A pirita é um mineral cujo processo de extração pode gerar danos ambientais, como a acidificação dos cursos hídricos
A pirita, ou sulfeto de ferro, é um mineral de brilho metálico, composto por ferro e enxofre (dissulfeto de ferro). Sua aparência lembra o ouro, porém, seu valor de mercado é inferior. De fórmula química FeS2 e pertencente ao grupo dos sulfetos, a pirita é facilmente encontrada em resíduos de extração de materiais, tais como carvão mineral e cobre.
O nome “pirita” vem do grego “pyr”, que significa fogo, provavelmente, devido às faíscas geradas quando ela é golpeada com um martelo.
Qual a diferença entre a pirita e o ouro?
Por conta do seu aspecto brilhante e sua coloração dourada, esse mineral é também chamado de “ouro dos tolos”. Entretanto, a pirita apresenta algumas propriedades diferentes daquelas que caracterizam o ouro.
A pedra pirita tem uma dureza que varia entre 6 e 6,5 mohs e uma densidade relativa de 5 g/cm3. Enquanto isso, a dureza do ouro fica entre 2,5 e 3 mohs, e sua densidade, 19,3 g/cm3. Isso significa que o ouro é mais maleável e pesado do que o FeS2. Outra diferença entre esses dois metais é a intensidade do brilho metálico, que é menos intenso no ouro do que na pirita.
Usos
Embora o mineral seja composto de ferro e enxofre, ele não serve como uma fonte importante de nenhum desses elementos. O ferro, por exemplo, é tipicamente obtido de minérios de óxido, como hematita e magnetita. E, enquanto a pirita era comumente utilizada como fonte de enxofre, hoje a maior parte do enxofre é obtida como subproduto do processamento de petróleo e gás.
Atualmente, o mineral é usado e colecionado como um tipo de “cristal”. Ele é moldado em contas, cortado em cabochões, facetado e esculpido em formas.
Impactos ambientais da extração
O FeS2 é muito encontrado na extração de carvão mineral. Durante a extração de carvão, esse mineral é descartado no meio ambiente, poluindo o solo e a água. O grande problema é que a pirita, exposta ao meio, favorece o processo de drenagem ácida das minas (DAM).
Esse processo é resultado da mineração de rochas que têm sulfetos, como a pirita, em sua composição. Isso porque, em contato com oxigênio e água, o sulfeto sofre a oxidação e libera Fe3+. Por sua vez, o Fe3+ se transforma em Fe2+, um elemento que favorece a acidificação dos corpos hídricos e do pH do solo.
De acordo com um estudo, uma solução para esse problema seriam os processos de bio-hidrometalurgia e de biolixiviação, em que os produtos da oxidação da pirita são metabolizados por bactérias acidofílicas.
Apesar de lento, utilizar bactérias acidofílicas é um processo barato e eficiente. Com a degradação da pirita, ela pode ser usada por se transformar em substâncias de interesse industrial. Um exemplo é o ácido sulfúrico, que é muito utilizado para a produção de papel e corantes.
Outro estudo abordou a possibilidade de usar o FeS2para a fabricação de células solares. Essas células são responsáveis pela conversão de energia solar em elétrica. A pirita, por ser um mineral semicondutor, consegue auxiliar na absorção de radiação solar. Dessa forma, o seu descarte inadequado no ambiente poderia ser evitado, e ela contribuiria para a produção de energia limpa renovável.