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Entenda o que o envenenamento por arsênio pode causar no corpo humano e seus riscos de contaminação

O envenenamento por arsênio, também conhecido como intoxicação por arsênio, ocorre através da ingestão, absorção ou inalação de grandes concentrações de arsênio — um metaloide com propriedades carcinogênicas. A condição é mais comum entre populações que habitam áreas de industrialização e agricultura e pode oferecer diversos riscos à saúde. 

Embora a substância seja comumente atrelada ao envenenamento deliberado, é importante distinguir o arsênio do arsênico — o arsênico é um veneno que deriva de um dos compostos do arsênio, o trióxido de arsênio. Por outro lado, a contaminação por arsênio ocorre, principalmente, através da exposição de águas subterrâneas contaminadas, solo e rocha infectados e madeira preservada com o composto.

A exposição ao arsênio é considerada um problema de saúde pública global. De acordo com um estudo de 2020, cerca de 200 milhões de pessoas no mundo inteiro estão expostas à água contaminada por arsênio em níveis acima do limite legal. Entre os países mais afetados estão os Estados Unidos, Chile, Bolívia, Argentina, Bangladesh, Canadá, México e Japão. 

O que são metais pesados e quais são os riscos?

O que é arsênio?

O arsênio é um componente natural encontrado na crosta terrestre composto por substâncias orgânicas e inorgânicas. Ele é um metaloide, ou seja, possui propriedades similares aos metais, mas não é um metal. 

O arsênio inorgânico leva oxigênio, cloro e enxofre, que ocorrem naturalmente no solo e em rochas, mas também são encontrados através de processos agrícolas e industriais, como a mineração. Ele entra no ar e na terra a partir da poeira soprada pelo vento. E, além disso, pode entrar nas águas subterrâneas por escoamento e lixiviação. 

Os compostos inorgânicos do arsênio são mais tóxicos do que os compostos orgânicos, sendo associados ao efeito carcinogênico da substância. 

Por outro lado, o arsênio presente em plantas e animais combina com carbono e hidrogênio para criar os compostos orgânicos da substância. Nesse caso, a substância não oferece tantos riscos à saúde e é menos tóxica que o arsênio inorgânico. 

Como ocorre o envenenamento por arsênio? 

A principal causa do envenenamento por arsênio é o consumo de água contaminada. A contaminação ocorre através da penetração do arsênio que ocorre naturalmente no solo em águas subterrâneas. 

Entretanto, a condição também pode ocorrer em consequência de outros fatores, incluindo: 

  • Respiração de ar contaminado; 
  • Contato com pesticidas e herbicidas; 
  • Consumo de produtos do tabaco; 
  • Contato com solo contaminado, poeira ou madeira preservada com arsênico;
  • Ingestão de alimentos contaminados através da irrigação com água contaminada.

Além disso, pessoas que habitam áreas de industrialização também podem sofrer com as consequências do envenenamento por arsênio. As indústrias que usam arsênio incluem: 

  • Pesticidas e herbicidas; 
  • Fundição e mineração.
  • Fabricação de vidro.
  • Fabricação de semicondutores.
  • Marcenaria e carpintaria;
  • Têxtil.

O que o arsênio pode causar? 

Os sintomas do envenenamento por arsênio podem ser divididos entre efeitos agudos e de longo prazo. Os sintomas agudos podem aparecer após 30 minutos do contato inicial com a substância, são eles:

  • Dor abdominal; 
  • Náuseas e vômitos; 
  • Diarreia; 
  • Tosse;
  • Dor no peito; 
  • Falta de ar; 
  • Ritmo cardíaco anormal (arritmia cardíaca); 
  • Hipotensão;
  • Problemas gastrointestinais — odor de alho no hálito e tecidos corporais; 
  • Dor de garganta;
  • Pele vermelha e inchada;
  • Formigamento nos pés e mãos — estudos mostram que pacientes expostos ao arsênio podem desenvolver destruição dos cilindros axonais, levando à neuropatia periférica.

A exposição crônica ao arsênio pode levar ao desenvolvimento de sintomas mais severos, como: 

  • Mudanças na pigmentação da pele; 
  • Verrugas e lesões na pele; 
  • Hiperqueratose — manchas duras nas palmas das mãos e solas dos pés;
  • Problemas digestivos persistentes;
  • Dor de garganta persistente;
  • Manchas brancas nas unhas.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), sintomas mais severos ocorrem após uma exposição mínima de aproximadamente cinco anos e podem levar ao desenvolvimento de câncer na pele. Adicionalmente, a exposição de longo prazo pode causar o câncer de bexiga e pulmão. 

palmas das mãos com mudanças de pigmentação e manchas escuras, um dos sintomas do envenenamento por arsênio
Imagem editada e redimensionada de REACH: Improving water safety for the poor, disponível no Flickr sob a licença CC BY 2.0

O envenenamento por arsênio e o desenvolvimento de câncer

Não se sabe exatamente o porquê de o arsênio causar o câncer. Entretanto, pesquisas sugerem que o composto pode danificar o DNA, perturbar as vias de sinalização celular e prejudicar o sistema imunológico, fatores que contribuem para o desenvolvimento da condição. 

Além disso, especialistas também associaram a exposição crônica ao arsênio como um possível catalisador do desenvolvimento de células-tronco cancerígenas — encontradas dentro de tumores e responsáveis pelo crescimento e multiplicação do câncer. Uma pesquisa realizada por especialistas da Florida International University tem como objetivo identificar que tipo de célula o arsênico tem como alvo formar uma célula-tronco cancerígena.

A pesquisa é uma ferramenta de prevenção às complicações associadas ao envenenamento por arsênio. Porém, novos estudos deverão ser concluídos. 

O problema do arsênio 

Estima-se que 140 milhões de pessoas em pelo menos 70 países têm bebido água contendo arsênio em níveis acima do valor de orientação provisória da OMS de 10 μg/L. Esses dados refletem pesquisas anteriores que indicam que 220 milhões de pessoas estão em risco de exposição à substância. 

No entanto, devido à divergência dos sintomas apresentados por pacientes com envenenamento por arsênio, especialistas consideram a identificação da doença quase impossível — dificultando o diagnóstico e tornando a condição um problema de saúde mundial. 

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico do envenenamento por arsênio pode ser feito através de exames toxicológicos de urina e sangue e por amostras do cabelo e unha do paciente. O problema do diagnóstico é que eles apenas apontam a concentração e presença do composto no organismo, e não seus possíveis efeitos no organismo. 

Portanto, o tratamento é realizado de acordo com o estágio do envenenamento. Alguns métodos incluem: 

  • Remoção de roupas possivelmente contaminadas; 
  • Lavagem completa da pele afetada; 
  • Transfusões de sangue;
  • Terapia de quelação;
  • Irrigação intestinal. 

Além disso, o profissional de saúde será responsável pela observação das funções cardíacas e renais do paciente, providenciando os medicamentos corretos para o tratamento de possíveis condições subjacentes. 

ativistas Greenpeace
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Como o arsênio mata? 

O consumo de grandes quantidades de arsênio podem levar à morte rapidamente. Doses letais que resultam na morte podem ocorrer após quatro dias da ingestão inicial. 

Contudo, uma exposição baixa durante longos períodos de tempo também pode levar a sérias complicações de saúde e, consequentemente, à morte. 

Prevenção e controle do envenenamento por arsênio 

A ação mais importante dentro da prevenção contra o envenenamento por arsênio é o fornecimento de água potável para consumo, preparação de alimentos e irrigação de culturas alimentares. Outros métodos recomendados pela OMS incluem: 

  • Substituir fontes com alto teor de arsênio, como águas subterrâneas, por fontes com baixo teor de arsênio e microbiologicamente seguras, como águas pluviais e águas superficiais tratadas;
  • Discriminar entre fontes com alto teor de arsênio e com baixo teor de arsênio;
  • Misturar água com baixo teor de arsênio com água com alto teor de arsênio para atingir um nível aceitável de concentração da substância;
  • Instalar sistemas de remoção de arsênio – centralizados ou domésticos – e garantir o descarte adequado do material.

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