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Trutas expostas à água contaminada com baixos níveis de metanfetamina mostraram sinais de dependência na substância

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Peixes podem se tornar viciados em metanfetamina quando traços da droga invadem rios e riachos, alertou um novo estudo.

Pesquisadores da Universidade de Ciências da Vida em Praga, na República Tcheca, conduziram experimentos de laboratório com a truta marrom (Salmo trutta), que habita águas contaminadas pela droga ilegal.

Após a imersão em águas contendo resíduos de metanfetamina, a equipe descobriu que os peixes se tornaram menos ativos, mas também exibiam níveis preocupantes de dependência.

A metanfetamina, comercializada em forma de pó, comprimidos e cristais, pode chegar aos cursos d’água diretamente da casa do usuário.

Pavel Horký, autor principal do estudo, explica que as metanfetaminas, assim como outros contaminantes de preocupação emergente, são introduzidas de forma semelhante nas águas superficiais através da descarga de estações de tratamento de águas residuais.

Segundo ele, os usuários dessas substâncias descartam seus resíduos nos sistemas de coleta de esgoto e, em seguida, as substâncias entram nas estações de tratamento de águas residuais, que não foram projetadas para tratar essa contaminação.

Finalmente, os contaminantes entram nos ecossistemas de água doce em níveis relativamente baixos, mas detectáveis e biologicamente preocupantes.

O vício em drogas pode levar os peixes a se aproximar de descargas de tratamento de água insalubres em busca da substâncias.

Em humanos, a metanfetamina causa aumento da atividade e locução, diminuição do apetite e uma sensação prazerosa de bem-estar ou euforia.

Embora a metanfetamina seja ilegal, drogas prescritas, como antidepressivos, também podem viciar os peixes e alterar seu comportamento, de acordo com o estudo.

Desenvolvimento do estudo

Inicialmente, algumas trutas permaneceram em tanques contaminados com a droga por oito semanas. Em seguida, elas foram retiradas e colocadas em abstinência por dez dias.

Nesse período, os cientistas observaram a dependência nos animais, que passaram a preferir a água com a metanfetamina, ao contrário de peixes que nunca haviam tido contato com a substância.

Durante a abstinência, as trutas se revelaram menos ativas. Os pesquisadores interpretaram isso como um sinal de ansiedade ou estresse, sinais típicos de abstinência de drogas em humanos.

A partir dos resultados, foi possível concluir que mesmo os baixos níveis de drogas ilícitas em nossos cursos de água podem impactar negativamente os animais que ali residem.

“A possibilidade de vício em drogas em peixes selvagens pode representar outro exemplo de pressão inesperada sobre as espécies que vivem em ambientes urbanos”, disse Horký. O estudo foi publicado no periódico científico Journal of Experimental Biology.


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