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Fenômeno pode contribuir para o derretimento das geleiras e para o aumento do nível do mar
Uma pesquisa publicada no jornal Nature comprovou que a Groenlândia atingiu sua maior temperatura em mil anos. As informações foram obtidas através da análise das camadas de gelo da região, que comprovou um aumento da temperatura.
O estudo fez essa análise nas camadas de gelo presentes no centro-norte da Groenlândia — uma das regiões mais frias e mais altas do país — que continham informações que se estendem até 2011 e 2012, quando foram extraídas.
“Continuamos [vendo] o aumento das temperaturas entre os anos 1990 e 2011. Temos agora uma assinatura clara do aquecimento global”, disse Maria Hoerhold, principal autora do estudo e glaciologista do Instituto Alfred Wegener, da Alemanha.
De acordo com especialistas, as temperaturas entre 2011 e 2012 eram de 1,5ºC acima da média do século 20. Adicionalmente, o estudo também evidenciou o aumento da água produzida através do derretimento de gelo da região.
Hoerhold acredita que a variação natural do clima da região impediu uma análise precisa das ações humanas que agravam o aquecimento global. No entanto, as mudanças registradas durante 1990 foram “difíceis de ignorar”.
Os dados da época mostram que a temperatura da Groenlândia aumentava em um ritmo mais lento do que o resto do Ártico. Porém, agora, parece que a região está aquecendo no mesmo ritmo.
Dados de pesquisas anteriores evidenciam o problema. Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), por exemplo, mostra que as geleiras mais famosas do mundo podem desaparecer até 2050, enquanto outro estudo acredita que dois terços de todas as geleiras do mundo podem derreter até 2100.
Similarmente, uma pesquisa publicada no ano passado concluiu que o motivo de parte do desaparecimento da Groenlândia se dá pelo aumento da temperatura do ar e das águas quentes do oceano.
Em anos recentes, a região sofreu com diversos eventos relacionados ao aumento da temperatura, incluindo grandes incidentes de derretimento em 2019 e 2012 e o aumento da precipitação. Portanto, as descobertas feitas pelo time de Hoerhold também são uma causa de alerta.
O aumento de 1,5ºC sugere que a área já atingiu o limite estipulado no Acordo de Paris, em que nações do mundo todo se comprometeram a manter o aquecimento global abaixo de 2ºC e de 1,5ºC, se possível. Portanto, isso exige uma nova forma de controle das ações do homem capazes de agravar as mudanças climáticas.
