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Entenda o que é masculinidade tóxica e os riscos que ela representa para a saúde mental e as relações dos homens

Masculinidade tóxica se refere à noção de que um determinado conjunto de valores, ideias, comportamentos e características biopsicossociais associadas a indivíduos do gênero masculino, e incentivadas culturalmente, poderiam trazer consequências nocivas para a sociedade como um todo, inclusive para os próprios homens.

O conceito centra-se na ideia de que alguns traços culturais associados à masculinidade são arcaicos, perpetuando a homofobia, a tendência à violência, a hipercompetitividade e o desejo de dominação. Um estudo publicado no Journal of School of Psychology define a masculinidade tóxica como “a constelação de traços socialmente regressivos [masculinos] que servem para promover a dominação, a desvalorização das mulheres, a homofobia e a violência gratuita”.

Na contemporaneidade, as pessoas costumam usar o termo masculinidade tóxica para descrever traços masculinos exagerados que muitas culturas amplamente aceitaram ou glorificaram, tais como a crença de que homem não chora, o uso da força, a falta de emoção e a sede de poder.

De acordo com os valores masculinos tóxicos tradicionais, um homem que não exibe o suficiente dessas características pode não ser um “homem de verdade”. A ênfase exagerada nesses traços pode levar a desequilíbrios prejudiciais em indivíduos que tentam corresponder a essas expectativas. Alguns exemplos incluem:

  • Comportamento violento
  • Agressão sexual
  • Indiferença, apatia e supressão de emoções
  • Hipercompetitividade
  • Necessidade de dominar ou controlar os outros
  • Tendência ou glorificação da violência
  • Isolamento
  • Baixa empatia
  • Machismo e sexismo

A crença popular de que “os homens são assim mesmo” reforça comportamentos descuidados, agressivos ou prejudiciais instigados nos homens desde a tenra infância, em vez estimular um movimento, a partir da educação e da informação, no sentido de levá-los a assumir seus erros e se desculpar por eles.

Qual é a origem do comportamento que associamos à masculinidade tóxica?

Uma possível origem da masculinidade parece ter se desenvolvido há milhares de anos, quando os primeiros homo sapiens usavam a força, por exemplo, para exercer domínio ou assumir o comando. Os homo sapiens machos mais bem-sucedidos eram aqueles que podiam lutar e caçar. Naquela época, as características mais desejáveis ​​provavelmente incluíam agressão, crueldade e força física.

Esses comportamentos perduraram por séculos. Ao longo da história, governantes dominantes do sexo masculino ganharam poder conquistando outros territórios à base da força. Tal padrão permaneceu inalterado até as décadas de 1980 e 1990, quando os comportamentos masculinos tradicionais tornaram-se incompatíveis com as visões da sociedade contemporânea.

No entanto, embora a sociedade contemporânea possa incentivar uma mudança de atitude em relação a esses comportamentos masculinos, deixando de celebrar visões arcaicas da masculinidade, certos grupos e subculturas ainda são vítimas dessas “normas esperadas”.

Nesse cenário, a masculinidade pode se tornar “tóxica”. Se um homem acredita que não está atendendo a essas características exageradas ou não se alinhando com essas visões estreitas, ele pode sentir que está aquém dos outros – o que pode resultar na necessidade de atacar os outros ou exagerar essas características para restabelecer sua “masculinidade”. E é justamente aí que reside o perigo, tanto para o próprio indivíduo como para as pessoas ao redor.

Hábitos pouco saudáveis e a relação com saúde mental

A masculinidade tóxica glorifica hábitos pouco saudáveis. Ela defende que “autocuidado é coisa de mulher” e que homens devem tratar seus corpos como máquinas, economizando no sono, malhando mesmo quando estão machucados e se esforçando para superar seus limites físicos. Além disso, ela desencoraja os homens a buscar orientação médica, mesmo quando estão muito doentes.

Um estudo de 2011, publicado no Journal of Health and Social Behavior, descobriu que os homens com crenças mais fortes na “masculinidade inerente” tinham metade da probabilidade de receber cuidados de saúde preventivos do que os indivíduos com crenças mais moderadas sobre o que é ser homem.

Além de evitar o tratamento preventivo, a masculinidade tóxica também incentiva comportamentos não saudáveis.

Outro estudo, de 2007, descobriu que quanto mais os homens se conformam com as normas masculinas, maior a probabilidade de se envolverem em comportamentos de risco, como beber muito, fumar e evitar vegetais. Além disso, eles eram mais propensos a ver essas escolhas arriscadas como sendo “normais”.

A masculinidade tóxica também pode interferir na saúde mental. A Associação Americana de Psicologia aponta os perigos de tentar aderir a todo custo a esse padrão de comportamento exagerado. Segundo a instituição, homens e meninos forçados a se apegar a essas características muitas vezes experimentam efeitos adversos e podem enfrentar problemas, tais como depressão, problemas de imagem corporal, estresse e abuso de substâncias.

Além disso, como se emocionar ou falar abertamente sobre sentimentos vai contra esses valores masculinos tradicionais, existe o risco adicional de que homens com problemas de saúde mental não procurem atendimento profissional ou até mesmo falem sobre suas lutas com amigos ou familiares.

Como facilitar a mudança?

Eliminar ou mudar a masculinidade tóxica não é algo que acontecerá da noite para o dia. No entanto, à medida que mais pessoas começam a definir sua própria versão de masculinidade e incluem outras experiências humanas dentro dessa definição, os papéis de gênero continuarão a mudar em uma escala maior.

No nível subjetivo, uma dica é se educar sobre suas atitudes em relação à masculinidade e ter espaço para que outros ajudem a mudar suas definições. Convidar um amigo para compartilhar suas emoções ou sentimentos sobre o assunto e discuti-los abertamente, sem julgamento ou crítica, também pode ser uma boa estratégia para adotar um comportamento mais saudável para si e para os outros.

Questionar e trabalhar deliberadamente contra traços exagerados pode ajudar uma pessoa e aqueles ao seu redor a redefinir a masculinidade e superar padrões de pensamento desatualizados e potencialmente prejudiciais, como aqueles criados pela masculinidade tóxica.


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