olhos vermelhos (hiperemia conjuntival), tosse, cansaço, calafrios, náuseas, diarreia, desidratação, exantemas (manchas vermelhas no corpo), meningite.

Influenza

Devido à sua alta variabilidade e capacidade de adaptação, os vírus influenza possuem a capacidade de causar epidemias anuais recorrentes, que atingem todas as faixas etárias em um curto período de tempo. Essas características colocam os vírus influenza em posição de destaque entre as doenças emergentes.

A gravidade da doença durante as epidemias e pandemias de influenza é bastante variável, causando desde problemas respiratórios leves até pneumonia viral com complicações fatais. A presença de febre acompanhada de manifestações respiratórias e sintomas sistêmicos como dores musculares, calafrios ou fadiga auxiliam muito na distinção da influenza com relação a outras infecções respiratórias como o resfriado comum, porém não são suficientemente específicos para se fazer um diagnóstico totalmente seguro sem confirmação laboratorial.

Nas últimas décadas, a imunização anual com vacinas inativadas contra influenza tem sido a principal medida preventiva relacionada à doença. Atualmente, entre 180 e 200 milhões de doses de vacina contra influenza são distribuídas e utilizadas a cada ano no mundo.

Prevenção

Epidemia
Imagem de Tai’s Captures no Unsplash

A principal forma de se prevenir contra os efeitos de uma epidemia é ter sistemas de vigilância que detectem rapidamente os casos, laboratórios equipados para identificar a causa da doença, dispor de uma equipe habilitada para conter o surto, evitando novos casos, e ter sistemas de gerenciamento de crise, para coordenar a resposta.

O acompanhamento das informações sobre a doença por meio da rede de vigilância e investigação epidemiológica do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) instaladas em todas as regiões do país também é importante. Ainda assim, as principais atitudes que devem ser tomadas pela população são:

  1. Informar ao hospital ou serviço de saúde de algum caso suspeito de infecção por uma doença;
  2. Informar ao hospital quando se esteve em contato com alguém que desenvolveu uma doença e evitar o contato com indivíduos saudáveis até confirmar que não adquiriu a doença;
  3. Lavar as mãos antes e após as refeições, depois de usar o banheiro, após espirrar, tossir ou mexer no nariz e sempre que as mãos estiverem sujas;
  4. Utilizar luvas e máscaras sempre que for necessário entrar em contato com secreções corporais e/ou feridas de outra pessoa;
  5. Evitar tocar em superfícies de espaços públicos, como corrimões, botões do elevador ou maçanetas de portas.

Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos. Saiba mais