Entenda a importância da conscientização pública sobre o Dia dos Corais da Amazônia
O Dia dos Corais da Amazônia é comemorado no dia 28 de janeiro. Ele tem origem de uma expedição da Greenpeace do Rio de Janeiro no litoral norte do Brasil em 2017.
Desde então, a Greenpeace e outras instituições prezam pela preservação do local, que sofre constantes ameaças de empresas petrolíferas. Em 2023, por exemplo, a Petrobras demonstrou interesse na exploração da Foz do Amazonas, onde esses recifes residem. Já em 2024, a empresa submeteu estudos para o Ibama para a exploração do local, que foi negado.
O documento com a negativa foi assinado por 26 técnicos do órgão ambiental. No entanto, o presidente do Ibama decidiu manter o processo ativo e dar à Petrobras uma nova chance de fornecer informações adicionais.
Esse evento demonstra que, embora a importância do grande sistema de corais da Amazônia, a conscientização pública para a existência do local é essencial para a sua conservação.
O que são recifes de corais?
Os recifes de corais são estruturas rígidas formadas por organismos aquáticos que possuem esqueleto calcário, como os corais e as algas coralinas. Eles apresentam grande biodiversidade e servem de abrigo e local de reprodução para várias espécies. Além disso, os recifes de corais possuem uma farta disponibilidade de alimento para os animais que vivem nesse ambiente.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, uma em cada quatro espécies marinhas vive nos recifes de corais, incluindo 65% das espécies de peixe. Apesar de toda sua importância, estima-se que aproximadamente 30% dos recifes do nosso planeta estejam muito danificados em virtude das atividades humanas.
Geralmente, esses locais servem de ponto turístico para a realização de mergulhos, apresentam espécies que podem ser utilizadas como alimento e fornecem matéria-prima para a indústria farmacêutica. Entre os fatores que destroem os recifes, destacam-se:
- Pesca;
- Poluição;
- Turismo;
- Indústria farmacêutica;
- Mudanças climáticas.
Descoberta dos corais da Amazônia
O estudo que descreve a descoberta dos corais da Amazônia possui a assinatura de 38 especialistas de 12 instituições diferentes. A descoberta foi confirmada em 2014 e, então, publicada na revista científica Science Advances em abril de 2016.
De acordo com o estudo, essa região amazônica é composta por uma rica biodiversidade que inclui esponjas, fungos de algas calcáreas e rodolitos, além dos corais. Todos essenciais para a vida marinha.
Esse primeiro estudo estimou que o sistema de recifes amazônicos possuía uma área de 9.500 m². Entretanto, a descoberta impulsionou a exploração da área pela Greenpeace, que revelou que o tamanho da área do sistema de recifes pode alcançar, na verdade, até 56 mil km².
Ameaças aos corais
Segundo o Greenpeace, quando uma empresa petrolífera inicia atividades em uma área, junto delas surge o risco de derramamentos acidentais que ameaçam diretamente a vida das espécies de animais e plantas. No Foz do Amazonas, onde o rio encontra o Oceano Atlântico, a situação é ainda mais delicada pois a exploração ameaça uma biodiversidade única e ainda desconhecida
Além disso, a mineração da área pode impactar negativamente as comunidades indígenas locais, que dependem da diversidade marinha para sobreviver. Os peixes e outros produtos derivados desses locais servem de renda e subsistência para comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas.
Porém, além da atividade petroleira, os corais também são ameaçados pelo branqueamento derivado de ações humanas. O branqueamento de corais ocorre através do aumento da temperatura da água do mar o que, consequentemente, torna-o um dos impactos do aquecimento global. Essa mudança de temperatura causa a expulsão do pigmento de algas que vivem em relações mutualísticas com os corais, que perdem sua cor natural, expondo seus esqueletos.
Portanto, celebrar o Dia Mundial dos Corais da Amazônia é um jeito de conscientizar a população sobre as ameaças à sua proteção. Durante a data, o Greenpeace promove ações sobre a preservação do ecossistema e reúne voluntários para a causa.
Em 2020, por exemplo, a organização reuniu mais de 2 milhões de assinaturas em uma abaixo-assinado em defesa dos corais da Amazônia. A Campanha conseguiu barrar a exploração de petróleo pela empresa francesa Total, com a rejeição definitiva determinada pelo Ibama.