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Sistema de radar de micro-ondas desenvolvido nos EUA pode auxiliar no resgate de vítimas após desastres e eventos climáticos extremos

Pesquisadores do NIST – Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos Estados Unidos desenvolveram um novo sistema de radar de micro-ondas que podem atravessar superfícies sólidas, como paredes e pisos. A tecnologia produz imagens e vídeos em tempo real dos objetos que estão atrás dessas superfícies, ainda que eles estejam se movendo em velocidades supersônicas. As descobertas foram publicadas em junho na revista científica Nature.

A ideia é utilizar a tecnologia para auxiliar bombeiros e socorristas no resgate a vítimas de desastres e eventos climáticos extremos, como terremotos, tornados, furacões, deslizamentos de terra e desabamentos. Se as equipes de resgate puderem ver através dos destroços para localizar instantaneamente os sobreviventes que estão sob os escombros, medir seus sinais vitais e até mesmo gerar imagens das vítimas, muitas vidas poderão ser salvas. A tecnologia de radar transparente também possibilita monitorar detritos espaciais capazes de atingir as pessoas no solo.

Fabio da Silva, pesquisador que liderou o projeto no NIST, explicou ao portal Intelligent Living:

Nós não conseguimos ver através das paredes porque o tipo de comprimento de onda ao qual o olho humano é sensível não penetra tão bem nesses objetos. No entanto, se utilizarmos comprimentos de onda mais longos, como no nosso sistema de micro-ondas, será possível “enxergar” através das paredes.

Entenda melhor a tecnologia de radar transparente

A tecnologia de radar transparente foi inicialmente concebida durante a Guerra Fria para substituir a perfuração de buracos “espiões” nas paredes. Já existem alguns produtos comerciais semelhantes no mercado, como radares Range-R usados ​​por policiais para rastrear movimentos atrás de paredes. De acordo com seus fabricantes, outros dispositivos de radar, como o RadarVision2, incluem telas tridimensionais que mostram onde as pessoas estão localizadas dentro de um edifício.

A tecnologia de radar tradicional envia ondas de rádio para um local por meio de um transmissor. Essas ondas ricocheteiam em um objeto naquela área e são detectadas por um receptor. Assim, pode-se determinar a localização, tamanho e movimento dos objetos usando os dados coletados por esses “ecos de radar”. Normalmente, esse método envolve vários receptores e menos transmissores.

Por sua vez, o sistema do NIST funciona enviando micro-ondas por meio de vários transmissores e apenas um receptor, poderoso e extremamente sensível. O sistema também depende de ondas de luz que atingem outros objetos à medida que retornam ao receptor, permitindo determinar com mais rapidez e precisão o que está em um local específico. “A luz reflete em outros objetos, que, por sua vez, iluminam outros objetos a partir de vários reflexos”, explicou Silva.

As micro-ondas são os membros mais curtos da família das ondas de rádio. Seus comprimentos de onda variam da espessura de uma moeda de dez centavos ao tamanho de uma régua de escola. Mas elas já são aplicadas ​​na tecnologia de radar – os dispositivos que rastreiam a velocidade de um carro na rodovia, por exemplo, também dependem de micro-ondas.

Potencial do projeto

Embora essa tecnologia incrível ainda esteja em seus estágios iniciais, os pesquisadores observam nela um enorme potencial. Ver através de objetos sólidos pode ajudar os socorristas em esforços de busca e resgate, que vão desde localizar pessoas presas em prédios em chamas até procurar sobreviventes após um terremoto. Ela também pode detectar objetos em meio a eventos climáticos como granizo, chuva e nuvens.

Os cientistas do NIST afirmam que o novo sistema é capaz de identificar e rastrear objetos que se movem a velocidades hipersônicas, incluindo aviões adversários, mísseis e até lixo espacial, que pode ser mortal para humanos e animais selvagens no solo.

O Exército dos Estados Unidos já demonstrou interesse em uma tecnologia de ponta que possa ver através das paredes. No ano passado, o Exército solicitou informações para identificar tecnologias disponíveis comercialmente que possam acelerar o desenvolvimento de “sistemas de visão através das paredes” e que permitam que os soldados sejam mais eficientes, eficazes e precisos.


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