Loja
Apoio: Roche

Saiba onde descartar seus resíduos

Verifique o campo
Inserir um CEP válido
Verifique o campo

Wanderley da Silva Paganini e Gonzalo Vecina Neto comentam os problemas causados à saúde pela falta de saneamento, uma realidade presente na vida de muitos brasileiros

Por Sandra Capomaccio em Jornal da USP – O governo federal aprovou em julho de 2021 o Marco Legal do Saneamento, que tem como meta alcançar a universalização dos serviços de saneamento básico até 2033, garantindo que 99% da população brasileira tenha acesso à água potável e 90% ao tratamento e à coleta de esgoto.

O saneamento é tudo aquilo que pode melhorar ou afetar a qualidade de vida das pessoas, ou seja, é muito mais do que água potável, destino do lixo ou esgoto. É o controle de alimentos, controle de vetores, limpeza urbana, medicina preventiva, entre outros itens.

O saneamento faz uma barreira sanitária entre o indivíduo e o meio ambiente e um bom exemplo é o simples ato de lavar as mãos ou a limpeza de uma caixa d’agua. São atos e ações que protegem pessoas e consequentemente o meio ambiente.

Água limpa e potável é sem dúvida um dos fatores mais importantes, segundo o engenheiro sanitarista Wanderley da Silva Paganini,  professor da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP e consultor ambiental que trabalhou na Sabesp por 43 anos.

As doenças originárias da falta de água limpa ou de saneamento básico são muitas: gastroenterite, diarreia, desinteria bacteriana, cólera, hepatite A, verminoses, arboviroses, leptospirose, febre tifoide, entre muitas outras. A mortalidade infantil também está relacionada à questão sanitária e à falta de uma infraestrutura adequada.

Se fossemos enumerar as doenças, a primeira da lista seria a diarreia. Só para se ter uma ideia, 88% das mortes por diarreia no planeta são causadas pelas precárias condições de saneamento. Outra doença grave é o rotavírus, que registra 40% das internações de crianças de até 5 anos.

Quando se investe em saneamento básico, o retorno aparece na área da saúde. “A cada real investido em saneamento, o setor público economiza R$ 4 em medicina curativa. Mas esse número é relativo, porque esse investimento muda conforme o bairro da cidade. Se esse mesmo real for investido na periferia da cidade, com certeza a economia será bem maior, cerca de R$ 6 a R$ 8 na medicina curativa”, avalia Paganini.

Mais de 60% dos municípios não têm locais adequados para o destino final do lixo. O médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, explica que a questão sanitária atinge diretamente o meio ambiente, como o destino dos lixões e do lixo industrial. “A Universidade de São Paulo participa, através de seus professores, técnicos e pesquisadores, com a geração de propostas, soluções e alternativas, mas a execução está fora dos muros da universidade”, mensura Vecina.

O Brasil tem 83% de atendimento com abastecimento de água e 53% com esgotamento sanitário. As variações mudam em função das regiões brasileiras, de acordo com o engenheiro sanitarista Wanderley Paganini. “O abastecimento de água atinge apenas 170 milhões de habitantes dos 210 milhões de brasileiros”, avalia.


Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos. Saiba mais