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Segundo especialistas, gargalos estão nas linhas de transmissão do Sistema Interligado Nacional e nas intermitências das fontes de energia

O Brasil está novamente à beira de uma crise energética, pela escassez hídrica, e não vai poder contar com os comemorados últimos recordes das produções eólica e solar batidos pelos Estados do Nordeste. Especialistas veem dificuldades na exportação da energia para regiões em dificuldades, como o Sudeste, e também nas operações do sistema, com as intermitências das fontes renováveis.

Limitação das linhas de transmissão do Sistema Interligado Nacional – SIN (conjunto de equipamentos e instalações conectados para suprir energia em todo o País) é o que prevê o professor Fernando de Lima Caneppele, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP em Pirassununga. Para Caneppele, apesar de feliz com o excelente desempenho do setor, o SIN hoje instalado não suporta a distribuição do excedente de energia eólica e solar para todo o território nacional e vai “necessitar de investimentos em linhas de transmissão”.

Ao contrário de Caneppele, Jair Antonio Cruz Siqueira, professor do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas da Unioeste, Cascavel (PR), diz que o SIN está em condições e preparado para distribuir a energia do Nordeste para o País, mas que a administração dessas fontes alternativas pode representar desafio aos operadores do sistema quanto “aos aspectos de intermitência e estocasticidade dessas energias”, gerenciamentos que “independem do controle humano”.

Diversificar matriz energética

Com sol quente e ventos fortes praticamente o ano inteiro, a região Nordeste tem atraído não só turistas, mas investimentos em parques e usinas de energias alternativas, o que gera renda, empregos e contribui para diversificar a matriz energética brasileira. Quanto a este fato, Caneppele e Siqueira concordam, as notícias são boas.

Siqueira afirma que o uso das fontes renováveis na geração de energia pode “reduzir a dependência da energia hidrelétrica, que hoje está na faixa de 62%” da produção nacional. E Caneppele diz que as perspectivas são boas e cita a performance da energia eólica brasileira, que possui, hoje, “aproximadamente, 700 parques eólicos e mais de 8 mil aerogeradores que, somados, têm em torno de 17 gigawatts; isso frente aos 174 gigawatts”, quando consideradas todas as fontes, em termos de capacidade instalada no País.

Os resultados positivos com os recordes de produção de energia eólica e fotovoltaica do Nordeste em julho deste ano são resultado de políticas públicas iniciadas há 20 anos com o Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas), afirma Caneppele. “Nos últimos dez anos, a produção de energia eólica passou de 0,4% para 8,8%”, adianta o professor Caneppele, lembrando ainda o desenvolvimento da indústria nacional para a produção de equipamentos e peças para o setor, que gerou empregos e rendas.

As condições “singulares de velocidade dos ventos, chegando a oito metros por segundo, e os elevados valores de radiação solar”, segundo o professor Siqueira, fizeram dos Estados do Rio Grande do Norte e Ceará os destaques, com grandes parques eólicos instalados, e, da região Nordeste, a maior produtora de energia eólica do Brasil, com 90% do total. Enquanto isso, Bahia, Ceará e Piauí vêm atraindo grandes interesses na geração de energia fotovoltaica e Pernambuco se preparando para receber a maior usina de energia solar da América Latina, projeto que deve se concretizar “nos próximos dez anos”, informa Caneppele.

Jornal da USP no Ar

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