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Sentimento comum, ciúme não se restringe aos humanos, e pode ter papel importante na evolução de espécies

O ciúme é uma emoção complexa. O sentimento de ciúme é formado por diversas outras emoções, como a raiva, o medo, a ansiedade ou a insegurança. O ciúme, apesar de estar diretamente ligado a relações românticas, pode ser relacionado a amizades, oportunidades e até mesmo a parentalidade

O ciúme surge junto a uma possível ameaça para a relação. Essa ameaça é tida como rival ou externa aos indivíduos que fazem parte do relacionamento. Ou seja, quando alguém sente que seu namoro ou sua amizade pode ser prejudicado por algo específico, essa pessoa pode sentir ciúmes.

Existem diversos fatores responsáveis pelo sentimento de ciúme. No entanto, profissionais de psicologia acreditam que a maior parte dos casos pode ser explicada por transtornos e traumas anteriores ou posteriores ao início do relacionamento. Apesar desta hipótese, alguns pesquisadores já buscaram entender se o ciúme está relacionado à genética humana.

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Por que sentimos ciúme?

Para que uma pessoa sinta ciúmes, ela precisa ser atingida por um conjunto de emoções diferentes. Esses sentimentos são negativos, e estão ligados ao instinto de sobrevivência humana. Quando uma criança sente ciúmes do irmão mais novo, ela se sente ameaçada na relação com seus pais.

A criança vai sentir ansiedade por ter que dividir suas figuras paternas e por sua nova realidade. Aos poucos, ela também passa a ter raiva do irmão por estar tomando um local que antes era seu, essa raiva se torna o medo de perder os pais para outra pessoa. Por fim, a criança vai se sentir constantemente insegura, com medo de ser deixada para trás.

Esse conjunto de emoções trabalha em harmonia, para fazer com que o indivíduo sinta o ciúme. A raiva faz com que o indivíduo se precipite e tome uma atitude para lidar com aquela ameaça. Enquanto isso, a ansiedade faz com que essa pessoa fique em estado de alerta, monitorando tudo ao seu redor, com a premissa de se manter segura. 

No caso da criança com ciúmes do irmão, ela está constantemente monitorando se suas figuras parentais não irão trocá-la pela nova criança que chegou na família. 

Qual a relação do ciúme com a genética?

Ainda não existem muitos estudos sobre a relação da genética com o ciúme. Para alguns pesquisadores, o ciúme está relacionado a questões de reprodução humana e sobrevivência da espécie. 

Ciúme e evolução 

Este fator pode ser notado no estudo da revista Twin Research and Human Genetics. De acordo com a pesquisa, o homem sente mais ciúmes sexual do que a mulher. Afinal, ele não consegue provar, com facilidade, que o filho que sua parceira carrega é seu. Para o homem, é importante que seus genes sejam transmitidos para as próximas gerações.

Desta forma, quando ele cria uma criança que não é sua, ele deixa de lado a evolução de suas características. Já na realidade feminina, o ciúme romântico é bem mais comum do que o sexual. Isso porque uma mulher consegue identificar seu filho, visto que ele cresce dentro dela.

No entanto, sem o auxílio e o cuidado paterno — o abandono paternal — a mulher pode ter dificuldades em manter sua prole viva. Apesar de oferecer uma explicação plausível para a relação do ciúme com a evolução e a genética humana, esses estudos não levam em consideração outros tipos de relações que não se encaixam nos padrões heteronormativos. 

Por isso, ainda é necessário a realização de outros tipos de pesquisas na área. Assim, será possível entender o que significa o ciúme para o cérebro e a psicologia humana. 

Ciúme e macacos 

Um estudo, publicado na revista Frontiers in Ecology and Evolution, mostrou como o ciúmes se apresenta no cérebro animal. A pesquisa foi realizada no macaco com o intuito de ser o mais próximo possível da realidade humana. Afinal, ainda se encontram alguns obstáculos em estudos da área feitos em humanos.  

Os pesquisadores responsáveis pelo teste colocaram uma espécie de macaco monogâmico para observar sua parceira ao lado de outro macaco estranho da mesma espécie. Para entender melhor suas ações, os estudiosos também observaram como o animal reagiu ao ver dois macacos estranhos, um macho e uma fêmea. 

Enquanto observava os macacos desconhecidos, o animal usado no teste não apresentou nenhuma atitude agressiva ou diferente do normal. Porém, ao ver sua parceira com outro macaco ele teve algumas atitudes consideradas “ciumentas”. 

Ao escanear o cérebro do animal, foi descoberto que, durante o período de ciúmes, ele teve alta atividade no córtex cingulado, área que nos humanos está relacionada à dor. O  septo lateral, área responsável pela formação e manutenção de relacionamentos nos macacos, também apresentou atividades fora do normal.

Outro fator que apontou o impacto do ciúme do corpo do animal foi a liberação de hormônios como testosterona e cortisol. O cortisol é um dos grandes indicadores de estresse social. Os macacos que passaram mais tempo observando suas parceiras com outros foram aqueles que tiveram maiores níveis do hormônio.

Apesar do estudo ainda ser restrito aos macacos machos, ele mostra que o ciúme tem um papel significativo no organismo. Além disso, a ideia de que o sentimento de ciúmes não é algo estritamente humano também é reforçada. 

Como lidar com o ciúme 

O ciúme é um sentimento ruim, assim como a raiva, a dor, o medo e a insegurança. Ninguém quer ter esses tipos de emoções. Mas isso não faz com que elas deixem de ser importantes para o bem-estar humano. Reprimir o ciúme, com intuito de se proteger e proteger o outro, pode dificultar as coisas.

Um hora todo o ciúme acumulado vai explodir, e isso pode fazer com que a relação seja abalada seriamente. Por isso, a melhor forma de lidar com seu ciúme é ficando frente a frente com ele. Em vez de jogar tudo para debaixo do tapete, permita-se sentir essa emoção e questione-se sobre quais são suas raízes.

O ciúme não é um sentimento que surge do nada, para que ele apareça, o indivíduo deve se sentir ameaçado. Desta forma, é essencial fazer certas perguntas para entender de onde essa emoção está vindo.

Confira os questionamentos:

  • Você tem algum trauma que possa ter causado um medo de abandono?
  • Esse sentimento está sendo causado por alguma insegurança sua?
  • O relacionamento em questão já teve problemas com algum tipo de infidelidade?
  • Seu medo irracional está permitindo que você interprete a situação de maneira correta?
  • Quais as situações que causam um gatilho para o seu ciúme?
  • Seu parceiro está passando os limites de seu relacionamento?
  • Qual é, exatamente, a ameaça que sua relação está sofrendo?

Se você duvidar de si mesmo, a melhor opção é procurar a opinião de uma terceira pessoa. Essa pessoa pode ser um amigo, ou até mesmo um terapeuta. Basta explicar a situação para ele, e perguntar qual a opinião dele sobre o assunto, se você está errando em alguma coisa ou se realmente existe uma ameaça.

A melhor opção é perguntar isso para alguém que não vai ser parcial no assunto, e pode dar sua opinião sincera sobre a situação. Assim, você pode entender um pouco mais o seus sentimentos e trabalhar o ciúme em suas relações com outros indivíduos.

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Observação e cuidado 

Apesar do ciúme ser um sentimento humano comum, o excesso dele pode causar problemas. O ciúme tem uma relação forte com a violência, quando ele não é bem desenvolvido pela pessoa que o sente. Há anos, o ciúme excessivo tem sido um alerta para situações de violência doméstica ou relacionamentos abusivos. 

Caso você esteja tendo problemas graves em lidar com o seu ciúme, a resposta ideal é ir em busca de ajuda psicológica. A terapia comportamental cognitiva pode ajudar a lidar com essa emoção mudando hábitos do dia a dia e a forma como um indivíduo responde a essa sensação. 

Se, porventura, você conhecer alguém que esteja sofrendo de violência doméstica ou abuso em decorrência de ciúmes, é possível realizar denúncias para a Central de Atendimento à Mulher. Basta ligar 180 para realizar uma denúncia e salvar uma vida. 

A delação de casos de violência também podem ser feitas na delegacia mais próxima a sua casa, ou por ligação no 190. Se você preferir não se identificar, use o disk 181. 


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