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Conheça algumas alternativas de enterros sustentáveis e porque o enterro convencional pode prejudicar o meio ambiente

Os enterros sustentáveis foram criados com o objetivo de criar uma alternativa mais eco-friendly para os enterros convencionais. Existem diversos métodos que prometem serviços funerários menos agressivos ao meio ambiente, mas que nem sempre são considerados enterros, uma vez que não há um enterro de fato. Entretanto, ainda são chamados de enterros sustentáveis pelo que representam — serviços funerários com o propósito de dar uma finalidade ao corpo de um ente querido. 

Enterros tradicionais exercem muito do meio ambiente, juntando diversos tipos de problemas ambientais em um só. Seja pelo espaço das áreas para construção de cemitérios, o concreto utilizado em túmulos ou químicos usados no embalsamento dos corpos, as práticas utilizadas nos serviços funerários podem ser muito agressivas. 

Um relatório publicado em 2008 pela Adelaide’s Centennial Park indica que o enterro comum gera por volta de 39 kg de CO2. A maioria das emissões vem da manutenção dos túmulos e do cemitério. 

 O concreto usado nos túmulos é considerado um dos materiais mais destrutivos do planeta. Já os químicos utilizados no embalsamento dos corpos também podem ser absorvidos pelo solo e causar danos ao local, impulsionando a poluição do solo e a possível contaminação de lençóis freáticos em áreas circundantes.

Além disso, caixões e lápides ocupam espaço e levam até 20 anos para se decompor — é possível que os donos de cemitérios fiquem sem lugar para enterrar novos corpos. Reformas para a reorganização de túmulos podem ser constantes. Isso, infelizmente, pode resultar na abundância de áreas desmatadas e em um impacto ambiental maior ainda.

Concreto
Concreto: o que é, tipos e impactos ambientais

Desse modo, cada vez mais novos métodos são desenvolvidos para diminuir o impacto ambiental dos enterros. Conheça alguns tipos de enterros sustentáveis e outros serviços funerários. 

Cremação

Embora não seja inteiramente sustentável, a cremação é uma opção mais viável que o enterro tradicional. É estimado que apenas um processo de cremação seja responsável pela produção de mais de 100 kg de dióxido de carbono, que comparado aos 39 kg derivados do enterro convencional parece ser grande. Entretanto, ao avaliar os efeitos em longo prazo, é possível dizer que a cremação é mais sustentável, uma vez que o enterro convencional possui 10% mais impactos negativos no meio ambiente.

Outro ponto positivo da cremação é a sua disponibilidade. Além do enterro convencional, a cremação é uma opção popular para serviços funerários e altamente disponível no Brasil. 

Ressomação

Ressomação é o processo de reduzir um corpo usando a hidrólise alcalina. Ela geralmente envolve água e algum tipo de alcalino e promete ser a forma funerária mais sustentável que existe. 

Em vez de ser desperdiçada, a água da ressomação possui nutrientes que podem virar fertilizantes. Acredita-se que tudo nesse processo pode ser reciclado e que a técnica emite seis vezes menos carbono que outras cerimônias e sete vezes menos energia que o enterro. 

Embora seja uma alternativa para a população sustentável, a ressomação ainda não é feita no Brasil. 

Compostagem humana

A compostagem humana é um método que surgiu em 2019 nos Estados Unidos e promete transformar cadáveres em solo. É um método eco-friendly e não conta com o embalsamento dos corpos para que a decomposição ocorra naturalmente. O corpo é reduzido com materiais orgânicos, como palha ou lascas de madeira, por algumas semanas até que consiga virar solo.  

Caixão de cogumelo

Bob Hendrikx, um inventor holandês criou um novo tipo de caixão a partir de cogumelos. Inspirado pela falta de alternativas sustentáveis de serviços pós-morte, Hendrikx investiu na criação de um caixão feito de micélio.

O caixão de Hendrikx leva apenas seis semanas para se decompor. Uma de suas preocupações diante dos serviços funerais comuns é de como eles transformam um processo natural em um industrial. De acordo com ele, sem os químicos usados no embalsamento, o corpo vira composto naturalmente, então por que não usar os cogumelos? Esses organismos são, muitas vezes, chamados de “os maiores recicladores”, então conseguem auxiliar na decomposição da matéria orgânica. 

Adicionalmente, o cogumelo é capaz de neutralizar substâncias tóxicas e fornecer nutrição para as plantas que crescem ao seu redor.

Bola de recife

Enterro em bolas de recife é um método desenvolvido pela empresa Eternal Reefs em conjunto com a Reef Ball Foundation e Reef Innovations. A técnica consiste na mistura de concreto com cinzas humanas para a formação de bolas perfuradas que são instaladas em ecossistemas marinhos para a restauração de corais. O método promete a reconstrução de ambientes aquáticos degradados, a partir da criação de novos recifes que podem abrigar diversas espécies marinhas. 

Por outro lado, esse processo contribui um pouco para as emissões de carbono. As bolas de corais são feitas a partir de uma mistura de cinzas resultantes da cremação e cimento — que é responsável por 4-8% de todas as emissões de CO2 do mundo. 

Empresa americana transforma cinzas de entes falecidos em recifes de corais

Enterro no céu

O enterro no céu é um método usado, principalmente, no Tibete e foi criado por budistas. Entre as opções de enterro sustentável, essa talvez seja a mais brutal entre elas. 

Esse tipo de serviço envolve o transporte do corpo para os cemitérios onde os abutres locais vêm se alimentar. O processo permite que os restos mortais sejam reaproveitados de volta à cadeia alimentar e, em algumas culturas, é conhecido por impulsionar o karma bom. 

Fazendas de corpos

As fazendas de corpos foram criadas com base nos trabalhos do antropólogo William Bass. Durante a década de 70, o especialista queria estudar como os corpos se decompõem naturalmente. 

Ele fez isso usando cadáveres, que foram colocados em uma “fazenda” em uma ampla variedade de cenários de decomposição.

Atualmente, o serviço é oferecido no Rancho Freeman na Texas State University, onde estudantes, cientistas e aspirantes a detetives usam cadáveres para estudar ciência criminal, micróbios e tanatologia, o estudo da morte.

Enterro verde 

Entre as alternativas, o enterro verde é o que mais pode ser considerado um enterro sustentável, uma vez que é feito abaixo da terra. Em vez de ser um método a parte, ele é similar ao enterro convencional, mas com algumas práticas menos agressivas que podem efetivamente diminuir os impactos ambientais do serviço funerário. 

A maioria dos enterros feitos antes do século XIX eram feitos desse modo e permanecem sendo feitos por algumas religiões, como o judaísmo e o islamismo.

Algumas práticas do enterro verde incluem: 

  • Não embalsamar o corpo;
  • Cova rasa; 
  • Caixões biodegradáveis, como o de papelão e caixões de madeira; 
  • Enterro sem túmulos de concreto. 

O embalsamento, por exemplo, não é necessário e é considerado como um procedimento cosmético para a conservação do corpo. Entretanto, alguns cemitérios podem não aceitar esse método de enterro, o que pode ser um obstáculo.

Conclusão 

Muitos dos enterros sustentáveis ainda são métodos recentes, sem muitas práticas disponíveis no Brasil. O enterro verde, por exemplo, é um dos métodos mais fáceis, mas depende dos cemitérios. Para se certificar de que serviço pode ser realizado, pesquise as opções de cemitérios da sua região e pergunte sobre a disponibilidade da prática. 

Até então, a cremação é um dos métodos mais viáveis de serviço funerário.


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