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“Estamos em situação de emergência e precisamos agir adequadamente. As pessoas com dinheiro precisam reagir ao nível de preocupação que temos agora globalmente”
De acordo com o jornal The Guardian, um latifundiário britânico, Hylton Murray-Philipson, fez uma doação pessoal de última hora no valor de mais de £ 100.000 para cobrir uma lacuna no financiamento do evento “O Chamado do Cacique Raoni – Grande Encontro das Lideranças Guardiãs da Mãe Terra”, realizado entre 24 a 28 de julho na Aldeia Piaraçu, no Território Kayapó, em São José do Xingu.
O encontro foi convocado pelo cacique Kayapó Raoni Metuktire, com a finalidade de ampliar a voz dos povos da floresta que historicamente têm sido os melhores guardiões do meio ambiente.
“Estamos em situação de emergência e precisamos agir adequadamente. As pessoas com dinheiro precisam reagir ao nível de preocupação que temos agora globalmente”, disse o fazendeiro ao Guardian.
Murray-Philipson expressou sua preocupação com a crescente ameaça do colapso climático e comparou a situação à ameaça nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Ele destacou a importância dos povos indígenas na luta contra as emissões de carbono e a proteção do meio ambiente, enfatizando que a Amazônia é responsável por equilibrar o clima no mundo todo.
“O mundo precisa dos povos indígenas como nunca antes”, disse ele. “Devemos ser gratos a eles. Eles nos ensinam que a Amazônia não é apenas um depósito de carbono, é uma das grandes máquinas de chuva do mundo. Sem isso, haverá mais seca e solo pior. Eu sou um fazendeiro. Eu sei o que isso significa, finalizou Hylton”.
A doação do fazendeiro permitiu que os participantes do encontro tivessem três refeições diárias e apoio logístico durante o evento. Ele enfatizou a urgência de dar aos indígenas um lugar à mesa principal nas discussões ambientais, pois esta década é considerada crucial para enfrentar os desafios climáticos. Sua motivação para a doação foi moldada pelas evidências crescentes de instabilidade climática, juntamente com sua experiência pessoal com a pandemia, que o fez repensar suas prioridades e focar mais no ativismo ambiental.
