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Pesquisadores britânicos desenvolveram uma impressora 3D que utiliza apenas água e óleo para criar tecidos sintéticos que imitam propriedades de tecidos vivos

Cientistas da Universidade de Oxford, na Inglaterra, desenvolveram uma impressora 3D que cria tecido sintético a partir de óleo e água. Até aí, nada de muito extraordinário, apesar de ser um grande feito, afinal, de acordo com o cientista britânico Ed Yong, as células, um neurônio ou uma célula muscular, são basicamente uma bola de líquido envolta por uma membrana. A membrana é feita de gordura, com moléculas chamadas de lipídios, que se alinham ao lado uma da outra, para criarem duas camadas. E isso é exatamente o que a impressora 3D do pesquisador Gabriel Villar, que coordena o estudo, faz: bolas de líquido envoltas por uma dupla camada de lipídios. Contudo, o ponto alto dessa invenção é o fato de as gotículas de água que constituem esse tecido reproduzirem algumas propriedades das células nos tecidos biológicos e transmitirem sinais elétricos.

Funciona assim: a impressora deposita dezenas de milhares de gotículas formadas de água e lipídios artificiais numa solução oleosa. As moléculas de lipídios têm uma cabeça hidrofílica, ou seja, que absorve a água, e, desse modo, aderem à superfície da gota; e uma cauda hidrofóbica, ou seja, que repele a água, e, por esse motivo, tende a não imergir na solução. Quando duas gotículas lipídicas revestidas se encontram, cada uma com a sua cauda hidrofóbica, elas aderem umas às outras como um velcro, e forma-se, desse modo, uma bicamada lipídica, semelhantes às membranas celulares. Essa bicamada cria uma ligação estrutural e funcional entre as gotas.

De acordo com Villar, a rede que se forma com a junção da gotículas de água pode auxiliar na produção de pedaços funcionais de tecidos a serem incorporados em membros e órgãos danificados, com a vantagem de não provocar rejeição ou aparecimento de tumores, como ocorre em transplantes com pedaços de tecidos reais ou feitos de células-tronco, pois não têm código genético. Além disso, essa rede pode ser utilizada na administração de medicamentos que necessitem de contato com a pele, sendo colocada diretamente nos locais onde é preciso.

O caráter permeável do tecido fabricado revelou uma possibilidade até então inesperada pelos cientistas: “Descobrimos isso há algumas semanas, num caso em que fizemos um tecido em formato de flor. Ele se dobrou depois numa esfera oca, o que seria muito difícil de imprimir diretamente”, conta Villar. Isso ocorreu porque algumas gotículas tinham uma concentração maior de sal do que outras, o que fez com que a água migrasse e causasse a dobra espontânea. Se dominada essa técnica, será possível produzir tecidos em formatos que seriam muito complexos ou mesmo impossíveis para a impressora 3D e ainda fabricar tiras que mudariam de formato somente depois de inseridas no organismo.

Para saber um pouco mais sobre técnica, leia o resumo do estudo de Villar (em inglês) clicando aqui.

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