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O transporte é a fase que mais impacta o meio ambiente no processo de fabricação do vinho. Entenda os efeitos de cada etapa

O consumo mundial de vinhos em 2014 foi da ordem de 24.701.440 litros, de acordo com uma pesquisa feita pelo Wine Institute. Para suprir essa demanda, a produção de boa parte dos vinhedos (também chamadas de parreiras ou vinhas) ganhou proporção industrial. A imagem do pequeno produtor e sua família esmagando as uvas com os pés se tornou raridade. Visando a otimização da produção e o lucro, muitos métodos nada sustentáveis são adotados. Você já parou pra pensar no impacto ambiental da produção do vinho?

Os vinhos convencionais encontrados no mercado são “tecnológicos”, elaborados de acordo com escolas enológicas, feitos mais pela mão do homem do que pela natureza. O produto é manipulado de acordo com as necessidades do produtor, do mercado, da produtividade, do valor, etc.

Para controlar sabores e aromas, a produção do vinho conta com diversas artimanhas. Muitos fatores influenciam o sabor do produto final, e tudo começa com a produção da uva. Industrializar o vinho, assim como a alimentação, significa adicionar produtos químicos, modificar e intervir no produto desde o pé da uva até o vinho engarrafado. Saiba mais sobre como funciona o processo produtivo do vinho, desde a colheita até o engarrafamento.

Diversos fatores estão incluídos no impacto ambiental da produção do vinho: cultivo uvas, energia associada ao equipamento das viníferas, utilização da água para irrigação, pesticidas, fertilizantes e produtos químicos, fabricação do vinho, fabricação das garrafas e rótulos, cultivo do carvalho de onde é retirada a cortiça para a rolha, fabricação das rolhas, transporte do vinho até as lojas, refrigeração do vinho, destino das garrafas, etc.

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O impacto ambiental do cultivo de videiras em larga escala

uva
Foto de Maja Petric no Unsplash

As mudanças climáticas são um verdadeiro desafio ambiental para os produtores. Cada variação na temperatura do ambiente influi na qualidade final do vinho. Para originar um vinho de qualidade, as uvas devem estar em um ponto de maturação específico, com um acúmulo de açúcar adequado. Se a uva não estiver madura o suficiente, o vinho terá uma concentração de álcool reduzida.

Você sabe quais os tratamentos químicos utilizados no vinhedo do vinho que você bebe? As uvas utilizadas para vinhos comerciais normalmente são provenientes de vinhedos tratados com produtos químicos, que deixam resíduos. Quando a aplicação dos produtos químicos é feita da maneira correta, os produtos usados são legalizados e testados e não há abusos de aplicação, os resíduos são baixos. Mas, infelizmente, isso nem sempre é uma realidade. Sem falar da massiva utilização de água no processo produtivo, do despejo de resíduos no ambiente, do desperdício de recursos naturais, de insumos de produção, e das práticas ambientais insustentáveis.

Para evitar o ataque de fungos e pragas, são utilizadas grandes quantidades de fungicidas sintéticos, herbicidas e fertilizantes que acabam na terra e na água (entenda mais sobre a poluição dos solos via pesticidas, herbicidas e fertilizantes). Na vinha, a aplicação de pesticidas contribui com a maioria de todas as emissões tóxicas. Outro fator preocupante, é que os agroquímicos aplicados no solo ou na matéria-prima podem ser encontrados no produto acabado. Esses componentes químicos colocam em risco não só os trabalhadores que os manipulam, mas também a população que consome os vinhos que contêm os eventuais resíduos.

Para manter uma monocultura como a viticultura, são aplicados diversos herbicidas. Mas junto com as outras plantas, boa parte da flora microbiana do solo também morre, afetando a fertilização. Para reparar essa perda e aumentar a produção, fertilizantes artificiais são muito utilizados, como o nitrogênio sintético, feito a partir de combustão de petróleo. O uso de fertilizantes de nitrogênio e fósforo contribuem para a eutrofização da água e acidificação do solo.

O ciclo natural da videira inclui um período de dormência, muitos produtores realizam a quebra da dormência da videira de forma artificial, com compostos químicos como a cianamida hidrogenada e a cianamida cálcica.

Fabricação

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Foto de Marvin L no Unsplash

De acordo com um estudo da Dalhousie University, o processo de fabricação de vinho é relevante para a degradação ambiental, devido à eletricidade utilizada na industria e às emissões de compostos orgânicos voláteis (VOCs) durante a fermentação.

Hoje, grande parte dos vinhos são “maquiados”. Pode-se fazer um mosto (pasta de suco, casca e sementes, obtida após a prensagem das uvas) ruim virar um vinho bom. Isso por conta da industrialização e dos produtos adicionados. Por isso, devemos considerar o impacto ambiental da cadeia produtiva dessas substâncias também. Centenas de produtos químicos são permitidos na indústria enológica, como antioxidantes, ativantes, nutrientes, bactérias, leveduras, clarificantes, desacidificantes, enzimas, estabilizantes, taninos, conservantes, corretores de acidez, filtros, metabissulfitos, etc. Todos esses componentes demandam de energia para serem produzidos, transportados e armazenados.

A vinificação gera resíduos líquidos, sólidos orgânicos (bagaços, borras, caules), restos de embalagem, entre outros. Desses resíduos, os que possuem interesse econômico potencial são, principalmente, engaço (pedúnculos e ramificações do cacho de uvas), bagaço, sementes, borras e os sarros. A partir do bagaço extrai-se álcool (aguardente e álcool etílico), ácido tartárico, corantes antociânicos, ou também o uso como fertilizante. O engaço pode ser empregado como matéria-prima da indústria do papel, obtenção de proteína e combustível. A semente é utilizada na extração de óleos, taninos e combustível. Ela também pode ser incorporada em adubos e rações. As borras (resíduo depositado nos recipientes após a fermentação, ou após tratamento autorizado, bem como o resíduo obtido pela filtração e/ou pela centrifugação do vinho) são subprodutos valiosos, pois delas aproveita-se o ácido tartárico, álcool, substâncias corantes, além de poderem ser incorporadas no solo como fertilizante orgânico. Dos sarros (resíduos deixados nas paredes dos recipientes usados para armazenar o vinho) aproveita-se o ácido tartárico.

Contudo, mesmo com as diversas potencialidades de usos para os resíduos, como a produção de fertilizantes naturais, de acordo com um estudo da Universidade federal do Rio Grande do Sul, eles são, na grande maioria das vezes, desprezados e destinados ambientalmente de forma incorreta.

Engarrafamento

rolhas
Foto de John Murzaku no Unsplash

O vidro tem grande responsabilidade na pegada de carbono do vinho (saiba mais sobre o que é pegada de carbono). A produção de garrafas de vidro consome muita energia e contribuiu fortemente para o aquecimento global, com poluição atmosférica e emissões acidificantes. Especialistas do Grupo ARCE concluíram que o vidro representa 39% da pegada de carbono do vinho (calculada em 1,2144 kg de dióxido de carbono por garrafa). Garrafas maiores e mais pesadas impactam mais o meio ambiente. Por esse motivo, a indústria tem buscado alternativas mais leves que o vidro, como bag-in box, caixa tetrapac ou polietileno.

As garrafas tradicionais de vidro pesam, em média, de 420 gramas (g) a 500 g – algumas chegam até 900 g. Existem no mercado garrafas de vidro feitas por empresas com posicionamento ecológico que pesam 400 g e de 360 g. A utilização de garrafas mais leves reduz a energia necessária para transportar o produto. A garrafa é menor, as caixas são de menores dimensões e tudo isso conta no balanço final.

Uma polêmica que envolve o engarrafamento de vinhos é a escolha do lacre. Existem alguns itens para vedar as garrafas: rolhas de cortiça maciça, rolhas de aglomerado de cortiça, rolhas sintéticas e tampas de rosca. Nos últimos anos, houve grande crescimento da utilização das screwcaps (vedantes de rosca em alumínio). A rolha sintética é mais barata, permite que o vinho seja guardado em pé e não transmite o TCA (substância química volátil chamada tricloroanisol, liberada quando a cortiça é atacada por um fungo, que causa odores desagradáveis). Já as screwcaps, possuem fácil manuseio e têm sido amplamente utilizadas em vinhos de consumo jovem. Mas devemos levar em consideração que a cortiça, o plástico e o alumínio têm impactos ambientais muito diferentes. No primeiro caso, a matéria-prima é oriunda de uma árvore, no segundo, do petróleo, e, no último caso, de uma mina.

De acordo com estudo da PricewaterhouseCoopers, as emissões de dióxido de carbono associadas às rolhas de cortiça são significativamente menores do que as emissões relacionadas às screwcaps e aos vedantes sintéticos. A pesquisa mostrou que as emissões de CO2 durante o ciclo de vida das screwcaps são 24 vezes superiores às de cortiça natural. Já as de vedantes sintéticos são responsáveis pela emissão de dez vezes mais CO2 do que as rolhas de cortiça.

A cortiça utilizada para a fabricação de rolhas é extraída da casca do sobreiro, uma árvore da família do carvalho. A cortiça só pode ser retirada de árvores com idade entre 25 anos e 30 anos, com intervalos de nove anos entre as extrações. A rolha feita de cortiça maciça é de melhor qualidade, mas existe a rolha de aglomerado, que é mais barata. A rolha de aglomerado é feita de cortiça moída e cola. A cola pode passar aromas negativos ao vinho, por esse motivo alguns produtores optam por adicionar um disco de cortiça maciça na parte da rolha que fica em contato direto com o líquido.

Transporte

Muitas vezes os vinhos precorrem longas distâncias até chegar ao consumidor. O professor universitário Tyler Colman e o perito em sustentabilidade Pablo Paster realizaram um estudo que detalha a pegada de carbono do vinho, desde a produção até o transporte. A conclusão da pesquisa é que a maior parte do impacto ambiental do vinho é oriunda do transporte. Em comparação, a carga aérea é o pior método de transporte de acordo com os fatores de emissão, seguido pelo transporte rodoviário, sendo o transporte marítimo o de menor impacto (produz cinco vezes menos emissões do que o transporte rodoviário e 11 vezes menos emissões do que a carga aérea).

As diferenças entre os fatores de emissão mostram que a distância nem sempre é o fator chave para determinar se o vinho tem a menor pegada. A diferença é tão grande que um vinho de Bordeaux enviado por mar (6500 km) e outro da Califórnia (3000 km), transportado de caminhão, têm a mesma pegada de carbono na chegada a Columbus, no estado de Ohio, nos EUA. Além disso, a embalagem pode influenciar a eficiência de transporte. Transporte de garrafas de vidro pesadas usam muito mais combustível e, portanto, têm um impacto maior do que o vidro mais leve ou outra embalagem alternativa.

Alternativa

Nem todo vinho industrializado possui aditivos em excesso. A qualidade do vinho irá depender da idoneidade do produtor. Existem vinhos industriais de má qualidade e de boa qualidade. Vinhos renomados, muitas vezes têm um controle mais rígido e não são tão propensos a apresentar substâncias estranhas. Vinhos de baixa qualidade tendem a ter mais manipulação, adições e práticas duvidosas.

Na contramão dos vinhos industrializados, existem os vinhos orgânicos, vinhos biodinâmicos e vinhos naturais. Eles possuem uma produção muito mais natural e saudável, para o meio ambiente e para seu organismo.

O vinho pode ser muito benéfico para a saúde, se consumido com moderação, de uma fonte confiável, de preferência orgânico e com o mínimo de aditivos químicos possível. A Loja eCycle possui em seu catálogo opções de rótulos orgânicos.

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