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Reação entre substâncias emitidas pelo corpo e por produtos de limpeza formam compostos químicos prejudiciais à saúde

Imagem de Sven Mieke em Unsplash

As emissões humanas liberadas durante a prática de exercícios físicos em academias podem se combinar com produtos de limpeza, como água sanitária, para formar poluentes do ar potencialmente prejudiciais à saúde. Essa é a conclusão de um novo estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos. Segundo a equipe, o corpo de única pessoa se exercitando emite a mesma quantidade de substâncias químicas produzidas por cinco indivíduos sedentários juntos.

Quando essas emissões humanas, incluindo aminoácidos do suor ou compostos cetônicos provenientes da respiração, combinam-se quimicamente com produtos de limpeza à base de água sanitária em um ambiente fechado, novos produtos químicos transportados pelo ar se formam. Os impactos dessa combinação na qualidade do ar interno, no entanto, ainda são desconhecidos. Os resultados foram divulgados terça-feira (5) no artigo “Sweat, bleach and gym air quality: Chemical reactions make new airborne chemicals“, publicado pela revista científica Science Daily.

Desenvolvimento do estudo

Em 2018, os pesquisadores equiparam o ginásio da universidade com um conjunto de equipamentos de amostragem de ar. Os instrumentos coletaram dados relativos à sala e ao suprimento de ar, medindo uma série de produtos químicos transportados pelo ar em tempo real – antes, durante e depois dos exercícios.

A análise revelou que os corpos dos atletas produziam de três a cinco vezes mais emissões durante o treino do que quando estavam em repouso. As emissões liberadas, como aminoácidos do suor ou acetona do hálito, ao serem combinadas com produtos utilizados para higienizar os equipamentos, resultaram em uma nova leva de compostos químicos no ar nocivos à saúde.

A equipe foi a primeira a identificar no ar de um ambiente fechado a presença de um grupo químico chamado N-cloramina, formado a partir da reação entre água sanitária e aminoácidos do corpo. Em outras palavras, o cloro dos alvejantes pulverizados sobre os equipamentos estava reagindo com o suor e o hálito emitido pelos atletas, prejudicando a qualidade do ar interno.

Mais pesquisas são necessárias para determinar os impactos específicos que essa reação pode ter na qualidade do ar em ambientes fechados. No entanto, os pesquisadores apontam que uma reação quimicamente semelhante de amônia com alvejante é conhecida por ser prejudicial à saúde humana.

Segundo Zachary Finewax, autor principal do estudo, os seres humanos são uma grande fonte de emissões de poluentes do ar interno. Para piorar, tanto os produtos químicos provenientes do corpo humano como os emitidos por produtos de limpeza permanecem no ambiente e “viajam” dentro dos espaços fechados, reagindo com outras substâncias.

Joost de Gouw, docente de Química da Universidade do Colorado e um dos autores do estudo, afirma que, hoje, é fundamental entender como os produtos químicos se comportam nos ambientes que ocupamos no dia a dia. Afinal, as pessoas têm passado cerca de 90% do tempo dentro de casa durante a pandemia do novo coronavírus.

Embora os pesquisadores tenham coletado os dados para este estudo antes da pandemia, a equipe acredita que os resultados da pesquisa sugerem uma solução permanente para o problema: uma academia moderna, com baixa ocupação e boa ventilação, pode ser relativamente segura para um treino, especialmente se o uso de máscaras for incentivado.


Fontes: Science Daily, Phys.org e Air Quality News


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