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Novo estudo identificou grande quantidade de substâncias psicoativas (NSP) em esgotos em sete países

Imagem de Goashape em Unsplash

De acordo com amostras de águas residuais coletadas em oito países durante o período das festas de Ano-Novo, Holanda, Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos estão consumindo as maiores quantidades de “drogas de festa” atualmente.

Apesar das mortes e hospitalizações associadas a novas substâncias psicoativas (NSP), um estudo internacional sobre águas residuais conduzido pela University of South Australia mostra quão prevalentes são os “sais de banho” – substâncias sintéticas estimulantes que estão se tornando populares em festas – e outras drogas recreativas nesses países.

Em um artigo recente, publicado no periódico Water Research, a análise de águas residuais mais abrangente do mundo sobre novas substâncias psicoativas mostrou o padrão de uso de drogas durante o Réveillon de 2019 e 2020 em 14 locais na Austrália, Nova Zelândia, China, Holanda, Espanha, Itália, Noruega e os Estados Unidos.

As amostras dos esgotos foram coletadas em cada país e enviadas para a Austrália do Sul para análise. Mais de 200 drogas sintéticas foram monitoradas e 16 substâncias foram encontradas. Segundo os pesquisadores, dos oito países estudados, apenas as amostras da Noruega não apresentaram vestígios dessas novas drogas.

As novas substâncias psicoativas são uma gama de drogas projetadas para imitar drogas ilícitas estabelecidas, como maconha, cocaína, MDMA e LSD. A Holanda registrou o maior uso, seguida pela Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos. Espanha, Itália e China tiveram a menor incidência de uso de drogas planejadas nas cidades participantes do estudo.

A N-etilpentilona, ​​que é conhecida por causar fatalidades, foi observada na Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos. Ela já havia sido detectada em amostras forenses e em festivais de música na Austrália e na Nova Zelândia.

Outra droga artificial, chamada mefedrona, foi encontrada apenas na Austrália e na Nova Zelândia – com este último registrando um aumento de 20 vezes no uso na véspera do Ano-Novo. A mefedrona é uma droga poderosa que produz efeitos semelhantes aos da cocaína e do MDMA, sendo popular entre os usuários de ecstasy e estimulantes na Austrália e na Nova Zelândia.

A Holanda registrou vestígios de seis entre dez medicamentos quantificáveis. Sete drogas recreativas adicionais também foram identificadas nas amostras após a triagem. Destes, a cetamina (um anestésico humano e veterinário) e seu metabólito, a norcetamina, foram encontrados em todos os países.

Além disso, uma droga nova no mercado, a eutilona, foi detectada na Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos e Holanda. Alertas emitidos em 2020 notificavam que esta droga artificial estava sendo incorretamente comercializada como MDMA na Nova Zelândia, por causa da semelhança visual entre os dois. Altas doses da substância têm sido associadas a efeitos colaterais intensos e particularmente perigosos.

Traços de mitragina, uma droga envolvida em quase metade das mortes relacionadas às NSP em 2019, foram encontrados apenas nos Estados Unidos. Outro opioide sintético, o acetilfentanil, também foi restrito às amostras de águas residuais dos Estados Unidos. A droga está ligada a uma alta taxa de fatalidades naquele país.

De todas as drogas, a metcatinona foi detectada em sete países, seguida por N-etilpentilona e 3-MMC (em três países cada). Segundo os pesquisadores, o que torna as NSP tão perigosas é que elas foram originalmente comercializadas como alternativas legais às drogas ilícitas convencionais, como ecstasy e maconha, o que sugeria que eram seguras. Na verdade, no entanto, havia muito pouca informação sobre sua toxicidade.

De acordo com a equipe, os governos passaram a intervir depois que hospitalizações e fatalidades foram associadas a essa classe de drogas recreativas, com alguns países aplicando proibições gerais. Contudo, apesar as proibições, os NPS ainda são sintetizados, transportados e consumidos em todo o mundo – e, muitas vezes, têm consequências fatais.

Os pesquisadores esperam que as amostras de águas residuais ajudem a complementar os dados hospitalares, jurídicos e forenses, juntamente com pesquisas globais, para identificar quais drogas têm maior potencial de perigo para a comunidade.


Fontes: Water Research e Medical Xpress


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