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Cerca de 60% das emissões de metano atmosférico provém das atividades humanas, sendo a agricultura de arroz, criação de gado e uso de combustíveis fósseis as principais emissoras

As emissões de metano são dadas principalmente pela atividade humana. Entretanto, o gás metano (CH4) também é produzido de forma natural, e corresponde ao segundo principal gás do efeito estufa (GEE), ficando atrás apenas do dióxido de carbono. Ele permanece cerca de nove a 20 anos na atmosfera, tendo um potencial de aquecimento 80 vezes maior durante esse período.

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O relatório do IPCC, divulgado em 2022, reportou uma apreensão pelo aumento de concentração do gás metano na atmosfera. Segundo o relatório, ele atingiu recentemente o nível mais alto em 800 mil anos. Nos últimos relatórios, ele estava em níveis seguros, mas no relatório de 2022 já ultrapassou bem esse limite, representando uma possível ameaça ao meio ambiente.

Como o metano é liberado na atmosfera?

O gás metano é liberado na atmosfera pelas atividades antrópicas e de forma natural.  O meio natural corresponde a 40% das emissões de metano para a atmosfera, que ocorre principalmente pela decomposição da matéria orgânica em ambientes sem oxigênio. Ela é produzida, principalmente nos oceanos e em ambiente de água doce, onde os lagos são hotspots tanto de emissão, quanto de armazenamento de carbono, também conhecido como carbono azul.

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Foto de Megumi Nachev no Unsplash

Cerca de 60% são emitidas pelas atividades humanas. Essas emissões são dadas nas atividades pecuárias, em cultivos de arroz, nas explorações de combustíveis fósseis, nos aterros sanitários e na queima de biomassa.

Quais são os principais emissores de metano?

O gás metano é produzido, em sua maioria, nos ambientes de pântano e áreas alagadas, sendo gerado por bactérias metanogênicas em condições anaeróbicas (sem a presença de oxigênio). Essas bactérias, com as condições de temperatura e disponibilidade de matéria orgânica ideais, geram o gás metano, enviando uma parte dele para a atmosfera. 

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Vale ressaltar que os seres humanos aumentam a quantidade de metano emitido nos ambientes de inundação, de acordo com seu uso e ocupação nesses espaços.

O ambiente agrário também é um grande emissor de metano. Os extensos campos de rizicultura (produção de arroz), junto com a produção de animais domésticos, principalmente o gado (através da fermentação entérica), são responsáveis por emitir mais de 50 Tg/ano de metano cada. Dado ao perfil de desenvolvimento e alimentação da sociedade atual, esse número tende a aumentar visto que, com o crescimento populacional, a demanda por esses alimentos crescerá junto.

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O setor de energia elétrica é responsável por emitir cerca de 135 milhões de toneladas de metano para a atmosfera por ano. Além da hidrelétrica, o uso de gás natural e carvão e a queima de biomassa emitem quantidades significativas de metano para a atmosfera.

Há também metano produzido em lagos e reservatórios, uma vez que, pelas águas “mais calmas”, a matéria orgânica que chega nesses ambientes é aportada no fundo, dando uma condição de alta disponibilidade de matéria orgânica para a produção desse gás.

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O contexto de mudanças climáticas também ajuda na produção de metano. Nesse sentido, o metano que está aprisionado no subsolo marinho e de geleiras do Ártico e Antártica é liberado para atmosfera, gerando um aquecimento ainda maior.

Em ambiente urbano, os aterros sanitários e as estações de tratamento de esgoto também emitem o metano para a atmosfera. É importante salientar que o metano também está presente no biogás (mistura de gases gerada no processo de fermentação e nos aterros sanitários). Por isso é tão importante praticar compostagem doméstica.  A compostagem doméstica reduz até 90% das emissões de gases do efeito estufa, como o gás metano (2) e evita a destinação de cerca de 50% dos resíduos encaminhados para aterros sanitários ou lixões (3). 

Seu reaproveitamento para obter energia se tornou uma forma de diminuir a emissão do metano à atmosfera.

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Foto de Bakhrom Tursunov no Unsplash

Cientistas descobriram que há produção do metano em ambientes com oxigênio, sendo produzidos por espécies de fitoplânctons durante a fotossíntese. Além disso, o metano também pode ser produzido em sedimentos secos, sendo emitidos em ambientes onde os corpos  hídricos secaram. 

Quanto tempo o metano fica na atmosfera?

Após ser emitido para a atmosfera, o metano permanece ali por cerca de 12 anos até ser removido por meio de reações químicas, sendo enviado de volta para o solo. Contudo, por mais que seu tempo de vida na atmosfera seja relativamente pequeno, seu forçamento radiativo (o quanto ele é responsável por aquecer o planeta) o faz ser o segundo GEE mais importante.

Emissão de metano no Brasil

No  Brasil, segundo a SEEG Brasil (Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa), a agropecuária é a grande responsável pela emissão de metano para a atmosfera, sendo responsável por emitir cerca de 14.543.687 toneladas desse gás.

Em segundo lugar, os resíduos emitem cerca de 3.174.819 toneladas, seguido pelos setores de mudança do uso de terra e floresta, energia e processos industriais, que emitem 1.749.256, 730.073 e 43.542, respectivamente.

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Além disso, a Amazônia desempenha um importante papel na ciclagem do carbono, sendo responsável por emitir e retirar o carbono da atmosfera. Pesquisas recentes mostram que as atividades antrópicas têm aumentado substancialmente a quantidade de metano emitido nesses ambientes. A Amazônia se tornou responsável por emitir cerca de 8% do metano em todo o globo.

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Amazônia produz 8% do metano do planeta

O Brasil é o 5° país que mais emite CH4 para a atmosfera, ficando atrás apenas da China, Estados Unidos, Rússia e Índia. Tendo isso em vista, é preciso pensar em propostas que reduzam as emissões desse gás para a atmosfera, visto que, pelo seu curto prazo na atmosfera, ela pode ser tida como uma forma de combate ao aquecimento global a curto prazo.

Referência:

Phys.org, Atmospheric Methane e Cetesb


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