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Pesquisadores dos EUA revelam que mulheres foram peça-chave na coevolução de cachorros e seres humanos

Imagem de Richard Brutyo em Unsplash

Em uma análise transcultural, pesquisadores de Antropologia da Washington State University, nos EUA, descobriram que vários fatores podem ter desempenhado um papel relevante na construção da relação mutuamente benéfica entre humanos e cães – incluindo temperatura, caça e, surpreendentemente, gênero. As novas evidências sugerem que o cachorro não é, como dizem por aí, o melhor amigo do homem – na verdade, ele provavelmente é o melhor amigo da mulher. Um artigo com detalhes da pesquisa foi publicado no Journal of Ethnobiology.

Após as análises, a equipe concluiu que os relacionamentos de cães com mulheres provavelmente tiveram um impacto maior no vínculo entre seres humanos e cachorros do que os relacionamentos com os homens. Segundo Jaime Chambers, principal autora do estudo, os seres humanos eram mais propensos a considerar os cães como “membros da família” quando havia uma relação especial desses animais com as mulheres. As evidências sustentam que vínculos mais estreitos entre mulheres e cães têm favorecido, ao longo da história evolutiva, a parceria familiar que se estabeleceu entre as espécies.

Embora os cães sejam os animais domesticados mais antigos e mais conhecidos, poucos estudos antropológicos têm dado enfoque direto à sua relação com os humanos. No entanto, ao investigarem a extensa coleção de documentos etnográficos no banco de dados Human Relations Area Files, os pesquisadores encontraram milhares de menções a cães.

No final das contas, a equipe localizou dados de mais de 844 etnógrafos, que deixaram registros sobre 144 sociedades tradicionais de subsistência de todo o mundo. Durante o estudo, os pesquisadores estabeleceram dois aspectos dos registros para medir a intensidade da relação entre humanos e cachorros: utilidade mútua entre as espécies e desenvolvimento de personalidade canina (se os cães eram tratados como indivíduos, se recebiam nomes próprios ou se dormiam junto aos tutores, por exemplo).

Desses dados, surgiu um padrão: quanto mais as mulheres se envolviam afetivamente com os cães, maiores eram os indicadores de desenvolvimento de personalidade canina e de utilidade do cão para o ser humano – e vice-versa. De acordo com Chambers, revisitar essas culturas pode fornecer uma visão mais ampla sobre como a relação homem-cão se desenvolveu.

Clima e caça

Outra tendência predominante na observação da coevolução de humanos e cães envolve o meio ambiente. Os pesquisadores concluíram que climas mais quentes reduziam a utilidade dos cachorros para os seres humanos. Robert Quinlan, professor de Antropologia da WSU e um dos autores do artigo, explica que os cães não são muito eficientes em termos de energia, porque sua temperatura corporal é mais alta do que a dos humanos – o que os deixa cansados mais rapidamente.

Por outro lado, o hábito de caçar também parece ter fortalecido a conexão cão-humano. Em culturas que caçavam com cães, os animais eram mais valorizados por seus parceiros humanos: as medidas de utilidade e personalidade se mostraram mais altas nesses casos. Os valores diminuíram, no entanto, quando a produção de alimentos aumentou, seja no cultivo ou na criação de gado.

O estudo adiciona evidências à teoria evolucionária de que cães e humanos escolheram uns aos outros, em detrimento da teoria mais antiga, segundo a qual os humanos intencionalmente procuraram filhotes de lobo para criarem por conta própria. De qualquer forma, é inegável que essa parceria proporcionou benefícios incríveis para os cães… E para os humanos também!



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